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Colher uvas sob a luz do luar é experiência inusitada na Serra Gaúcha

Eduardo Vessoni

Do UOL, em Bento Gonçalves (RS)

25/02/2015 20h14

Avental preto bem amarrado ao corpo, tesoura sem ponta em uma das mãos, lanterna sobre a cabeça (daquelas típicas de mineiros) e dezenas de videiras carregadas. A meta da noite é encher uma das caixas amarelas com 18 kg de uvas recém-colhidas.

A cena soa familiar, sobretudo para iniciados no mundo dos vinhos. Mas no lugar de agricultores com chapéus de palha e muito trabalho pela frente, entram os turistas excitados com uma das experiências mais inusitadas do Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha.

Era assim que começava a colheita noturna na Vinhos Larentis, que acontece desde 2013 e permite ao viajante provar a sensação de apanhar uvas em plena temporada da vindima, época de colheita que vai de janeiro até meados de março.

Assim que escurece, logo após a sessão de degustação em uma das salas da vinícola, os corredores dos parreirais vão se iluminando com as lanternas dos visitantes. A fruta foi a responsável por colocar o Vale dos Vinhedos, considerada a maior região vinícola do Brasil, na rota internacional do enoturismo.

A luz demora a focar as videiras, afinal de contas os visitantes demoram a se concentrar na atividade inusitada e se perdem entre selfies e uvas roubadas dos cachos. Mas logo as grandes caixas vão se enchendo de Merlot e Marselan, de acordo com a área escolhida e a temporada de colheita.

Visitantes participam da Colheita Noturna que acontece na vinícola Larentis, na Serra Gaúcha, durante o período de vindima  - Conceitocom Brasil/Divulgação - Conceitocom Brasil/Divulgação
Imagem: Conceitocom Brasil/Divulgação

É tanta animação entre os turistas que a cena vista de fora até parece uma rave ao ar livre, com lanternas que se movimentam no ar, entre videiras, iluminando aqueles corredores verdes carregados de frutas maduras.

E para quem ainda tem fome (e sede) de tradições, o evento termina com um jantar com tábuas de frios, polenta mole com molho de frango (daquelas com sabor de comida de avó) e prova de vinhos.

O único objeto proibido aos visitantes é a brítola, ferramenta afiada usada para arrancar as uvas das videiras. “Como ninguém vai ser aprovado no bafômetro depois da degustação, eu não vou deixar vocês usarem esse canivete”, brinca o enólogo André Larentis, membro da quinta geração da família, cujo trisavô desembarcou no Brasil, proveniente da italiana Trento, em 1876.

Quem também quiser se aventurar na colheita noturna terá mais uma oportunidade no dia 28/2 (veja abaixo). A vinícola ainda oferece outros atividades durante o ano, como o Piquenique nos Vinhedos - com direito a cesto de vime com espumantes, frios, pães, geleias, toalha xadrez e almofada - e “Um dia de poda”, que acontece durante o inverno da Serra Gaúcha, período em que a videira está em repouso e a queda das folhas anuncia o início da nova brotação.

Colheita Noturna na Larentis (Vale dos Vinhedos, Serra Gaúcha)
Quando: Dia 28 de fevereiro, às 18h
Quanto: R$ 120 (inclui colheita noturna, uma garrafa de vinho por casal, jantar e degustação). Vagas limitadas.
Mais informações: www.larentis.com.br

Site do Vale dos Vinhedos
www.valedosvinhedos.com.br

Site de turismo de Bento Gonçalves
www.turismobento.com.br

*O jornalista Eduardo Vessoni viajou a convite da Secretaria de Turismo de Bento Gonçalves, Aprovale e Dallonder Grande Hotel