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Ilha de Itaparica: o que fazer e como chegar no charmoso "Caribe baiano"

Um mar caribenho em vários tons - Ana Paula Garrido
Um mar caribenho em vários tons Imagem: Ana Paula Garrido

Ana Paula Garrido

Colaboração para o UOL

24/02/2018 14h13

Um mar caribenho, transparente e em vários tons, com águas mornas e tranquilas, casarões centenários com arquitetura preservada e charmosas ruas de paralelepípedo. A ilha de Itaparica, na Bahia, é um lugar com vizinhos com cadeiras nas calçadas curtindo a brisa do mar. 

A maior ilha da Baía de Todos os Santos está a 13 quilômetros de Salvador por via marítima. É cercada por arrecifes de corais, tem uma exuberante vegetação tropical, manguezais e lindos coqueirais. Até hoje sua beleza exerce fascínio e uma conexão mágica com todos que passam por lá.

Onde ir

Casinhas coloridas e ruas de paralelepípedo  - Ana Paula Garrido - Ana Paula Garrido
Casinhas coloridas e ruas de paralelepípedo
Imagem: Ana Paula Garrido

Com o sol garantido quase o ano inteiro, a ilha é um bom programa em qualquer época, mas no verão ela fica mais movimentada com a chegada dos veranistas. 

O que fazer

Além de ser um destino que convida a contemplar cada movimento do sol, do mar e da lua, Itaparica também tem muita história e a pequena cidade pode ser explorada em apenas um dia.

A charmosa praça do Campo Formoso - Ana Paula Garrido - Ana Paula Garrido
A charmosa praça do Campo Formoso
Imagem: Ana Paula Garrido

Comece o passeio pelo Campo Formoso, passando por uma pracinha com casas coloridas e históricas. Siga em direção à Praça dos Veranistas pelas ruas de paralelepípedo que ainda revestem todos os caminhos da cidade, passando pela rua do Grande Hotel e da Biblioteca. 

Aprecie a maravilhosa vista que se abre em frente à praça com lindas árvores de flamboyants cobertas de flores vermelhas em contraste com o mar. Olhando para a direita, dá para contemplar a cidade de Salvador e uma parte da bela praia de Ponta de Areia. 

O Boulevard

Siga para a esquerda, caminhando pelo jardim da Casa Rosa em direção ao charmoso Boulevard, a rua mais charmosa e tradicional da cidade, arborizada e de frente para a praia, onde ainda se vê alguns exemplares preservados de casarões do século 19. 

As praias

Quando a maré enche o mar fica quentinho  - Ana Paula Garrido - Ana Paula Garrido
Quando a maré enche o mar fica quentinho
Imagem: Ana Paula Garrido

Na frente do Boulevard, se a maré estiver cheia, não resista a dar um mergulho e apreciar a delícia de uma enorme piscina de água morna e transparente. 

Se a maré estiver vazia, aproveite para se divertir na areia, cavando com as mãos até encontrar centenas de “chumbinhos”, as pequenas conchas fechadas do marisco, que rendem uma deliciosa moqueca para o almoço. 

Siga em direção à próxima praça, onde está a Praia do Forte, que costuma receber mais gente e tem estrutura de barraquinhas e baianas de acarajé em ambiente bem improvisado e descontraído.

Não deixe de pedir o picolé do Picolaishon, a maior atração da praia, com seu chapéu imenso e carrinho de picolé com som de trio elétrico, o divertido rapaz tem conversa animada, põe os banhistas para dançar e joga picolés para as crianças quando elas estão no mar.

Um pouco mais afastada, a Praia da Ponta de Areia é a preferida para quem faz passeios de escuna.

O Forte de São Lourenço

O Forte de São Lourenço - Ana Paula Garrido - Ana Paula Garrido
Imagem: Ana Paula Garrido

O belo Forte de São Lourenço debruçado na curva da praia onde antes era conhecido como Ponta da Baleia, foi reconstruído sobre as ruínas da antiga fortificação holandesa no início do século 18.

Dele partiram alguns dos ataques que frustraram o desembarque das esquadras portuguesas no dia histórico da vitória dos Itaparicanos sobre os Lusitanos em 7 de janeiro de 1823.

Casa do Escritor João Ubaldo

Do lado oposto, veja onde o escritor João Ubaldo passava seus dias de ócio, na sua casa, deitado na rede entre as mangueiras. Imagine quanta inspiração e quantas obras devem ter começado ali.

O Solar do Rei 

Solar do Rei recebeu hóspedes ilustres  - Ana Paula Garrido - Ana Paula Garrido
Imagem: Ana Paula Garrido

Continuando o passeio em direção à ponte, observe a beleza do forte, a calma prainha entre ele e a ponte e o lindo casarão amarelo conhecido com Solar do Rei. Construído pelo armador de Baleias, João Francisco de Oliveira no início do século 17. A casa hospedou figuras ilustres, dentre elas, nada menos que D. João VI em 1808, D. Pedro I em 1826 e D. Pedro II em 1859, que na época esteve lá para visitar um importante depósito de pólvora abrigado na ilha.

Ponta das Baleias

Além do mar, aprecie a beleza da Capelinha de Nossa Senhora da Piedade, em estilo neogótico, reinaugurada em 1923 no centenário da Independência, como gratidão à histórica vitória sobre os portugueses.

Entre pelo colorido beco das Beatas em direção à Igreja de São Lourenço, a mais antiga na cidade de Itaparica, construída pelos armadores de baleia no início do século 17. E a igreja do Santíssimo Sacramento que foi construída no final do século 18.

Pôr do sol no mar 

Ver o sol se pôr no mar - Ana Paula Garrido - Ana Paula Garrido
Ver o sol se pôr no mar
Imagem: Ana Paula Garrido

Conheça o artesanato da ilha no casarão histórico que também abriga a prefeitura e depois, tome um sorvete enquanto assiste a um lindo pôr do sol na praça onde João Ubaldo reunia os amigos para um delicioso almoço do bar do Negão.

Mercado e calçadão

Seguindo em direção à Marina, caminhe pelo calçadão à beira mar, passando pelo antigo mercado, sempre cheio pela manhã onde veranistas e moradores costumam comprar peixes e mariscos frescos. Tome uma água de coco enquanto contempla o mar ou se estiver com fome, faça uma pausa gastronômica em um dos restaurantes da Marina.

Fonte da Juventude

Em frente à Marina está a famosa Fonte da Bica, que desde o início do século 18 ficou conhecida pela “pureza da água santa” e das propriedades minerais de sua água, recomendada para cura de doenças, principalmente para os distúrbios digestivos.

Por muito tempo também passou a ser chamada de “Fonte da Juventude”. No azulejo, a frase “Êh! Água fina, faz velha virá menina”. 

Banhos de Lama

Além das águas mineiras curativas, Itaparica também já foi conhecida pelos banhos de lama da antiga praia do Convento, consideradas milagrosas para a cura de algumas doenças.

Pescadores saem cedo para jogar suas redes no mar  - Ana Paula Garrido - Ana Paula Garrido
Imagem: Ana Paula Garrido

Onde ficar

Para quem procura mais conforto e sofisticação, o Clube Med continua em destaque, apesar de não ficar na cidadezinha de Itaparica. Hospedagem com bom custo benefício oferece o Grande Hotel de Itaparica, inaugurado em 1954, foi inteiramente reformado e hoje é administrado pelo Sesc. O antigo Hotel Icaraí tem uma privilegiada localização frente ao mar. Também há pousadas em diferentes praias como Ponta de Areia.

Como chegar

Ferry-boats - de hora em hora partem do Terminal Marítimo de Salvador até Bom Despacho na ilha. Aproximadamente 60 minutos de viagem para travessia de passageiros e carros.

Lancha de Mar Grande - como são conhecidas as embarcações com capacidade para aproximadamente 100 passageiros, partem do Terminal Marítimo em frente ao Mercado Modelo em Salvador até Mar Grande - aproximadamente 40 minutos

Escunas, lanchas e catamarãs - Também é possível alugar lanchas, catamarãs e escunas que fazem o trajeto, em agradáveis passeios por belas ilhas no trajeto.

De carro - A ilha também pode ser acessada por terra, pela BR-324 saindo de Salvador, o percurso é de cerca de 270 km.