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Livro ensina como escapar de roubadas nas viagens - até durante a crise

Hermés Galvão durante viagem a Marrocos (à esq.) e no Mar Morto, na Jordândia (à dir.) - Divulgação/Editora Record
Hermés Galvão durante viagem a Marrocos (à esq.) e no Mar Morto, na Jordândia (à dir.) Imagem: Divulgação/Editora Record

Juliana Bianchi e Denise de Almeida

Do UOL, em São Paulo

14/06/2016 23h21

Você se prepara para as férias, compra passagens, reserva a hospedagem, paga passeios e estuda todo o roteiro. Ainda assim, não está livre de se enfiar em uma roubada (ou em várias). Passa horas espremido em uma poltrona da classe econômica, cercado de uma excursão barulhenta e degustando uma comida com gosto de “forno sujo”, como descreve o jornalista Hermés Galvão no livro “Como Viajar em Tempos de Crise Financeira e Existencial”, recém-lançado pela editora Record (mais abaixo, leia um trecho do livro).

Definido como um “anti-guia de viagem” e com texto debochado e nada politicamente correto, foi escrito com base nas experiências que o autor viveu ao redor do mundo. Aborda desde o comportamento dos turistas, as piores companhias aéreas, hábitos nos aeroportos e as atrações dos destinos, destacando o que certamente será uma “furada”.

Mostra também que a falta de dinheiro não é motivo para adiar viagem alguma. É em momentos como esse que as pessoas se mostram mais criativas. “O mundo inteiro está duro. E quem não está sem dinheiro vive de forma austera. Então as pessoas não se incomodam de dar boas dicas de como conhecer a cidade gastando pouco. É uma cooperativa global. Mas é preciso estar aberto e se comunicar”, afirma Galvão. 

Dicas para a sua próxima viagem

O primeiro passo no planejamento parece óbvio, mas muita gente ainda se esquece: “viaje na contramão dos grandes fluxos, o que inclui baixa temporada e voos no meio da semana”, diz o escritor. Se puder optar por um destino menos óbvio, melhor ainda. 

O jornalista e escritor Hermés Galvão, em viagem a Machu Picchu, no Peru - Divulgação/Editora Record - Divulgação/Editora Record
O jornalista e escritor Hermés Galvão, em viagem a Machu Picchu, no Peru
Imagem: Divulgação/Editora Record

Além de se livrar das hordas de turistas, você ainda vai economizar em transporte e hospedagem, que geralmente ficam mais caros nesse período. Uma boa ideia é acompanhar aplicativos como o Hopper, que ajuda a prever o melhor momento de compra a partir de um mapa de tarifas de todas as companhias, e o site Trivago, que traz serviço semelhante, mas ligado a hotéis.

Couchsurfing e albergues também são uma opção, mas se você não está mais no clima mochileiro topa-tudo, eles podem pode não ser a melhor escolha. “Lembre-se de que foto não tem cheiro”, aponta Galvão. Se essas forem as únicas saídas, opte por um quarto individual e acorde cedo para tentar ser o primeiro a tomar banho após a limpeza nos albergues, e preste bem atenção aos comentários antes de escolher seu anfitrião.  

Explorar os mercados também ajuda a fazer boas refeições a baixo custo. Mas não se limite aos mais famosos e turísticos. Descubra onde estão as melhores ofertas e divirta-se explorando iguarias locais, enlatados diferentes e embalagens com porções individuais até de vinho.

Nas cidades grandes, onde a entrada dos museus pode custar todo o seu orçamento semanal, alimente-se de cultura alternativa. Explore galerias de arte, mostras em locais públicos e shows gratuitos que sempre compõem o calendário local. Faz questão de entrar em determinado museu famoso? Procure pelas promoções e dias de entrada liberada. No Reina Sofía, em Madri, por exemplo, o passe é livre diariamente entre 19h e 21h.  Já no MoMA, de Nova York, o dia “free” é quinta, das 16h às 20h, mas prepare-se para longas filas.

Leia um trecho do livro

"Longas viagens na classe econômica são uma prova cabal de resistência humana, afinal a experiência de viajar enlatado em menos de 1 metro quadrado, entre a sua poltrona e a do viajante à frente, que vai reclinar a dele antes mesmo da decolagem, pode ser similar aos treinos de sobrevivência na selva praticados pelo exército norte-coreano.  

Capa de "Como Viajar Sozinho em Tempos de Crise (...)", de Hermés Galvão - Divulgação/Editora Record - Divulgação/Editora Record
Capa de "Como Viajar Sozinho em Tempos de Crise (...)"
Imagem: Divulgação/Editora Record

Como transformar seu assento e seu espaço na econômica dignos de business? A luta por 10 centímetros a mais pode parecer pouco, mas 12 horas depois de afivelar os cintos você vai agradecer cada milímetro conquistado. Primeiramente, escolha embarcar às terças e quartas, quando os voos são mais vazios. E, antes de viajar, acompanhe o status do seu voo no site da companhia aérea e veja quais assentos já estão ocupados -- se já estiver lotado, corra e garanta um lugar na penúltima fileira, os últimos a serem reservados: as chances de você viajar sem ninguém ao lado e à frente aumentam consideravelmente. Outra: ao fazer o check-in on-line, procure pelas fileiras onde uma das extremidades já esteja ocupada e reserve a da outra ponta -- a chance de ninguém ir no meio é grande, a não ser que você esteja indo para Orlando. Bem, mas se você resolveu ir para Orlando é porque pouco está ligando se vai viajar sentado, em pé, de cócoras ou no compartimento acima da sua cabeça, certo?”