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Bom planejamento financeiro é o segredo para realizar a viagem dos sonhos

Programar com antecedência e fazer as contas dos gastos ajudam a fazer a viagem tão desejada - Getty Images/iStockphoto
Programar com antecedência e fazer as contas dos gastos ajudam a fazer a viagem tão desejada Imagem: Getty Images/iStockphoto

Por Marina Oliveira e Rita Trevisan

Do UOL, em São Paulo

11/07/2014 16h26

Em junho, a alta das moedas estrangeiras, como o dólar e o euro, fez com que muitos turistas repensassem os seus planos de viagem. Afinal, mesmo com o câmbio desfavorável, vale a pena ir para o exterior?

“Se pensarmos só pelo aspecto financeiro, a relação é simples: vale a pena ficar no Brasil quando a moeda estrangeira está alta e ir para o exterior quando o dólar está barato”, diz Aline Delmanto, professora do curso de bacharelado em Hotelaria do Centro Universitário Senac. “No entanto, a escolha de uma viagem não deve levar em conta só o aspecto financeiro, afinal, há muita expectativa para o período”, afirma.

De fato, para a maioria dos brasileiros, as férias se restringem a alguns poucos dias no ano, quando há a oportunidade de descansar e passar mais tempo com as pessoas queridas. É também nesse período que muitos aproveitam para conhecer lugares diferentes e viver novas experiências. Por isso, limitar as escolhas ao custo de uma viagem pode ser frustrante.

Segundo os especialistas, ainda que a conversão da moeda assuste, com uma boa dose de disciplina e planejamento financeiro é possível viabilizar a viagem dos sonhos, seja no Brasil ou no Exterior.

O primeiro passo é pesquisar entre alguns roteiros aquele que possui o melhor custo-benefício na época em que há disponibilidade para viajar e, então, tentar adaptar o sonho ao bolso. Na alta temporada, que compreende os períodos de férias escolares no Brasil, além de datas festivas como Carnaval, Natal e Ano Novo, os preços geralmente são mais altos para o transporte e a hospedagem. Fora desse período, na baixa temporada, o custo se torna mais atrativo para os turistas.

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Dependendo do destino escolhido, turista pode ter gastos com passaporte e visto
Imagem: Getty Images

“Para quem só consegue sair no período de férias escolares, uma boa opção é fazer um cruzeiro, um tipo de viagem que se tornou bem popular entre os brasileiros”, sugere Aline. Destinos da América do Sul, como Chile, Argentina, Bolívia e Peru, também são atraentes em qualquer época do ano. “São locais próximos ao Brasil, de fácil deslocamento e com um idioma que conseguimos entender”, diz Lecy Cirilo Orsi, professora do curso de Turismo da Universidade Anhembi Morumbi.

O custo com transporte e hospedagem nesses destinos também costuma ser mais baixo, em comparação com outros países estrangeiros.

O passo a passo do planejamento
Isso não significa que é preciso excluir da lista roteiros como Estados Unidos ou Europa. Basta ter tempo para se planejar. Comece calculando os gastos de acordo com o país a ser visitado.

Lembre-se de que, dependendo do destino, os custos começarão a aparecer antes mesmo de se embarcar, se for necessário providenciar documentos como passaporte e visto para a entrada no destino. “Alguns países na Europa, como Alemanha e França, exigem até um seguro saúde com valor mínimo”, diz Aline. 

Para muitos destinos, a passagem ainda é o maior custo de uma viagem e, por isso, precisa ser pesquisada com antecedência, principalmente se a ideia é garantir economia. “Esse é o gasto menos flexível. Porém, uma vez estabelecido o valor, bastará adaptar os outros custos, como hospedagem, passeio e alimentação, ao seu orçamento”, diz o economista Samy Dana, professor de finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas). 

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Muitas vezes a passagem é o custo mais alto de uma viagem
Imagem: Getty Images

Pela internet, é possível prever o quanto se gastará por dia com a viagem, calculando o preço de refeições, passeios, transportes e também gorjetas, que são habituais em alguns países. A partir daí, é interessante estabelecer uma quantia a ser gasta por dia. “Ter essa média em mente é importante, mesmo que você seja mais ou menos flexível em alguns momentos. Você até poderá extrapolar num dia, desde que seja mais econômico no seguinte”, diz Dana.

Um planejamento detalhado também permite fazer o cálculo de quanto você vai gastar na moeda estrangeira e, consequentemente, de quanto precisará levantar para bancar a viagem. Então, bastará dividir esse valor final em parcelas, para saber quanto precisará economizar nos meses que antecedem a partida. “Num orçamento doméstico, eu sempre recomendo separar 30% da receita para gastos supérfluos. A economia para a viagem deve sair dessa porcentagem, para que não comprometa o resto das despesas”, diz o economista.

Também vale adquirir a moeda estrangeira gradativamente, com antecedência. Assim, no total, você terá um valor médio entre as cotações cambiais. A quantia de US$ 2 mil, por exemplo, pode ser adquirida por meio de cinco parcelas mensais de US$ 400.

Quem viaja levando o dinheiro em espécie também evita o uso de cartão de crédito, que hoje em dia exige o pagamento de um imposto elevado para compras no exterior, de 6,38% do valor gasto.

Sem contar que a cobrança no cartão é feita segundo a cotação do dia do fechamento da fatura. Ou seja, você pode comprar em um dia de câmbio favorável, mas pagar pela data de alta da moeda. “Vale usar o cartão de crédito apenas como uma medida emergencial, caso os gastos excedam o valor planejado”, diz Dana.