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Na Holanda, túmulos de 'mãos dadas' unem casal separado por religião

O marido era protestante. A esposa, católica. E, impedidos de serem enterrados juntos em cemitério de cidade holandesa, eles conseguiram ficar "unidos" após a morte - Frank Janssen/Creative Commons
O marido era protestante. A esposa, católica. E, impedidos de serem enterrados juntos em cemitério de cidade holandesa, eles conseguiram ficar "unidos" após a morte Imagem: Frank Janssen/Creative Commons

Do UOL, em São Paulo

25/03/2015 12h34

Nem a morte foi capaz de separar o militar J.W.C. van Gorcum de sua esposa J.C.P.H. van Aefferden. Os dois foram moradores da cidade holandesa de Roermond no século 19 e, no fim da vida, enfrentaram um dilema: ele era protestante e ela, católica. 

A diferença confessional que não os impediu de passar 38 anos juntos seria um empecilho na hora da morte. No cemitério de Roermond, cada religião tinha seu espaço: protestantes não podiam ser enterrados junto com católicos.

J.W.C. van Gorcum faleceu em 1880 e foi sepultado perto do muro que até hoje divide jazigos das duas religiões. Antes de morrer, em 1888, sua esposa conseguiu um túmulo do outro lado do muro, na área católica, bem na altura em que estava seu marido. Sua lápide foi erguida de maneira idêntica à de J.W.C. van Gorcum, com o topo do monumento ultrapassando a altura do paredão. 

Para mostrar que nem a morte e nem a religião poderiam separar o casal, duas mãos dadas foram colocadas entre as lápides, em uma intervenção que transformou o cemitério de Roermond em atração turística na cidade.

Roermond fica no sul da Holanda, a cerca de 180 quilômetros de Amsterdã.