UOL Viagem

04/05/2008 - 16h00

Moscou, um programa 24 horas com um bom livro ou dois

SOPHIA KISHKOVSKY
New York Times Syndicate

James Hill/NYT

Fachada da livraria 24h Respublika, no centro de Moscou

Fachada da livraria 24h Respublika, no centro de Moscou

Há quinze anos, procurar por diversão de fim de noite em Moscou significava rodar por ruas escuras e vazias --apenas as torres do Kremlin eram bem iluminadas-- em busca de clubes misteriosos e festas divulgados apenas boca a boca.

Agora, Moscou parece ser mais 24 horas, 7 dias por semana, do que Nova York. De supermercados a salões de beleza 24 horas, sem contar os cassinos e restaurantes perpetuamente abertos, a capital russa tem tudo. Há até congestionamentos de trânsito às 4 horas da manhã, freqüentemente envolvendo Maybachs e Porsches diante de clubes noturnos.

Mas o fim do Dyagilev, um dos pontos noturnos mais decadentes da cidade, em um incêndio épico no início do ano, pode ter sido um sinal de que interesses mais civilizados estavam disponíveis. Atualmente, os descolados e abastados estão fazendo justiça ao amor histórico da Rússia pela literatura, freqüentando livrarias 24 horas como a Respublica, uma nova rede com uma loja 24 horas (Pervaya Tverskaya-Yamskaya Ulitsa, dom 10; 7-495-251-6527; www.respublica.ru, apenas em russo) a cerca de 1,5 quilômetro rua acima do Kremlin. Respublica é uma idéia de Vadim Dymov, um ex-oficial militar que virou rei da salsicha e que agora voltou sua atenção para a cultura.

Às 3 horas de uma madrugada recente, imensas janelas de vidro laminado ofereciam uma visão ofuscante do interior branco intensamente iluminado da loja. A Bookberry, outra rede de lojas 24 horas, possui uma livraria vizinha, tornando o quarteirão um distrito para fãs insones de livros.

A Respublica oferece de tudo, do mais recente best seller de Sergei Minaev, a resposta russa a Brett Easton Ellis, à tradução russa do mais recente romance de Norman Mailer, "O Castelo na Floresta". No segundo andar, livros de mesa luxuosos estão expostos em vitrines e prateleiras. Os assuntos variam de ícones russos ao livro de fotografia africana de Leni Riefenstahl, que custa 123.300 rublos, ou cerca de US$ 5.230 com o dólar cotado a 24 rublos.

Se o seu gosto vai além de livros, cheque os blocos de notas e cadernos Moleskine com encadernação impermeável (Hemingway os usava e os russos amam Hemingway), ou uma variedade arco-íris de cachecóis e camisas pólo American Apparel. Em uma recente madrugada de sábado, os clientes incluíam uma mãe com seu bebê, jovens vestidos em estilo hip-hop e uma mulher usando botas de couro com salto agulha.

Se tanto folhear livros deixar você com fome, vá ao Starlite Diner (Ulitsa Bolshaya Sadovaya dom 16; 7-495-290-9638; www.starlite.ru), dois quarteirões ao sul, para um pit stop no meio da noite. Repleto de Americana dos anos 50 --capas de revista "Life", uma jukebox e propagandas de Pontiac-- este é um lugar para um hambúrguer caubói por 325 rublos e cerveja Miller, que pode ser consumida ao som de Elvis, Beatles e Monkees.

Então é hora de voltar para a noite de Moscou. Ou melhor, manhã.

Tradução: George El Khouri Andolfato


Divulgação

Praga


Uma vez por mês, música alta e pulsante dentro de um bonde que circula pela madrugada da cidade

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