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Conheça São Francisco do Sul, a cidade mais antiga de Santa Catarina

Rafael Illuminato

Do UOL, em São Francisco do Sul

22/03/2012 14h32

Um destino para quem busca tanto o agito quanto uma atmosfera calma interiorana. Assim é São Francisco do Sul, a 45 quilômetros de Joinville, cidades localizadas na Baía da Babitonga. O município, descoberto em 1504, é o terceiro mais antigo do Brasil e o primeiro de Santa Catarina. E é em sua história que está todo o charme de São Chico, como é popularmente chamada pelos locais.

Sua arquitetura original, preservada em cerca de 400 edificações tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), é resquício da colonização portuguesa. São casarões de distintas cores, justapostos uns aos outros, com grandes portas e janelas. Embora o menor país da Península Ibérica tenha predominância no processo migratório da cidade, destacam-se ainda influências espanhola, africana e francesa. A França, vale ressaltar, foi a responsável pela primeira expedição que aportou em terras catarinenses, onde até então eram índios carijós os únicos habitantes.
Escolha um hotel no centro histórico, caso o foco de sua viagem seja um passeio tranquilo e cultural: será possível conhecer tudo a pé. Comece pelo Museu Histórico, instalado em um antigo casarão onde funcionou, no andar térreo, a cadeia da cidade até 1968 e, no pavimento superior, a Câmera Municipal. Note, no quintal da casa, uma pequena solitária em uma espécie de porão. Em meio às janelas de ferro e às antigas celas, estão presentes objetos que retratam os 500 anos de história de São Francisco do Sul, como o primeiro farol da Ilha da Paz, fabricado em 1894.
Saindo do museu, que tal uma parada logo ao lado para um café na panificadora São Francisco, mais conhecida como padaria do seu Cicino? Se estiver com alguma fome, prove o bolinho de camarão. Delicioso. Em seguida, faça o caminho em direção à igreja pela orla. Com tempo, sente em um dos bancos a beira mar e admire o cenário aliado ao silêncio e à brisa do oceano. Em continuação ao trajeto está o Mercado Municipal, inaugurado em 1900. Por muito tempo, este centro de vendas funcionou como o principal local de compras para a população.
Não deixe ainda de visitar o Museu Nacional do Mar. Nele estão reunidos a história do homem em relação ao mar e um acervo com mais de 80 embarcações. Alguns exemplares são originais de distintas partes do país, como jangadas do nordeste, canoas de diversas regiões brasileiras e baleeiras de Santa Catarina. O edifício que abriga o museu surgiu a partir da revitalização de antigos armazéns, na época empregados para atividades portuárias. Em sala anexa, uma biblioteca traz obras raras, como o 1º Dicionário Náutico encomendado pelo barão de Angra em 1877, e livros antigos escritos por marinheiros nos porões dos navios.
  • Ao fundo, Igreja Nossa Senhora da Graça, em São Francisco do Sul (SC)

Ainda no centro histórico, vale uma passada rápida no Terminal Marítimo de Passageiros, mais conhecido como Armazém do Santista, que, nos anos 30, era utilizado para armazenar principalmente cargas de erva-mate, madeira e farinha de mandioca. Para completar, observe a construção da igreja matriz, iniciada em 1699, mas só totalmente concluída em 1821. Suas paredes, com mais de um metro de espessura, foram levantadas a partir de pedras, barro, óleo de baleia, calcário e conchas.
Não se esqueça, ainda, de que São Chico é uma cidade litorânea, que atrai muitos turistas em busca do sol e do mar. As praias mais frequentadas estão a 17 quilômetros do centro. A maior delas, com 25 quilômetros de extensão de orla, possui águas agitadas, dunas e restingas. Chamada de Praia Grande, é frequentada, principalmente, por surfistas e pescadores. Estique a visita ao Parque Estadual do Acaraí, reserva de 6.667 hectares, onde é possível praticar canoagem, fazer trilhas e observar a fauna e flora local, além de formações de sambaquis.
Se a ideia é o agito, as praias mais procuradas são a Enseada, que possui boa infra-estrutura para receber o turista - com hotéis, pousadas, bares e restaurantes - e a Prainha, também chamada de Praia da Saudade, cujas ondas garantem a prática de surf. Na Enseada, é comum encontrar passeios de canoa, banana boat e escunas, com mergulho em águas transparentes próximas a ilhas mais distantes. Para as famílias, uma dica é visitar a Praia do Forte. Sem estrutura comercial, as águas calmas e rasas são próprias para o lazer com crianças.

Informações turísticas
www.sfs.com.br