Cidades da região dos Lagos são opções românticas no Chile

Pequenas cidades ribeirinhas recortadas por lagos de águas tranquilas, casario de arquitetura europeia e estradas de cascalhos emolduradas por bosques de árvores patagônicas.

Em um país onde a natureza parece ter brindado aquelas terras com a mais variada (e antagônica) geografia de todo o continente sul-americano, o visitante é recebido com paisagens e experiências que merecem ser divididas a dois.

Localizada próximo da fronteira entre o Chile e a Argentina, a Região dos Lagos é a considerada a porta para o sul do Chile, entre o Pacífico e as cordilheiras dos Andes, e abriga destinos turísticos como Porto Varas, Frutillar e o minúsculo povoado Peulla.

A movimentada Porto Montt, a capital da Décima Região, é a principal porta de entrada, mas seu porto movimentado e ruas de trânsito caótico pouco combinam com o roteiro que se segue nos próximos dias de viagem e servem apenas de passagem para quem segue pelo interior da Patagônia.

A apenas 20 km dali, Porto Varas é uma das cidades melhor equipadas da região, onde hotéis boutique e os típicos restaurantes patagônicos de madeira ajudam os viajantes a renovar energias depois de passeios em meio a florestas, parques nacionais, lagos e vulcões. Conhecida como a 'Cidades das Rosas', Varas é também um convite para passeios descompromissados entre construções de estilo alemão.

Os finais de tarde diante do Lago Llanquihue podem ser apreciados sem pressa em um concorrido píer no centro da cidade onde casais e famílias observam a luz do dia se escondendo detrás dos vulcões Osorno e do vizinho Cabulco.

Considerado o 'Rei do Sul', o imponente Osorno está a 2662 metros sobre o nível do mar e também pode ser explorado em passeios até a sua base ou aventureiras caminhadas até seu topo nevado.

É nos arredores da cidade que se encontram clássicos naturais locais como o Parque Nacional Vicente Pérez Rosales, endereço de atrativos como o imponente vulcão Osorno, o Lago Todos Los Santos com praias de origem vulcânica e os Saltos de Petrohué, impressionantes quedas d'água sobre rochas vulcânicas que podem ser avistadas sobre passarelas.

Localizada a 25 km ao norte de Porto Varas e com pouco mais de 15 mil habitantes, Frutillar parece preservar seu cenário bucólico em terras austrais desde sua fundação, em 1856. Ruas quase desertas, construções de estilo alemão com jardins bem cuidados na porta e alguns discretos estabelecimentos de madeira onde funcionam restaurantes, confeitarias e casas de chá que servem os tradicionais strudel e bolos de origem europeia, na bucólica avenida Philippi.

Com vistas para o vulcão Osorno, a cidade abriga também atrações históricas como o Museu Colonial Alemão (www.museosaustral.cl), local que reconta a história da imigração e recria o estilo de vida dos primeiros habitantes estrangeiros naquelas terras distantes e geladas; e o arrojado Teatro del Lago (www.teatrodellago.cl), espaço com mais 10 mil m² que se debruça sobre a margem oeste do Lago Llanquihue e recebe espetáculos de música clássica durante as tradicionais 'Semanas Musicales de Frutillar'.

No entanto, as viagens por lagos de origem glaciar e vulcões são a experiência mais famosa entre os viajantes que desembarcam por ali.

Conhecida como 'Travessia dos Lagos', a viagem pode durar entre um e dois dias de acordo com o roteiro escolhido e vai de Porto Varas a Bariloche, na Argentina. O trajeto é feito em sete etapas, entre deslocamentos terrestres e lacustres, e passa por ícones naturais patagônicos como o Lago de Todos os Santos, o vulcão Osorno e Peulla, povoado rústico com 120 habitantes que serve de parada para quem segue no roteiro de dois dias.

Centenária, essa rota que um dia atraiu exploradores estrangeiros em busca de terras inóspitas é, atualmente, um dos roteiros mais inusitados e belos de todo o sul do país. Que o diga os casais apaixonados.

Informações turísticas
www.chile.travel

Como chegar
Porto Montt é a principal porta de entrada para esta região localizada entre o Chile e a Argentina. Para chegar ao destino, o visitante conta com voos que partem da capital chilena, uma viagem de 1h30, e com ônibus que levam doze horas para cruzar os mil km que separam Santiago e Porto Montt.

Para quem não possui veículo próprio, o mais recomendado é contratar os serviços de transfers e passeios comercializados pelas agências turísticas locais.

Cruce Andino (Travessia dos Lagos)
www.cruceandino.com