UOL Viagem

24/06/2008 - 23h46

Centro-Oeste brasileiro ganha a maior praia artificial de água quente natural do mundo

LUNA KALIL
Enviada especial a Rio Quente, Goiás*

Luna Kalil/UOL

A  Praia articifial do Cerrado, no complexo Rio Quente Resorts, em Goiás

A Praia articifial do Cerrado, no complexo Rio Quente Resorts, em Goiás

Imagine uma área de 25.000 metros quadrados -ou quatro campos de futebol-, cercada por uma estrada e prédios, em uma região onde predominam os tons de terra verde e marrom e de onde brotam algumas porções de água do chão, em pleno Centro-Oeste brasileiro. Agora feche os olhos e lembre-se da sensação de colocar os pés na areia, do cheiro de frutos do mar, do barulho das ondas e da voz de vendedores ambulantes das praias brasileiras. Esses dois climas aparentemente contrastantes não poderiam fazer parte de um mesmo cenário se não estivéssemos falando da Praia do Cerrado, a maior praia artificial de água quente natural do mundo, inaugurada no último sábado (21) dentro do Rio Quente Resorts, a 172 km da capital de Goiás. Se você conseguiu entrar no clima, certamente já está preparado para desfrutar desse megaprojeto.

Olhando para as piscinas de ondas e de costas para o restaurante, o visitante nem lembra mais que a areia fina e branquinha onde pisa descalço foi criada artificialmente a partir de resíduos da exploração de cristal de uma cidade goiana. E, depois de passar algumas horas na Praia do Cerrado e observar o vai-e-vem das ondas e as formas desenhadas no chão de areia, ele poderá se questionar se comprou um pacote para um destino no interior do país ou para algum lugar no litoral. Afinal, o piso da piscina de ondas também tem cor de areia, e as águas são transparentes como as de Fernando de Noronha.

Mas por que optar por curtir uma praia artificial no Cerrado se o Brasil é dono de uma das costas mais lindas do mundo? A resposta é simples. Em Rio Quente, a praia artificial é alimentada pela água quente natural do rio o ano todo, inclusive no inverno. Durante o dia costuma fazer um sol escaldante, além de ser difícil presenciar uma pancada de chuva em qualquer época do ano. O clima de campo presente na região complementa a sensação de segurança e conforto proporcionados por uma grande estrutura de resort da qual a praia faz parte.

A praia do Centro-Oeste é maior que as artificiais de Mônaco, Paris, Roterdã, Toronto, Hong Kong e Cingapura. A estrutura brasileira consegue inclusive superar as norte-americanas. A idéia da construção surgiu da vontade de expandir o parque aquático Hot Park, inaugurado em 1997, com uma atração que servisse para todas as temporadas e pudesse aproveitar o potencial natural do maior aquífero central da terra. E também para incrementar as atividades lideradas pela Turma do Boto, que diverte crianças e adultos no resort. Com dois palcos, os visitantes podem curtir atrações musicais e praticar esportes como futevôlei e vôlei de praia. A prática de surfe não será permitida, já que compromete a segurança dos freqüentadores.

A estrutura é dividida em três partes, praia da Marina, com ondas mais fracas e menores que não passam de 50 cm, para as crianças, praia do Bikini, a mais agitada das três, e praia dos Sonhos, a mais reservada. As piscinas de ondas têm água fresca renovada de três em três horas e contam com salva-vidas. As ondas têm vários formatos (paralelas, em formato de diamante e em V) e podem chegar a até 1,5 metro de altura. São geradas através de uma câmara que sopra ar, de dois em dois segundos, e param com a mesma velocidade -a tecnologia das ondas foi desenvolvida especialmente para o projeto da Praia do Cerrado.

As águas quentes termais da região, cuja temperatura varia de 30°C a 57°C, foram descobertas em 1722 pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, cujo nome foi usado para batizar um dos restaurantes da praia, o Barthô. O bar Cabral tem esse nome em homenagem ao navegador português Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil.

Considerado o principal pólo turístico do Estado de Goiás e conhecido por abrigar a maior estância hidrotermal do mundo, o complexo Rio Quente nasceu nos anos 60 e já foi destino de muitas famílias brasileiras. Com a praia, o complexo pretende tornar-se o destino de executivos e famílias de classe alta e reforçar a imagem entre as famílias de classe média e a terceira idade de todos os cantos do país. Além da praia e do Hot Park, o Parque das Fontes -a atração mais antiga- oferece cascatas, piscinas de água quente natural e saunas que esquentam com o vapor da água.

Para se deslocar dentro do complexo e ir de uma atração para a outra são oferecidos ônibus e vans constantes, mas que não têm tabela de horário para orientar o visitante.

Como chegar
A viagem São Paulo-Rio Quente pode ser feita de ônibus -dura cerca de 12 horas- ou de avião fretado -não há vôos comerciais para o local. De avião, é necessário descer na cidade de Caldas Novas, a 30 minutos do complexo, e de lá tomar um ônibus identificado para o Rio Quente Resorts.

Informação e serviço
O valor do ingresso de entrada na praia e que dá direito a todas as atrações do parque aquático Hot Park durante um dia inteiro custa R$ 65 reais para adultos, R$ 48 para crianças de 5 a 11 anos, e R$ 33 para pessoas acima de 60.

As atrações estão abertas todos os dias da alta temporada, das 10h às 17h. Na baixa temporada, abrem de sexta a quarta. Há pacotes de hospedagem que incluem a entrada na praia.

Os pacotes que incluem hospedagem costumam ter a duração de quatro dias, geralmente de quinta a domingo. Mais informações podem ser obtidas no site do Rio Quente Resorts (www.rioquenteresorts.com.br).

*A jornalista LUNA KALIL viajou a convite do Rio Quente Resorts

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