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Principal símbolo da Bélgica, estátua de menino fazendo xixi pode ser falsa

Colocada no centro de Bruxelas, peça é símbolo da cidade e atrai milhares de turistas - BBC
Colocada no centro de Bruxelas, peça é símbolo da cidade e atrai milhares de turistas Imagem: BBC

07/08/2015 13h10

Pesquisadores estão tentando descobrir se a estátua mais famosa da Bélgica, o Manneken Pis, é mesmo a original feita em 1619. Medindo cerca de 60 centímetros de altura, ela mostra um menino urinando e fica localizada em uma fonte no centro de Bruxelas, onde é uma das maiores atrações turísticas da cidade.

A estátua foi colocada ali há cerca de quatro séculos, mas, de tanto ser vandalizada, foi substituída por uma réplica nos anos 1960. Sua versão original está no Museu da Prefeitura de Bruxelas, contudo, após várias especulações sobre sua história, a Vrije Universiteit Brussel resolveu investigar se ela também não seria falsa.

Segundo historiadores, a estátua original foi feita pelo escultor local Jérôme Du Quesnoy, o Idoso, em 1619. Adam Fleming, repórter da BBC em Bruxelas, diz que ninguém sabe ao certo qual seria a explicação por trás da imagem do menino fazendo xixi.

Para uns, trata-se da representação de uma criança nobre urinando sobre inimigos da família, para outros, ela cita o caso de uma criança que salvou a cidade ao urinar sobre o pavio de explosivos. "Ninguém sabe, mas ele está aqui há 400 anos", diz Fleming.

Desaparecida
A estátua original foi vandalizada e encontrada em um canal em 1966, quebrada em dois pedaços. Desde então, ela se encontra no Museu da Prefeitura de Bruxelas, onde foi restaurada e apresentada ao público em 2003.

No entanto, pesquisadores belgas, após análises recentes da estátua e de documentos arquivados, desconfiam que esta também não é mais a original esculpida por Du Quesnoy em 1619. "Na história do Manneken Pis há muita informação contraditória", disse a historiadora da arte Géraldine Patigny, que está tentando descobrir a se a escultura é verdadeira ou não.

A história atribulada da estátua dificulta a pesquisa. Além disso, sabe-se que foram feitas várias cópias dela. Algumas na época de Du Quesnoy, outras, em séculos posteriores.

Acredita-se também que o Manneken Pis tenha sido "sequestrado" algumas vezes - aparentemente por soldados ingleses no século 18, e por uma pessoa condenada à prisão no século 19. Mas sempre foi resgatado e recolocado no seu pedestal. Como parte das análises, a estátua do museu passará por um exame de espectroscopia fluorescente por raios-X.

"Temos que checar, por exemplo, se há a presença de níquel", relata a pesquisadora Amandine Crabbé. "Se houver, então é uma cópia. Se não, então há uma chance maior de ser o original. Por isso começamos com análises não invasivas".

Os resultados iniciais serão publicados dentro de algumas semanas. A próxima etapa das análises será mais invasiva: um pequeno pedaço da estátua terá de ser cortado para um exame de seus componentes.