Topo

Sabia que até o Vaticano tem tour gay? Conheça atrações

Do UOL, em São Paulo

29/06/2015 18h43

Se você é daqueles que boicotam marcas de cosméticos que mostram casais homossexuais e se incomodam quando pintam as fotos de Facebook com as cores do arco-íris, saiba que gays historicamente estão por toda parte, inclusive em pontos considerados sagrados até mesmo pelos mais fervorosos cristãos. É o que mostra um tour criado pela agência de viagens Quiiky, voltada ao público LGBT, pela sede da Igreja Católica Apostólica Romana, o Vaticano.

Há indícios de que a maior parte dos artistas da Renascença, corrente cultural que mudou a história europeia entre os séculos 14 e 17, eram homossexuais. Este fato teve grande influência na obra de grandes nomes das artes, como Rafael, Michelangelo e Leonardo da Vinci, autores de algumas das mais famosas obras espalhadas pelo Museu do Vaticano. E é justamente pela história escondida em estátuas e afrescos da Santa Sé que segue o passeio.

Um dos principais exemplos está na mais famosa obra de Michelangelo, a pintura no teto da Capela Sistina. De acordo com os guias do tour, a obra concluída no ano de 1541, que mostra a versão do artista do Juízo Final baseado na narrativa bíblica, esconde detalhes como beijos gays, tanto entre as almas condenadas, à esquerda, quanto entre os anjos, à direita. Isso além de sua fixação em retratar o corpo nu de homens em suas obras.

Em algumas pinturas, não fica claro se a figura retratada é homem ou mulher, o que é considerado uma referência às pessoas transgênero. A obra de Rafael, Transfiguração, é um exemplo. “É como um Jesus mulher”, afirmou o guia do tour, Tiberio Tassinari, para o site americano Yahoo Travel

A homossexualidade também estaria presente em obras muito mais antigas que o Renascimento, como nos bustos do imperador romano Hadrian e seu protegido (e amante) Antinous, um dos mais famosos casais gays da antiguidade. Assim como a estátua Apoxyomenos, criada por Lysippus, um escultor da corte de Alexandre o Grande, um ícone homossexual.

Para saber mais sobre essa história escondida pela Igreja Católica (os tours tradicionais dizem que Michelangelo era "casado com a arte"), o tour custa 105 euros, incluindo as entradas nos museus do Vaticano e na Capela Sistina, além de um drinque em um bar gay-friendly nos arredores de Vaticano. Para grupos de dez ou mais pessoas, o preço cai para 45 euros por pessoa. Reservas podem ser feitas no site da agência.