De chicletes a pênis de veado, conheça ruas bem curiosas pelo mundo

Vagando pelas ruas de um país desconhecido, não é raro se surpreender com algo incrível, bizarro ou nojento. É assim, por exemplo, com quem passeia pelas ruas de Taipei e se depara com cobras sendo descamadas e tendo seu sangue bebido como se fosse suco de laranja, ou quem dirige na Inglaterra e entra em uma rotatória maluca que na verdade são seis, tudo junto e misturado. Tem também as que nem parecem ruas, ou que estão mais para galerias de arte. Tem de tudo nas ruas do mundo e nós destacamos algumas das mais curiosas para você.

Rotatória Mágica - Inglaterra 

Qual a graça de construir uma rotatória para unir cinco ruas convergentes? O engenheiro de tráfego da cidade de Swindon, Frank Blackmore, queria mais. Nasceu assim a Rotatória Mágica. Em uma grande rotatória, cinco outras menores gira, em sentido horário (estamos falando da mão inglesa) e uma sexta rotatória, no interior de todas elas, gira no sentido anti-horário.

A ideia era facilitar a vida de quem queria ir para a rua do lado, já que não precisaria percorrer toda a rotatória para entrar. Mas Frank conseguiu muito mais. Desde 1972, quando foi criada, sua obra já recebeu diversos prêmios: pior rotatória do Reino Unido, nomeada um dos piores cruzamentos do mundo, e o quarto cruzamento mais assustador do Reino Unido. Mas o fato é que a rotatória tem baixíssimos índices de acidente, já que os carros são obrigados a andar tão devagar que fica difícil não evitar uma colisão.

Baldwin Street - Nova Zelândia 

Está sem tempo para ir à academia? As pernas estão flácidas? Seus problemas acabaram... basta se mudar para a rua Baldwin, na cidade neozelandesa de Dunedin. Ela é considerada pelo Guinness Book a rua residencial mais íngreme do mundo. Com 350 metros de comprimento, sobe 69 metros a uma taxa de 1 metro vertical para cada 2,86 metros horizontais. Para manter a forma basta carregar as compras do supermercado até a última das 34 casas que ficam na rua.

Até uma competição foi criada e é realizada anualmente para ver quem sobe e desce a rua em menor tempo. Só não é aconselhável tentar descer em um carrinho ou coisa que o valha: em 2001, dois estudantes tentaram realizar a façanha em uma lata de lixo com rodas e a brincadeira terminou em um trágico acidente. Para evitar problemas, o asfalto da rua ganhou até um tratamento especial, evitando que carros deslizem.

Norderstraße - Alemanha 

A brincadeira de criança de jogar os sapatos na fiação elétrica foi evada a outro nível na cidade de Flensburg, próxima à fronteira com a Dinamarca. Centenas de calçados dos mais variados tipos ficam pendurados sobre a cabeça dos transeuntes, sempre ganhando novos itens deixados por turistas e moradores locais.

Dizem que tudo começou como um projeto artístico, ganhando o nome de shoefiti (junção da palavra shoe - sapato, em inglês, e graffiti). Outros dizem que o proposito é menos nobre, já que a rua também é frequentada por vendedores de drogas ilícitas e os sapatos seriam um sinal dos traficantes de que os clientes estão no lugar certo. Independente do motivo, a rua já virou um marco de Flensburg.

Spreuerhofstraße - Alemanha 

No ano de 1726, um incêndio destruiu 80% da cidade de Reutlingen, na Alemanha. Após a reconstrução de um espaço que era usado como o celeiro de um antigo hospital sobrou uma passagem de pouco mais de 30 centímetros de largura e 3,8 metros de comprimento. A vielinha ganhou nome: Spreuerhofstraße, mas era mantida no esquecimento, cercada por casas abandonadas, até 2007.

Foi nesse ano que representantes do Guinness Book a reconheceram como a rua mais estreita do mundo. Desde então, o dia a dia da ruazinha mudou. Alçada a atração turística, dizem que até o antigo presidente chinês Hu Jintao já se espremeu pela viela. Agora o esforço é para recuperar as casas abandonadas no entorno, impedindo que elas desmoronem e, assim, ponham fim ao recorde.

Rue Canusa - Canadá 

Aparentemente é uma rua normal em um bairro residencial. Mas a linha que divide a via é mais do que uma simples sinalização do sentido dos carros. Ela marca a fronteira de Vermont, nos EUA, com Quebec, no Canadá. Diz a lenda que a separação é obra de pesquisadores bêbados que queriam fazer graça.

Durante muito tempo um prédio no final da rua, dividido pela fronteira, foi a única agência de correios internacional do mundo. Uma porta de cada lado da fronteira servia a um país. Mas desde 11 de setembro de 2001, com o ataque às Torres Gêmeas, e o endurecimento do controle de fronteiras nos EUA, a brincadeira começou a perder graça. Portões foram instalados nos limites da via e há relatos de cobrança de passaporte para moradores que quiseram visitar familiares do outro lado da rua.

Beco do Chiclete - EUA 

A cidade de San Luis Obispo, na Califórnia, guarda uma atração turística que é, no mínimo, bem nojenta. Uma viela de 21 metros de comprimento com muros com mais de 4,5 metros cobertos com chiclete mastigado. A origem é desconhecida, mas há quem diga que vem desde os tempos da Segunda Guerra Mundial.

O fato é que desde a década de 70 a rua do chiclete está bem estabelecida. A principio os comerciantes locais fizeram cara feia, com tentativas frustradas de limpeza da viela. Atualmente eles agradecem a atividade desagradável de turistas e moradores, já que aumentou o trânsito de pessoas pelo local e, consequentemente, as vendas.

Heidelberg Street - EUA 

Depois de uma temporada no exército, o artista Tyree Guyton encontrou a rua em que cresceu, no lado leste de Detroit, praticamente em ruínas. O que era antigamente uma rua de trabalhadores, estava tomada pela violência, abandono, racismo e miséria, em uma área em que pelo menos 75% viviam abaixo da linha da pobreza. Encorajado por seu avô, ele iniciou a limpeza de lotes e casas abandonadas e transformou objetos que encontrava em arte, além de pintar as casas com cores diversas.

Isso foi em 1986. Quase 29 anos depois, a rua foi transformada em uma verdadeira galeria de arte a céu aberto. Onde antes pessoas evitavam passar mesmo à luz do dia, passou a atrair visitantes, aumentando a auto-estima dos moradores. Apesar de enfrentar obstáculos, como a demolição de algumas casas pela prefeitura e o incêndio criminoso de algumas obras, o projeto continua dando resultado. Desde que foi implementado, não foram relatados crimes graves na rua Heidelberg.

Beco da Cobra - Taiwan 

De um lado uma cobra é descamada, do outro, alguém bebe o sangue do animal. Mais à frente a iguaria é vinho de pênis de veado. É assim no Beco das Cobras, em Taipei. Localizado no mais antigo distrito da cidade, Wanhua, a ruazinha de dois quarteirões, abriga o Mercado Noturno Huaxi, especializado em comidas tradicionais chinesas que espantam até o mais calejado turista.

Entre os pratos estão carne e sangue de cobra e tartarugas e o já mencionado vinho (que consiste no órgão do animal desidratado embebido em álcool). Com direito a um portal tipicamente chinês na entrada, enfeitado pelas tradicionais lanternas, é a mais antiga atração turística de Taiwan.

Angel Place - Austrália 

No processo de revitalização de espaços abandonados na cidade de Sidney, Austrália, a prefeitura da cidade implantou nova pavimentação na rua Angel Place, aprimorou a iluminação e criou espaços para convivência social, como bares, cafés e restaurantes nas calçadas.

Mas o que realmente chama atenção fica acima das cabeças de quem passa por lá. Nada menos do que 120 gaiolas de pássaros flutuantes foram instaladas pelo projeto artístico Forgotten Songs. De lá, ecoam constantemente sons de 50 pássaros que costumavam habitar a região - antes do crescimento da cidade os expulsar para outros cantos ou os levar à extinção. A obra faz parte de um conjunto de 250 instalações de arte a céu aberto instaladas na cidade.

Ebenezer Place - Escócia 

Quando construído, em 1883, o hotel Ebenezer Place posicionou sua entrada em seu menor lado, espremido entre duas ruas perpendiculares. Um espaço de pouco mais de dois metros separava a rua.

O dono do hotel foi instruído pelas autoridades a pintar o nome da rua em frente à fachada. Nasceu assim a menor rua do mundo. Em 2005 ela foi incluída no Livro dos Recordes. Hoje, o endereço guarda somente um estabelecimento, Nº1 Bistro, parte do Mackays Hotel.