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Bahamas tem praias dos sonhos, histórias de pirata e culinária exótica

Paulo Basso Jr.

Do UOL, em Bahamas

28/05/2013 08h02

O drinque vermelho enfeitado com uma lâmina de laranja e um minúsculo guarda-chuva colorido, servido à beira da piscina que se prolonga em meio a palmeiras diante de uma praia estonteante, banhada por águas com todos os tons de azul e verde, não deixa dúvidas: Bahamas é um destino dos sonhos. Ainda mais agora em que as temperaturas estão mais baixas no Brasil e em todo hemisfério sul e por lá o sol e o calor são presença garantida quase todos os dias.

Curiosamente, entretanto, essa cena que se repete diariamente entre os visitantes norte-americanos e europeus de Nassau e Paradise Island, em New Providence, a ilha mais turística do arquipélago, é pouco vivenciada pelos brasileiros. E não é por preferirem caipirinha à bahama mama, o drinque típico da região a base de rum, coco, xarope de romã, suco de laranja e de abacaxi, mas sim porque, ao mesmo tempo em que representa desejo, Bahamas sustenta a fama no Brasil de ser um lugar caro.

De fato, não é barato conhecer esse arquipélago formado por 700 ilhas e aproximadamente 2,5 mil ilhotas distribuídas entre o Oceano Atlântico e o Mar do Caribe, a cerca de uma hora de voo de Miami (EUA). Um pacote de sete dias com direito à hospedagem em um bom resort nas Bahamas custa entre US$ 2 mil e US$ 2,5 mil por pessoa, enquanto Cancun, Aruba, St. Marteen e outras figurinhas carimbadas da região podem ser visitadas, no mesmo período e ficando igualmente em bons hotéis, por cerca de US$ 1,5 mil.

Mas Bahamas vale o investimento por oferecer algumas vantagens em relação às ilhas vizinhas. A começar pelo seu mar, que é um dos mais cristalinos do mundo, fruto da proximidade do arquipélago com a terceira maior barreira de corais do planeta – atrás apenas dos recifes da Austrália e do Belize. E depois porque mergulhar naquelas águas é uma dádiva concebida a qualquer mortal, já que Bahamas é um dos poucos destinos do Caribe onde todas as praias são públicas, até mesmo as dos resorts mais sofisticados.

Praias para todos

Assim, quem vai a Nassau pode visitar as badaladas faixas de areia de Goodman’s Bay ou Cable Beach mesmo que não esteja hospedado nos diversos empreendimentos hoteleiros espalhados por lá, como Breezes, Wyndham e Sandals. Ou fazer ainda melhor e atravessar a ponte rumo a Paradise Island, ilha que fica tão próxima à capital bahamense que as duas formam um porto natural.

É em Paradise Island que está o One & Only Ocean Club, um dos resorts mais exclusivos de Bahamas – em cujos jardins a modelo Cindy Crawford se casou –, e o Atlantis, empreendimento suntuoso que mescla torres de apartamentos com diversas opções de lazer e praias de areia branca ressaltadas pelo azul hipnotizador do mar. Hospedar-se por lá é um dos melhores jeitos de curtir a cena descrita no primeiro parágrafo deste texto, mas se o bolso não permitir – as diárias em quarto duplo começam em US$ 319 na baixa temporada –, dá para visitá-lo e aproveitar um pouco de sua estrutura.

Tours vendidos no próprio Atlantis oferecem passeios pelo maior habitat marinho do mundo construído pelo homem, onde vivem mais de 20 mil espécies de peixes, raias, crustáceos, medusas e até tubarões. Tudo dentro do resort. Outra opção é passar o dia no Aquaventure, enorme parque aquático do empreendimento, recheado de toboáguas temáticos, lagoas de flutuação e playgrounds molhados, ou mergulhar com golfinhos.

Mas melhor que isso é, sem pagar nada, curtir as três praias que circundam o complexo: Atlantis, Cove e Paradise Beach. Ou andar menos de dez minutos até alcançar a vizinha Cabbage Beach, uma das faixas de areia mais lindas das Bahamas. Com um detalhe: ali também vende bahama mama!

  • Turismo Oficial de Bahamas/Divulgação

    Com um dos maires mais cristalinos do planeta, Bahamas atrai mergulhadores do mundo todo

Piratas, compras e gastronomia

Além de aproveitar as praias, quem vai ao arquipélago pode fazer roteiros culturais interessantes. No centro de Nassau, as marcas da colonização britânica se mesclam à origem africana do povo e despontam na faixa invertida do trânsito, nos cafés que oferecem chá da tarde e na arquitetura de prédios como o parlamento e a residência do governador-geral – apesar de ser independente desde 1973, o país continua sendo governado por um representante da coroa britânica.

É nessa região que fica também a Escadaria da Rainha, maior monumento histórico do país. Com 65 degraus, foi talhada por escravos em calcário sólido no final do século 18 para homenagear os 65 anos do reinado da rainha Vitória.

A escadaria leva ao Forte Finscale, que tem uma das faces em formato de proa de navio e, a despeito de seus canhões nunca terem sido disparados em batalha, foi usado no combate aos inúmeros corsários e piratas que infestaram a região no século 17. Apesar de lendas e fatos se misturarem na cultura local, historiadores atestam que Barba Negra, o maior de todos os piratas, viveu na região e teria até se proclamado governador de Nassau.

Histórias (ou mitos) à parte, uma visita às Bahamas deve incluir ainda um tour de compras, já que as lojas da região vendem produtos livres de impostos. As maiores ofertas estão na Bay Street, principal rua da cidade, e no Festival Place, mercado colorido que vende artesanato típico. Ambos ficam próximo ao porto.

À noite, a melhor pedida é ir ao cassino do Atlantis, tão impactante quanto as melhores casas do gênero em Las Vegas, ou ao Arawak Cay, local repleto de bares e restaurantes que vendem conchas, o prato típico do arquipélago. Dá para provar a iguaria em saladas, frita, tostada, estalada, empanada e até em sanduíches. Não importa o formato, é sempre uma delícia. Como tudo nas Bahamas.