UOL Viagem

22/07/2007 - 21h49

Brasil Melhor - Impressões do terceiro dia

Por Fabio Cunha
Participante da expedição
Foram 15 horas de estrada para percorrer os 450 km do trecho do dia, 99% em terra. Saímos de Costa Rica rumo a Itiquira, em um trecho muito esperado por duas grandes novidades.

A tônica de hoje foi a ação social ocorrida na cidade de destino, como sempre, com distribuição de doações feitas pelos carros em lugares muito distantes e de difícil acesso.

Difícil acesso lembra off road pesado e, portanto, diversão garantida. Cada carro carregou mantimentos a serem distribuidos em Alzinópolis e Taquari.

Para chegar ao primeiro destino, saímos da rica região agrária de Costa Rica em direção ao parque do Alto Taquari e, logo após uma grande plantação de algodão, encontramos um mirante com uma vista impressionante.

Ao abrir a porta do carro, um rasante de duas araras. Foi de arrepiar o visual que presenciamos. Seguindo adiante, cortamos a serra em single tracks. Imperdível esse trecho levantado pelo diretor da prova, Luiz Anchieta, o "Luisão". Depois de lavar a alma, seguimos para a primeira cidade, Alzinópolis, onde distribuimos grande quantidades de produtos essenciais à quase esquecida população local.

No caminho para Taquari, por sugestão de um dos participantes, desviamos nosso caminho para conhecer um sítio arqueológico, com inscrições rupestres encravadas numa rocha imensa que parecia ter sido esculpida a mão. O local é vizinho a uma carvoaria clandestina embargada há pouco tempo. Contrastes do nosso Brasil.

Chegando a Taquari já bem atrasados, a supresa foi o abandono da pequena cidade, que, mesmo vizinha das maiores criações de gado nelore, sucumbe ao descaso. As crianças nativas festejaram a chegada da trupe trazendo kits escolares e sucos.

Chegando ao Pantanal

Já na saída da cidade notamos a diminuição dos pastos e o aumento do verde: estávamos nos aproximando do Pantanal. Mas para chegar em Itiquira teríamos ainda que enfrentar uma cabeluda trilha de areia, com uma enormidade de animais. Siriemas, emas, gaviões e urubus-reis passeavam desconfiadas ao lado da minipista de areia. Já era tarde e pela primeira vez não iríamos chegar a nosso destino com luz do dia. Eu, o antepenúltimo do comboio, enfrentei uma dificílima subida de areia fofa já sem a luz natural, 100% adrenalina.

Quando todos terminaram o trecho e parecia apenas questão de tempo a chegada a Itiquira, local da grande e costumeira ação social promovida pela organização, um carro quebrado nos impossibilitou de participar da festa. Todos esperamos e fizemos o trecho final à noite, com inúmeras dificuldades de orientação na navegação. Alguns demoraram a encontrar o caminho certo, mas o espírito da turma não se modificou. Todos chegaram à cidade exaustos, mas sem grandes problemas. Às 22h, chegamos à cidade, que nos esperava ansiosamente.

Jantar e descanso é o que precisamos para amamnhã enfrentar outro longo trecho rumo à Chapada dos Guimarães.

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