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Polêmico, "pau de selfie" capta novos ângulos de sua viagem; saiba usar

""Pau de selfie"" também foi flagrado no Réveillon na Times Square, em Nova York - Hiroko Masuike/The New York Times
''Pau de selfie'' também foi flagrado no Réveillon na Times Square, em Nova York Imagem: Hiroko Masuike/The New York Times

Denise de Almeida

Do UOL, em São Paulo

14/01/2015 15h47

Novo queridinho dos brasileiros, o bastão para acoplar câmeras e smartphones é visto com frequência em muitos pontos turísticos pelo mundo. Tudo para garantir cliques perfeitos das férias e, de quebra, exibir-se nas redes sociais.

Com a ajuda do chamado "pau de selfie", turistas conseguem mostrar novos ângulos de cenários famosos e também juntar um grupo grande de amigos em uma só foto. Outros entram na onda só para não ficar fora da mais recente modinha. A procura pelo artefato – que, nos sites brasileiros custa de R$ 60 a R$ 180, em média - tem sido tão grande que vendedores ambulantes oferecem venda e aluguel do equipamento em praias badaladas e, em algumas lojas, o estoque da novidade já começa a ficar baixo.

Mas o uso da novidade também pede cuidados especiais. Na hora de usar o acessório, tenha bom senso: verifique se o bastão não está invadindo uma foto alheia ou se você está atrapalhando o caminho de outros turistas ao esticar o equipamento. Também atente-se a quem está ao seu redor ao tirar a foto: você pode expor crianças desnecessariamente ou ainda incluir alguma cena desagradável que você não deseja mostrar.

Para ajudar quem é adepto do “pau de selfie”, o UOL Viagem ouviu as dicas de Flávio Florido, editor de fotografia do UOL. Confira abaixo. 

UOL Viagem - O que é mais importante na hora de tirar uma boa selfie da viagem?
Flávio Florido - O primeiro ponto que precisamos nos preocupar é a luz. Muitas vezes acontece de não prestarmos atenção de onde ela vem e isso geralmente resulta naquelas fotos em que a pessoa está escura e o fundo aparece bem iluminado. Precisamos olhar para a sombra, tentar perceber de onde vem a luz e se posicionar de frente para ela, para conseguir um melhor enquadramento. 

Extensor para câmeras e smartphones, pau de selfie é nova moda nas viagens - Getty Images - Getty Images
Extensor para câmeras e smartphones, "pau de selfie" é nova moda nas viagens
Imagem: Getty Images

UOL Viagem - O que você deve privilegiar: o cenário ou as pessoas? 
Flávio Florido - Acredito que tanto as pessoas como o local são importantes e precisamos tentar encontrar uma maneira de combinar as duas coisas. Com a ajuda do “pau de selfie” você pode encontrar ângulos inusitados e com isso incluir "pedaços" do local que você está, por exemplo, uma parte de uma estátua ou de uma construção, e isso certamente remeterá ao local.

UOL Viagem - O tamanho do “pau de selfie” faz diferença?
Flávio Florido - A distância do celular ou da câmera faz diferença sim: isso pode permitir enquadrar um espaço maior, mostrando mais elementos do local. Mas muitas vezes você pode tentar se movimentar e até mesmo encontrar posições divertidas para conseguir o mesmo efeito. Acredito que faz parte desse tipo de fotografia a diversão e o ato de fotografar se torna um momento que vai ser lembrado por todos, não apenas pela imagem que foi produzida, mas também pela "confusão" que isso causou.

UOL Viagem - Existe um ângulo ideal para apontar o “pau de selfie”?
Flávio Florido - Sempre precisamos tomar cuidado com a angulação. Se você colocar muito pra cima vai conseguir aquele efeito "Branca de Neve e os Sete Anões" - e você será um dos anões! É uma opção divertida, mas pode se tornar repetitiva e mostra pouco o local que você está, a não ser que esteja num precipício. Já se você adotar uma angulação muito baixa vai simplesmente se tornar um gigante e, em geral, o céu fica como fundo, o que não valoriza tanto o local. O ideal é tentar encontrar uma angulação que permita equilibrar o ambiente com as pessoas.

UOL Viagem - Vale a pena comprar o equipamento ou é melhor pedir para outro turista tirar sua foto?
Flávio Florido - Particularmente prefiro pedir para outra pessoa tirar, já que considero importante em todas as minhas viagens o contato com pessoas que não conheço e que possam se tornar meus amigos e, quem sabe, futuramente me ajudar a conhecer lugares e situações que não conseguiria sozinho. Ao mesmo tempo, em certas situações não incomodar as pessoas pode ser interessante e nesse momento o equipamento funciona bem.

Odiado por uns e amado por outros, o bastão já é vendido por ambulantes nas praias do Brasil - Getty Images - Getty Images
Odiado por uns e amado por outros, o bastão é vendido até por ambulantes nas praias
Imagem: Getty Images
UOL Viagem - Como proceder quando o cenário inclui um monumento grande, como o Cristo Redentor, ou a Estátua da Liberdade? E quando o cenário é uma cachoeira ou praia?
Flávio Florido - Em cenários amplos podemos sempre brincar com a proporção dos objetos. De acordo com o ângulo, você pode ficar maior que o Cristo Redentor ou ainda parecer uma formiguinha na praia. A fotografia digital permite diversas tentativas e assim podemos nos divertir. 

Polêmico
O acessório também causa controvérsias: há quem ache o bastão um exagero - e faça piada nas redes sociais chamando-o de GoPobre, em referência ao nome da marca de câmera pioneira a usar o equipamento, a GoPro. No Reino Unido, o “pau de selfie” já foi banido do estádio londrino White Hart Lane, casa do clube Tottenham Hotspur, por atrapalhar a visão dos demais torcedores e ser considerado uma arma.

Nos aeroportos brasileiros, mais divergência: o bastão pode ou não embarcar como bagagem de mão dentro dos aviões? Há relatos de que alguns “paus de selfie” foram retidos em dezembro, quando as férias começaram, por serem considerados objetos perigosos. O UOL Viagem procurou a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e as principais companhias aéreas para saber qual o procedimento adotado.

A TAM e a GOL informaram que, se o bastão de selfie estiver dentro das dimensões da bagagem de mão, o passageiro pode embarcar com o equipamento na cabine de passageiros. A Azul relatou que segue “o oficio, recentemente publicado pela ANAC, que traz esclarecimentos quanto à inspeção de tripés de câmeras extensores de máquinas fotográficas/celulares e que considera esses objetos como armas. Por isso, o bastão de selfie deve ser despachado e não pode ser levado na bagagem de mão”. As companhias internacionais American Airlines, KLM e Air France não se pronunciaram até o fechamento desta reportagem.

Já a própria ANAC respondeu que o “bastão retrátil próprio para celulares e câmeras fotográficas de pequeno porte pode ser transportado na bagagem de mão se estiver dentro dos limites da bagagem”. O órgão orientou ainda que os objetos devem estar devidamente acondicionados, sem perturbar o conforto e a tranquilidade nem colocar em risco a integridade física das pessoas a bordo.

Sobre a controvérsia, a ANAC disse ter recebido informações de que o acessório estava sendo equivocadamente enquadrado como “bastões retráteis”, item citado e proibido pela Resolução n° 207/2011. “Após esse comunicado, a ANAC orientou os operadores aeroportuários sobre a diferença dos bastões e sobre a permissão do acessório, desde que ele respeite as regras da bagagem de mão”, afirmou ao UOL o departamento de imprensa do órgão. 

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