UOL Viagem

23/07/2007 - 21h01

Brasil Melhor, quarto e quinto dias - Impressões

Por Fabio Cunha
Participante da expedição

Anderson Estavski (Poio)

Vista da Chapada dos Guimarães

Vista da Chapada dos Guimarães

A quarta etapa da Expedição Brasil Melhor foi a que teve o mais longo dia de estrada em quilometragem. Todos os participantes, exaustos pelo dia anterior, acordaram bem cedo para enfrentar um grande trecho de estrada.

Logo cedo, antes mesmo de completarmos 10% do caminho, o primeiro problema, o motor de um dos carros apresentou problemas. Paramos todos e, entre gozações e brincadeiras, percebemos que o problema estava no diesel que fora comprado no último posto. Seguimos então vagarosamente no asfalto rumo à entrada do Pantanal mato-grossense.

Logo na entrada da terra, percebemos a beleza que nos esperava. Grandes fazendas, paisagens secas e muito verde. A época que ocorre a expedição é a de seca no Pantanal, escolhida propositalmente para que não seja impossível a travessia de trechos tão longos. Muita areia, vegetação espaçada por alguns momentos e matas densas em outros. Reflexos do desmatamento!!!

Em nosso caminho percebemos o Brasil atacado pela falta de gestão e o mau uso do turismo. Obcecado pela monocultura e pela pecuária, os donos de terra e gestores do turismo não vêem a riqueza com a grandeza e o retorno que o turismo pode proporcionar. Mesmo com tantos problemas, o visual é alucinante. Tuiuiús, jacarés em enorme quantidade, tamanduás, árvores centenárias fazem o caminho tão longo não ser cansativo.

A expedição cada vez mais unida atravessou o Pantanal seco e pouco cuidado rumo à Chapada dos Guimarães, passando pela quente capital, Cuiabá; já no asfalto tivemos mais problemas nas máquinas que enfrentaram o calor e a areia dos fundos alagados na época do verão, nos caminhos pantaneiros. Claro, tudo resolvido pelo apoio mecânico que nos acompanha.

O saldo, como sempre, foi muito positivo. Muitas belezas mostram a força de nossa terra, que resiste a 500 anos de descaso. O companheirismo, característica de nosso povo, vitaminado pelo esporte off road, cada vez mais intenso, nos trouxe de presente um dia seguinte de visitas às belezas da Chapada, para renovar energias, ajustar equipamentos e encontrar o valoroso e sofrido brasileiro, natural de Guimarães, ávido por turistas e boas histórias.

As férias das férias

Depois de dois exaustantes dias de viagem com muitos imprevistos, recebemos de presente um merecido descanço. Sorte nossa que este dia foi na Chapada dos Guimarães, isso ficou claro já na chegada ao hotel na noite anterior.

O Hotel Penhasco fica a 800m do nível do mar e sobre um enorme chapadão que dá vista para a planície pantaneira e cidade de Cuiabá. A vista dos quartos dá uma sensação de que a planície não tem fim... É um mar de mata vista do alto.

São inúmeras as atrações turísticas e de aventura na cidade, impossíveis de conhecer em um só dia. Nem no hotel é possível usar todas as alternativas de diversão em apenas 24 horas.

Alguns de nós aproveitaram para arrumar a mecânica do carro, outros preferiram descansar no hotel, enquanto outro grupo com a ajuda de Billy, um guia local, se dirigiu ao mirante da cidade. No mirante descobrimos que a planície do pantanal termina apenas nos Andes, resposta para a vista que dá uma sensação de infinito.

Mais tarde visitamos a cachoeira Véu de Noiva, uma queda d´água alucinante de quase cem metros de altura. Uma forte descidana trilha, a pé, foi recompensada por um banho nas águas cristalinas ao pé da gigante. O dia terminou na Casa de Pedra, o pôr-do-Sol como poucas vezes vistos, em frente de cânions esculpidos pelo tempo, local onde já foram encontratos fósseis de animais marinhos em pelo planalto central.

A cidade, que tem dezenas de atrativos, possui uma bela cidade com ótimos restaurantes, bons hotéis e um toque de boemia. Com certeza um local para destinar umas boas e prolongadas férias. Foi o suficiente para nos prepararmos para a segunda parte da expedição, que, por causa da seca, terá no sexto dia um desvio que triplicou a distância do trecho, A balsa não tem profundidade para atravessar o rio.

Como aqui ninguém tem medo de estrada, pé na tábua rumo a Rio Verde, para mais pantanal e Ação Social.

Compartilhe: