UOL Viagem

26/05/2008 - 18h40

Palco de festivais internacionais de música, Istambul é a cidade dos ritmos variados

SUSANNE FOWLER
New York Times Syndicate

Cemal Emden/NYT

Babylon, clube que toca do jazz afro-cubano até música folclórica psicodélica turca

Babylon, clube que toca do jazz afro-cubano até música folclórica psicodélica turca

Para ter uma amostra dos sons jovens de Istambul, na Turquia, siga por uma rua estreita atrás da praça Tunel até encontrar o Badehane. Há anos, este café de esquina com apenas um ambiente (General Yazgan Sokak, 1D; 90-212-249-0550) situado no distrito de vida noturna agitada de Beyoglu, é um favorito dos boêmios que vêm nas noites de quarta-feira para escutar as canções ciganas de uma lenda local, Selim Sesler.

Mas às quintas a platéia se torna mais diversa, quando artistas e tipos como empreendedores de Internet dançam ao som do Native Project, uma nova banda que mistura a música turca de raiz de Sesler com percussão latina dançante e riffs de guitarra.

As batidas modernas que pulsam por esta cidade cosmopolita são tão diversas quanto sua história cultural. O diretor premiado Fatih Akin, um alemão de origem turca, abordou isso em seu documentário "Atravessando a Ponte - O Som de Istambul", de 2005, que foi descrito como um Buena Vista Social Club turco.

O filme exibe Sesler, a rapper Ceza, a banda de rock Duman (com influência do grunge de Seattle), o electronic fusion do Mercan Dede e a cantora turca Aynur Dogan. Os espectadores também são apresentados aos sons de Orhan Gencebay, apelidado de Elvis do arabesco, às baladas chorosas de uma bebedora de raki Muzeyyen Senar; e até mesmo a uma versão de "Music", de Madonna, cantada por Sertab Erener, que é treinada em ópera e que conquistou o Festival da Canção Eurovision de 2003.

David Byrne, do Talking Heads, também foi inspirado pelo novo som turco, que ele chama em seu site (www.davidbyrne.com/radio) de uma fusão de Ásia e Europa que evoca "um clima da moda -mas ainda assim marcante- que é inteiramente único". Entre as influências que ele cita estão a diva pop do "som de vanguarda" Sezen Aksu e o "funk psicodélico anatoliano" de Baris Manco.

A música turca é uma "ponte de culturas", disse Pelin Opcin, diretor do Istanbul Jazz Festival (www.iksv.org/caz/english), que será realizado neste ano de 2 a 16 de julho. "O Império Otomano reinou por um longo tempo e resultou em um imenso intercâmbio cultural entre todos esses povos."

Para mais apresentações inovadoras, vá a lugares de vanguarda como o garajinstanbul (Kaymakam Resat Bey Sokak, 11A; 90-212-244-4499; www.garajistanbul.com), um palco experimental que começou em uma garagem subterrânea. Ou vá ao Babylon (Sehbender Sokak, 3; 90-212-292-7368; www.babylon-ist.com), um clube com vários planos com um palco intimista que exibe de tudo, de jazz afro-cubano até música folclórica psicodélica turca.

Depois, DJs turcos e estrangeiros tocam música house internacional da meia-noite às 4h no Hall (Kucuk Bayram Sokak, 7; 90-212-244-8736; www.thehallistanbul.com), um espaço estilo industrial com um teto abobadado.

Istambul conta com vários concertos e festivais de música. Entre os grandes nomes que se apresentarão na cidade nos próximos meses estão Björk, Kylie Minogue e Lenny Kravitz. No lado clássico, o Festival Internacional de Música de Istambul (www.iksv.org; de 6 a 30 de junho) oferece uma chance de ouvir músicos se apresentando em lugares históricos, como o Palácio Topkapi.

"Não é possível dizer que realmente há uma cultura turca única, homogênea", disse Opcin, do festival de jazz. "Nós somos uma mistura de tudo."

Tradução: George El Khouri Andolfato

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