Terra das amêndoas açucaradas, Sulmona mostra sua arquitetura histórica

Um grande patrimônio artístico e arquitetônico, séculos de história e uma gastronomia invejável costumam ser os motivos pelos quais a maioria dos turistas estrangeiros acabam escolhendo a Itália para passar as férias. Imagine então, além de tudo isso, visitar uma cidade italiana que além de uma vasta herança cultural e religiosa também é famosa pela sua tradição enogastronômica e por seu artesanato. Esse lugar mágico é Sulmona, cidadezinha de 25 mil habitantes localizada na região Abruzos, o mesmo território atingido pelo trágico terremoto de abril de 2009.

Conhecida principalmente por ser a terra natal do papa Inocêncio 7º e do poeta Ovídio Nasone – um dos expoentes da Roma clássica -  e também por ser o maior produtor italiano de "confetti" (amêndoas açucaradas), Sulmona está situada a 146 km de Roma. Acredita-se que o local tenha sido fundado por Solimo Frigio, companheiro de Aeneas, fugitivo de Troia e que durante séculos a cidade tenha sido alvo de invasões bárbaras e saques. Somente com a chegada dos Svevi e de Frederico 2º a pequena Sulmona assumiu um papel político de relevância.

Para os turistas menos apressados, Sulmona é um daqueles lugares que reserva agradáveis surpresas e monumentos de diferentes períodos históricos que, juntos, criam uma harmoniosa arquitetura local. Um exemplo é a sua Porta Romana, uma das antigas entradas da cidade, restaurada em 1429.

O maior orgulho de Sulmona é o chamado Palazzo Annunziata. Erguido a partir de 1413 e reconstruído depois do terremoto de 1706, o edifício é uma síntese da arte gótica, renascentista e barroca. No passado, o Palazzo era um hospital e, em sua ala nobre, residência do magistrado local. Hoje, no entanto, é sede o Museo Civico, da Pinacoteca d'Arte Moderna e da Camerata Musicale, abrigando antiguidades, obras de arte e peças de ourivesaria.

Outro imponente monumento é a catedral de San Panfilo, erguida sobre um antigo templo romano e quase destruída pelo terremoto de 1706. Sua entrada principal foi projetada em 1391 por Nicola di Salvitto e o seu interior é repleto de afrescos de 1400. A igreja de San Francesco della Scarpa, na Piazza del Carmine, também não fica atrás em matéria de beleza. Erguida pelos franciscanos, possui um portal construído no século 13 e uma cenográfica fachada tardo-gótica.

Para aqueles que visitam uma cidade com a intenção de voltar no tempo, Sulmona também oferece um aqueduto medieval de 1256 e perfeitamente conservado. O local é um dos cartões-postais mais famosos daquela região.

Outras atrações que merecem uma visita são a igreja de Santa Maria della Tomba - com seu sino de 1313 -, e construções históricas como o Palazzo Sanità, antiga propriedade da família nobre homônima, e o "Palazzo" medieval de Vico dei Sardi.

Além de encher os olhos com a arquitetura local, os turistas que passam pela cidade durante a Páscoa poderão acompanhar a chamada "Processione del Cristo Morto", durante a Sexta-Feira Santa, ou "La Madonna che scappa in piazza" (Nossa Senhora que foge na praça). Essa representação sacra, que acontece  durante o domingo de Páscoa, prevê que um grande número de fiéis corra com a estátua da Madre Addolorata na direção da imagem do Cristo ressuscitado, enquanto o manto da santa cai no chão e dezenas de pombas invadem o céu. Já durante o último domingo de julho acontece a Giostra Cavalleresca, uma competição precedida por um desfile com personagens históricos.

Para os mais gulosos, Sulmona e a região dos Abruzos é famosa pelos vinhos Montepulciano e Trebbiano di Abruzzo e Cerasuolo, pelo açafrão e pela pasta alla chitarra - macarrão bem fino feito manualmente com um acessório que lembra as cordas de um violão.

Mais informações:
Abruzzo Promozione Turismo
Corso Ovidio, 208 (Sulmona)
Tel. (0039) 086 453 276
www.abruzzoturismo.it