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Aeromoça muçulmana afirma ter sido suspensa após se recusar a servir álcool

Outra funcionária alegou que a colega não estava cumprindo com os seus deveres - Reprodução/CNN
Outra funcionária alegou que a colega não estava cumprindo com os seus deveres Imagem: Reprodução/CNN

Do UOL, em São Paulo

07/09/2015 14h53

A comissária de bordo muçulmana Charee Stanley diz que a companhia aérea ExpressJet a suspendeu por ela se recusar a servir álcool durante os voos. De acordo com o site da CNN, na tentativa de conseguir o emprego de volta, ela entrou com uma queixa de discriminação na Equal Employment Opportunity Commission, pedindo também pela readequação de suas atividades.

Lena Masri, advogada de Charee, defende que sua cliente apenas quer fazer o seu trabalho sem servir álcool, em conformidade com a sua fé - assim como fazia antes da suspensão. "Ninguém deveria ter que escolher entre a própria carreira e a religião, sendo incumbência dos empregadores fornecer um ambiente seguro para que seus funcionários possam praticá-la livremente", ressalta.

Atualmente com 40 anos, a comissária de bordo começou a trabalhar para ExpressJet há quase três. Um ano depois, ela se converteu ao islamismo e, em 2015, aprendeu que sua fé a proíbe não apenas de consumir álcool, mas também de servir a bebida. Para resolver a questão, Charee procurou seu supervisor, em 1 de junho, tentando elaborar um plano para que alguém atendesse às solicitações dos passageiros em seu lugar.

"Desta forma, ela começou um acordo com outra aeromoça de plantão para que, quando um passageiro solicitasse álcool, esta ficaria responsável por atender o pedido", disse Masri. "Sabemos que estava funcionando muito bem e sem incidentes, não causando qualquer encargo indevido para a companhia aérea. Afinal, foi uma sugestão da própria empresa."

Outro lado
Parecia estar funcionando, até que outra comissária de bordo apresentou uma queixa contra Charee em 2 de agosto. Ela alegou que a colega não estava cumprindo com os seus deveres por se recusar a servir álcool. Na denúncia, a funcionária também alegava que Charee tinha um livro com "escritos estrangeiros" e usava um acessório na cabeça.

Em 25 de agosto, a companhia enviou uma carta informando-a de que estava revogando o tal acordo para excluí-la do serviço de álcool e a colocou em licença administrativa. "Trata-se de uma licença sem vencimento, mas seu contrato pode ser rescindido após 12 meses", disse Masri. "Estamos solicitando que Charee seja reintegrada em sua função, incluindo a volta do tal acordo".

Um porta-voz da ExpressJet se recusou a comentar a reclamação da funcionária. "Abraçamos e respeitamos os valores de todos os membros da nossa equipe. Como A Sra. Stanley é um dos funcionários e, por isso, não podemos comentar sobre seus assuntos pessoais ", disse Jarek Beem por e-mail.