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História, chocolates e batata frita são atrações da medieval Bruges, na Bélgica

Eduardo Vessoni

Do UOL, em Bruges, Bélgica*

18/06/2013 08h00

Desembarcar na pequena Bruges é como visitar um capítulo de um livro de história.

Considerado a Veneza do Norte por conta das centenas de canais que recortam a cidade, o destino abriga um dos conjuntos arquitetônicos em estilo medieval mais preservados de toda a Europa, incluindo construções que datam do século nove; e conta com um centro histórico declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Bruges está localizada a pouco menos de uma hora de Bruxelas, cuja estação central recebe trens de diversas capitais e cidades do Velho Continente, e preserva seu passado medieval como se tivesse sido ontem que aquelas terras abrigavam um dos centros comerciais mais importantes e movimentados do noroeste da Europa.

Se o bem preservado setor histórico é o coração de Bruges, os diversos canais locais são as artérias da cidade.

Diariamente, pequenas e silenciosas embarcações saem lotadas com visitantes em direção aos canais que cortam áreas mais escondidas, um interessante passeio de trinta minutos por pontos históricos que são vistos de outra perspectiva.

A sempre movimentada e turística Praça Burg é o ponto de partida e endereço de atrações históricas como a imponente Stadhuis, edifício gótico de 1367 que abriga a prefeitura, considerada uma das mais antigas dos Países Baixos.

  • Eduardo Vessoni/UOL

    Bruges abriga um parque na rua Dampoort com moinhos originais de 1765 e 1770

No centro, a cenografia de ares históricos é formada por outros cartões-postais da cidade como a Belfry Tower, campanário com 83 metros de altura de onde se tem vista panorâmica de Bruges; e a Onze-Lieve-Vrouwekerk ou 'Igreja de Nossa Senhora', em português. Esse templo romano-católico começou a ser construído a partir do século 12 e seu interior guarda a escultura da Madonna feita em mármore por Michelangelo, no início do século 16, considerada a única obra a sair da Itália durante toda a vida desse artista italiano.

Outro clássico de Bruges é a Begijnhof, uma cenográfica sequência de casinhas rodeadas por jardins que abrigam fiéis católicas desde o século 13.

O passado é algo tão presente no dia a dia da cidade que até hotéis aproveitam o potencial histórico do destino na hora de receber seus hóspedes. Uma das surpresas da hotelaria local é o hotel Jan Brito, localizado em um edifício de 1634 com materiais e áreas originais da época como a lareira de mármore negro e o sótão da casa com teto feito com pregos de madeiras e peças encaixadas.

Em funcionamento desde 1995, esse hotel surpreende com quartos instalados no interior de uma capela e dos estábulos da construção anexa, ao lado do jardim de estilo renascentista. O local, que abriga também uma escadaria de carvalho do século 17, já funcionou também como uma escola católica e residência da Baronesa Susanne de Giey, quem morou no local até 1991.

Embora Bruges costume receber forasteiros com temperaturas quase sempre baixas e céu nublado, os raros dias de sol são um convite para explorar os belos parques que a cidade possui. O centro histórico de Bruges é compacto, uma área oval com 430 hectares, mas ainda assim abriga um bom número de áreas verdes que ajudam a variar na programação histórica como o Astridpark, conhecido por seus jardins de tulipas; e o parque da rua Dampoort, trecho do cinturão verde que abraça toda a cidade e conta com moinhos originais de 1765 e 1770.

 

 

SERVIÇO

Informações turísticas www.brugge.be
Choco Story (Museu do Chocolate)
Wijnzakstraat, 2 - Bruges Diariamente, das 10h às 17h Entrada paga
www.choco-story.be
Friet Museum (Museu da Batata Frita)
Vlamingstraat, 33 - Bruges Diariamente, das 10h às 17h Entrada paga www.frietmuseum.be
Lumina Domestica (Museu da Lâmpada)
Wijnzakstraat, 2 - Bruges Diariamente, das 10h às 17h Entrada paga www.luminadomestica.be
Hotel Jan Brito
Freren Fonteinstraat, 1- Bruges www.janbrito.com

Quem chega de trem na cidade é logo recebido pelo impressionante Minnewater, parque formado também por um lago canalizado de mesmo nome. Conhecido como 'lago do amor', o local possui uma concorrida ponte que oferece vistas panorâmicas únicas da cidade.

Em um país onde o chocolate é quase um produto de necessidade básica, não poderia faltar um espaço dedicado ao assunto (além das dezenas de lojas especializadas em toda a cidade). O Choco Story é um passeio bem completo pelo mundo do chocolate desde a transformação do cacau em bebida pelos maias e astecas até a produção dos cobiçados chocolates belgas.

Seguindo a rota de espaços culturais temáticos, a cidade abriga também o curioso Fritemuseum, museu com acervo de mais de 400 objetos dedicados às batatas fritas (outra mania nacional); e o Lumina Domestica, museu que conta a história da iluminação artificial e abriga a maior coleção de lâmpadas do mundo.

Minúscula e quase sempre lotada de grupos de turistas, Bruges ainda consegue ser uma das grandes surpresas da Bélgica.

* O jornalista Eduardo Vessoni viajou a Bruges a convite da Eurorail Group (www.eurailtravel.com) e do hotel Jan Brito