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Conheça os melhores roteiros para viajar de bike no Brasil e no exterior

Quem vai de bike pode chegar a lugares que outros meios de transporte não alcançam - Arquivo Pessoal
Quem vai de bike pode chegar a lugares que outros meios de transporte não alcançam Imagem: Arquivo Pessoal

Amanda Sandoval e Louise Vernier

Do UOL, em São Paulo

19/05/2015 15h47

Aproveitar os dias livres para explorar um destino sobre duas rodas pode render uma experiência completamente diferente. Para quem está disposto a incrementar o passeio com uma boa de aventura, os roteiros com bicicleta são um ótimo investimento. “Com a bicicleta, é possível chegar a locais inacessíveis a outros meios de transporte. Além disso, o contato com o local é muito mais próximo sobre duas rodas, o que faz o passeio se tornar ainda mais especial”, afirma a professora de educação física Adriana Nascimento, 39, que é adepta do turismo com bike há 25 anos.

A engenheira florestal Marisa Terezinha Pereira, 60, mais uma amante desse tipo de viagem, vai além: “A bicicleta nos permite enxergar paisagens de ângulos não vistos quando passamos de carro, por exemplo. Além disso, encontramos pessoas de diferentes costumes e paramos a qualquer hora para bater uma foto. É fantástico”. Em uma de suas viagens, Marisa já pedalou 550 quilômetros em seis dias. “O roteiro é conhecido como Via Cláudia Augusta. Começa na Alemanha, cruza a Áustria, a Suíça e a Itália”, conta.

Pedale pelo Brasil e pelo mundo
O UOL Viagem conversou com praticantes e as agências Adventure Club e Bike Expedition, especializadas nesse tipo de prática, e indica os melhores roteiros para fazer com bike, no Brasil e no exterior. Confira!

Caminho dos diamantes (MG) 

roteiro com bike; caminho dos diamantes - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Antiga passagem de tropeiros e bandeirantes, a Estrada Real foi a principal rota de escoamento de diamantes, ouro e outros minerais brasileiros, no século 18. Nesse percurso, o turista conhece cidades históricas de Minas Gerais e a Serra do Cipó, com riqueza de flora, fauna e cachoeiras. O trajeto é considerado leve e o roteiro dura oito dias, começa na Serra do Cipó e vai em direção à cidade de Diamantina.

Caminho da Fé (SP e MG) 

roteiros com bike; caminho da fé - Tocos do Moji - Tocos do Moji
Imagem: Tocos do Moji

Inspirado no Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, é destinado às pessoas que fazem peregrinação ao Santuário Nacional de Aparecida. São 497 quilômetros e, desses, quase 300 pela Serra da Mantiqueira. Durante o trajeto, que tem um quê de misticismo, o turista, em contato com a natureza, pode refletir sobre aspectos de sua fé e até lidar com algumas dificuldades, que simbolizam os percalços da vida.

Caminho da Luz (MG) 

roteiros com bike; caminho da luz - Abraluz - Abraluz
Imagem: Abraluz

O roteiro começa em Tombos e termina no Pico da Bandeira e possui aproximadamente 200 quilômetros de distância, atravessando as montanhas de Minas. No caminho, os ciclistas visitam fazendas centenárias, matas, cachoeiras, santuários e estações ferroviárias antigas. É preciso inscrever-se para pedalar pela região, que leva menos de uma semana para ser atravessada de bicicleta.

Luberon – Provence (França) 

roteiros com bike; luberon provence - Bike Expedition - Bike Expedition
Imagem: Bike Expedition

Luberon é uma cadeia de montanhas em Provence, região que guarda reminiscências da Idade Média. Os turistas podem pedalar cerca de 150 quilômetros durante a viagem para conhecer Apt, Bonnieux, Menerbes, Lacoste, Village dês Bories, Gordes, Abbaye de Senanque, Les Bassacs e Manosque – vilas da região. O nível do percurso é considerado moderado.

Vale do Loire (França) 

roteiros com bike; vale do loire - Bike Expedition - Bike Expedition
Imagem: Bike Expedition

Durante a viagem, os visitantes passam por Clos Lucé, última moradia de Leonardo da Vinci, que guarda todas as suas invenções, além da Floresta de Amboise, Chenonceaux, Bourrée, Chaumontsur Loire, Blois, Chambord, entre outras atrações. Os percursos percorridos de bicicleta são de intensidade leve. Ao todo, os viajantes chegam a pedalar cerca de 110 quilômetros.

Holanda e Bruges 

roteiros com bike; holanda e bruges - Getty Images - Getty Images
Imagem: Getty Images

De Amsterdam a Maastricht, o roteiro oferece visitas a cidades com vilas típicas, em que o turista tem a oportunidade de conferir paisagens inusitadas e românticas. Ao fim da viagem, há tempo para um passeio de 60 quilômetros pelo Vale do Rio Geul – onde Holanda, Alemanha e Bélgica se encontram – para chegar em Bruges, na Bélgica. São 200 quilômetros de pedaladas moderadas. 

Para curtir esse tipo de aventura, além de saber andar de bicicleta, o viajante deve estar bem preparado fisicamente. “O grau de condicionamento necessário vai variar de acordo com a dificuldade e o tamanho do percurso”, declara Rodrigo Langeani, educador físico da Universidade Federal de São Carlos. De acordo com Michel Garcia, professor de educação física da Academia Just Fit, de São Paulo, exercícios aeróbicos que promovem condicionamento cardiorrespiratório, como a bicicleta ergométrica, e de força - com ênfase nos membros inferiores, para desenvolvimento da resistência muscular - são os mais indicados nesse caso.

Prepare-se antes da aventura
Um sedentário que desejar percorrer trajetos mais curtos pedalando levará em torno de três meses para estar apto a fazer um roteiro de dois a três dias, treinando duas horas por dia, três vezes na semana. Já percursos mais difíceis, que levam desde semanas até um mês, requerem, no mínimo, seis meses de preparo.

Segundo Langeani, a preparação envolve não apenas a parte física, mas também técnica. “O turista deve ter noções básicas de pilotagem e de ciclismo no trânsito”, orienta. Além disso, fazer um check-up antes da viagem também é importante. “Realizar exames de rotina, como teste ergométrico e eletrocardiograma ou avaliação física, ajuda a detectar patologias que impedem a prática ou exigem cuidados específicos”, alerta Garcia.

A sugestão de Marisa para se adaptar é iniciar com pedaladas curtas e, aos poucos, aumentar a distância e o grau de dificuldade do terreno. “Procurar grupos de pedalada na cidade em que mora é uma boa maneira de iniciar também”, aconselha a engenheira florestal. Já Adriana sugere buscar mais informações sobre o roteiro que se deseja fazer. “Verifique como é o clima local, a distância do percurso e faça um planejamento, como em uma viagem comum”, aconselha.

De olho nos acessórios
É importante usar alguns equipamentos para garantir a segurança durante o trajeto. Roteiros curtos podem ser feitos com roupas comuns, mas viagens longas exigem roupas de ciclismo, que são mais confortáveis. “Camisa e bermuda de ciclismo com forro, sapatilhas especiais, óculos escuros, capacete, luvas e garrafinha de água são indispensáveis”, afirma Langeani. Se não estiver com a sua bicicleta - geralmente as empresas de turismo que oferecem roteiros de bicicleta alugam o equipamento - confira se os freios estão em dia, se a magrela tem espelho retrovisor, buzina e luzes sinalizadoras dianteiras e traseiras.

“Nunca economize em equipamentos de segurança e leve consigo casaco e capa de chuva, pois saímos pela manhã e à tarde o tempo pode mudar”, alerta Adriana. “Vale investir, ainda, em uma mochila de hidratação, que transporta água e é mais prática que a garrafinha”, completa.