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Com 17 patrimônios culturais da Unesco, Kyoto alia história e modernidade

André Forte

Do UOL, em Kyoto

26/03/2012 20h00

Passear por Kyoto, distante 370 km da capital japonesa, é como viajar pelos séculos a cada passo. Os arredores da estação central, todo moderno, deixam a falsa impressão de uma típica metrópole nipônica, mas é só sair da avenida principal para a cidade mostrar o lado tradicional de um país milenar.

Vários fatores fazem de Kyoto, de 828 km² de área, uma das regiões mais culturalmente ricas do arquipélago nipônico, reunindo 17 patrimônios culturais da Unesco e quase 20% dos tesouros nacionais, nome dado às propriedades culturais mais relevantes do país.

Um dos motivos é que a cidade foi morada de quase todos os imperadores por mais de um milênio, e por consequência foi a capital do Japão até 1869, quando o centro administrativo passou para Tóquio. Além disso, Kyoto foi uma das poucas cidades poupadas dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial.

Antiguidade e presente justapostos

Kyoto é uma inequívoca metrópole moderna, mas preserva grande parte de seu patrimônio histórico: não é raro ver templos e castelos centenários cercados por avenidas movimentadas. No entanto, a maioria dos sítios antigos, em geral santuários budistas e xintoístas, está nas montanhas ao redor da zona urbana.

Atualmente, a cidade é a sétima mais populosa do país, com 1,47 milhão de moradores, mas controla a expansão e é especialmente rigorosa no que diz respeito à poluição visual: por lá não é permitido prédios muito altos - para não ofuscar a vista das montanhas - nem fachadas berrantes - até o McDonald's usa cores menos vivas em suas lojas.

Um dos principais destinos turísticos internacionais do país, Kyoto recebeu, em 2010, 984 mil viajantes estrangeiros, um recorde histórico. Não asiáticos compõem a maioria dos visitantes internacionais, sendo que os EUA enviam 28,6% do total. Depois aparecem, na sequência, australianos (7,9%), chineses (7,8%), taiwaneses (7,7%) e franceses (7,3%).

Uma boa dica para aproveitar melhor a cidade é se hospedar em ryokans, cuja decoração é tipicamente japonesa e o serviço difere consideravelmente de um hotel de moldes ocidentais.