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Dez anos após o 11 de setembro, turismo no centro de Manhattan continua a se reinventar

SETH KUGEL

New York Times Syndicate

09/09/2011 07h30

O 1 World Trade Center está sendo construído e o Memorial do 11 de Setembro será inaugurado embaixo dele, no 10º aniversário dos ataques terroristas. Apesar do progresso no canteiro de obras do World Trade Center ser lento, os bairros ao redor retomaram a vida (e em alguns casos se reinventaram) após toda a devastação emocional e econômica. O distrito financeiro está movimentado, Chinatown está mais peculiar e sedutora do que nunca, e TriBeCa está repleta de novos restaurantes, bares e hotéis. Com exceção daqueles em busca de uma noite de baladas intermináveis, os viajantes dificilmente precisam se aventurar ao norte da Canal Street para um fim de semana completo em Nova York.

Sexta-feira

14h - Cruzeiro pelo porto
Já esteve lá (Liberty Island e Governors Island) e já fez aquilo (tomar a Balsa de Staten Island gratuita)? Há outras opções de cruzeiros no porto, e que melhor forma de ter uma visão geral da Baixa Manhattan? Uma possibilidade é um passeio de 90 minutos no navio Clipper City, uma réplica de uma escuna transportadora de madeira do século 19 (Manhattan by Sail; 800-544-1224; manhattanbysail.com), que parte do South Street Seaport. Outra é o cruzeiro de uma hora da Statue Cruises (201-604-2800; statuecruises.com). A empresa lançará em breve seu Hornblower Hybrid, que faz uso de várias fontes de força, incluindo células combustíveis de hidrogênio, painéis solares e turbinas eólicas.

16h - Doces e sabonetes
Vá a TriBeCa para um regalo na Duane Park Patisserie (179 Duane Street; 212-274-8447; duaneparkpatisserie.com, tortas de limão, US$ 5; “bolinhos mágicos”, US$ 4) no pequeno parque que lhe dá nome. Então perambule pelas lojas próximas, que variam de bonitinhas a sérias. Na Lucca Antiques (182 Duane Street; 212-343-9005; luccaantiques.com), os proprietários pegam velhos objetos de madeira e metal da Europa e os reformulam brilhantemente em abajures, decorações de parede e móveis modernos. A Torly Kid (51 Hudson Street; 212-406-7440; torlykid.com) tem roupas funcionais bacanas para bebês até pré-adolescentes. No Working Class Emporium (168 Duane Street; 212-941-1199; workingclassinc.com), é possível comprar presentes peculiares, como quebra-cabeças tridimensionais e sabonetes em forma de cachorros.

18h30 - O happy hour dos banqueiros
Se você se ressente dos salários e bônus dos banqueiros de investimento, então aqui está algo mais para se ter inveja: o trecho de calçada de pedras da Stone Street. Aquele que poderia ser o maior ponto para se beber ao ar livre em Nova York fica por acaso ao lado da antiga sede do Goldman Sachs. Quando está quente, esta quadra singular, margeada por prédios em estilo neogrego do século 19, fica praticamente bloqueada por mesas ocupadas por tipos financeiros, alguns poucos moradores locais diversos e turistas conhecedores. Escolha uma mesa do lado de fora do Adrienne’s Pizzabar (212-248-3838; 54 Stone Street; adriennespizzabar.com) e peça uma pizza de almôndega e brócolis (US$ 28,50), suficiente para três pessoas; uma garrafa de vinho custa a partir de poucos dólares a mais.

22h - O anticopa
O Copacabana do centro reabriu recentemente, trazendo algum brilho retrô à cena de música de Nova York. Mas para uma suadeira retrô, experimente a festa da noite de sexta-feira no 2020 (20 Warren Street; 212-962-9759; 2020latinclub.com), onde os latinos que trabalham em todo tipo de trabalho no centro vão para dançar ao som dos ritmos do Caribe de língua espanhola, fornecidos por D.J.

Sábado

10h30 - Brunch de Buenos Aires
De uma forma ou de outra, a dona de restaurante Stacey Sosa já dirigiu um restaurante argentino neste espaço bacana em TriBeCa desde 1997. E apesar do brunch no Estancia 460 (212-431-5093; 460 Greenwich Street; estancia460.wordpress.com) ser bastante nova-iorquino, com fritadas, granola e alguns pratos inovadores de ovos, há toques de Buenos Aires, como a rabanada com doce de leite. (Brunch para dois, aproximadamente US$ 30.)

  • Nicole Bengiveno/The New York Times

    Stone Street poderia ser o melhor ponto para se beber ao ar livre em Nova York e fica ao lado da antiga sede do Goldman Sachs

Meio-dia - Manahatta
A maioria das pessoas não coloca o Smithsonian em sua lista de lugares para visitar em Nova York. Mas o Museu Nacional do Índio Americano (212-514-3700; nmai.si.edu), no esplendor Belas Artes da velha Alfândega, perto de Battery Park, é um lembrete de que Manhattan e o restante do Hemisfério Ocidental têm uma história cultural longa e vibrante. A exposição Infinidade de Nações tem de tudo, de cocares de penas de arara e garça do Brasil até um chapéu de caça do Ártico, com entalhes em marfim. Para ver de perto o cinto de contas e o pilão de milho usado pelos índios lenape, que chamavam a ilha Manahatta, siga para o centro de informações do museu e pergunte. O museu é gratuito – não muito diferente do preço pelo qual os lenapes venderam Manhattan para os holandeses.

14h - Centro doutoral
Continue sua educação histórica com o passeio Big Onion. O centro é um lugar complicado, com camadas e mais camadas de história: holandesa, afro-americana, revolucionária e financeira, entre outras. É preciso um candidato a doutorado para decodificá-la, e essa pessoa que será seu guia pelo passeio de duas horas, US$ 18, que pode incluir “TriBeCa Histórica”, “Nova York Revolucionária” ou “O Distrito Financeiro”. Os horários variam; consulte bigonion.com.

19h - Vinho na camiseta
No bar de vinho Terroir Tribeca (24 Harrison Street; 212-625-9463; wineisterroir.com), os jovens garçons vestindo camisetas com tema de vinho não parecem que poderiam saber sobre o que estão falando, mas eles sabem muito. Uma taça de vinho custa a partir de US$ 8,75, e o cardápio é cheio de tentações incomuns para você pode justificá-lo: bolinhos fritos de risoto, vinho e rabo de touro (US$ 8), por exemplo, é uma forma perfeita de consumir sua cota de calorias fritas.

21h - Bruschetta em ambiente reaproveitado
Quem sabe quantos clientes já saíram do Locanda Verde de Robert DeNiro e companhia, o grande ponto italiano no norte, e se perguntaram o que se passava no minúsculo restaurante movimentado do outro lado da rua. Decorado com materiais reaproveitados que evocam uma velha fábrica ou depósito, o Smith and Mills (71 North Moore Street; 212-226-2515; smithandmills.com) tem 22 lugares às mesas encaixadas entre a clientela que bebe em pé. O cardápio inclui bruschetta de tomate, ostras com rábano-silvestre, hambúrgueres e um pudim de pão; o jantar para dois sai por cerca de US$ 70, com bebidas. Não deixe de ver: o banheiro, em um elevador de ferro da virada do século passado.

23h - Drinques na Doyers
Siga para o leste para Chinatown, onde o Apotheke (9 Doyers Street; 212-406-0400; apothekenyc.com) é um invasor não-chinês situado no cotovelo da Doyers Street em forma de L, um ponto conhecido como Ângulo Sangrento, por causa das mortes relacionadas a gangues que ocorreram ali no início do século 20. Aqui você encontrará um dos principais bares de coquetéis da cidade, com decoração retrô e meia-luz. Experimente o Deal Closer, feito de pepino, vodca, hortelã, limão e baunilha, juntamente com “afrodisíacos de Chinatown” (US$ 15).

Domingo

  • Nicole Bengiveno/The New York Times

    O 1 World Trade Center está sendo construído e o Memorial do 11 de Setembro será inaugurado embaixo dele, no 10º aniversário dos ataques terroristas

8h - Atravessando a Ponte do Brooklyn
Com a chegada dos dias quentes, é preciso levantar cedo para atravessar a pé com conforto este marco querido. Mais romântica do que nunca, uma caminhada pela passarela de pedestres elevada fornece uma oportunidade de foto por minuto. No caminho de volta, pare no City Hall Park para ver quatro décadas de esculturas de Sol LeWitt, em exposição até 3 de dezembro. Então siga para oeste pela Chambers Street para comprar bagels e salmão defumado na Zucker’s (146 Chambers Street; 212-608-5844; zuckersbagels.com).

12h30 - Em memória
Em 12 de setembro, o Memorial Nacional do 11 de Setembro será inaugurado, com seus dois espelhos d’água de 4 mil metros quadrados na base das torres que caíram, os nomes das vítimas gravados em painéis de bronze e carvalhos brancos no alto. Um museu no local, que será inaugurado em setembro de 2012, terá exposições sobre o World Trade Center original e o dia dos ataques. Os visitantes podem reservar ingressos gratuitos no site 911memorial.org. Não é necessário ingresso para visitar a exposição “Espírito Determinado: Esperança e Cura no Ponto Zero”, na Capela de São Paulo próxima (209 Broadway; trinitywallstreet.org). A capela se tornou um refúgio para as equipes de resgate nos dias após o ataque. Agora ela abriga fotos, depoimentos e artefatos daquelas semanas, após as quais a cidade mudou para sempre.

O básico

O Greenwich Hotel (212-941-8900; 377 Greenwich Street; thegreenwichhotel.com), a criação de Robert DeNiro de 2008, tem 88 quartos projetados individualmente no coração de TriBeCa. Internet e chamadas locais de telefone gratuitas, e nos quartos com diárias a partir de US$ 495, você pode até escolher o jornal local.

Para se hospedar em um hotel-butique, mas com diária mais baixa, experimente o Gild Hall (15 Gold Street; 212-232-7700; thompsonhotels.com), um membro dos Thompson Hotels, onde quartos com pé-direito de 3,5 metros e banheiro com piso de mármore custam apenas US$ 179 por noite nos fins de semana.