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36 Horas em Santo Domingo - Charutos, refeições em cavernas e outros passeios na República Dominicana

MARC LACEY<BR><br>New York Times Syndicate<br>

23/03/2009 07h01

Independentemente de alguém acreditar ou não que foi Colombo quem de fato descobriu a América, ele claramente deixou sua marca em Santo Domingo, a alegre capital da República Dominicana e a mais vibrante das cidades do Caribe.



  • Divulgação

    Restaurantes em frente ao Alcázar de Colón, em Santo Domingo


Os restos mortais de Colombo supostamente estariam aqui, e há uma estátua de bronze homenageando o explorador na Zona Colonial, onde é possível retraçar seus passos e encontrar consolo em uma cidade, fora isso, caótica. Explorar, afinal, é o que Colombo fazia, e você encontrará abundância de motivos para continuar perambulando. Na mais antiga cidade européia no Novo Mundo, há a igreja mais antiga das Américas, a primeira rua pavimentada e o primeiro sistema de esgoto. Mas Santo Domingo também oferece bastante coisa nova e da moda, como um restaurante elegante situado em uma caverna antes usada por piratas, e um calçadão à beira-mar exibindo condomínios elevados de um lado e o oceano que trouxe Colombo à ilha do outro.



Sexta-feira


16h - A esquina de Colombo
Se Santo Domingo tem um centro nervoso, ele pode ser o pouco refinado mas sempre lotado El Conde Restaurant (Calle El Conde at Arzobispo Meriño; 809-688-7121). Peça uma cerveja Presidente gelada e aprecie a vista (e os pombos) do Parque Colón, uma praça arborizada no coração da Zona Colonial. Do outro lado da praça fica a Catedral Primada de America (Calle Arzobispo Meriño, Parque Colón), que data dos anos 1500. Perto dali também se encontra o Museo Alcázar de Diego Colón, (809-682-4750, rsta.pucmm.edu.do/ciudad/alcazar/website), um museu na Plaza de la Hispanidad, que já foi a residência de Diego, o filho de Cristóvão Colombo.

18h - Congestionamento humano
O trânsito de Santo Domingo é uma confusão enfurecedora. Veja-se preso nele e você poderá desejar nunca ter saído de casa. Mas o tráfego de pedestres é outra coisa, e nenhum lugar reúne mais corpos do que a El Conde, uma rua fechada ao trânsito e repleta de pedestres e comerciantes de toda espécie. Há quinquilharias demais há venda, mas as pessoas são bacanas e há muitas surpresas ao longo do caminho, como tratamentos faciais que às vezes são realizados na calçada pelo equivalente a US$ 10, gorjeta inclusa.



  • Luna Kalil/UOL

    Catedral Primada de América é a primeira igreja construída no "Novo Mundo"; é uma das paradas obrigatórias de quem visita a cidade


20h - Refeição colonial
Quando bater a fome, vá ao Mesón D'Bari (Calle Hostos 302; 809-687-4091), um restaurante dominicano de dar água na boca em uma residência colonial restaurada. Para começar, peça as empanadas, que vêm recheadas de peixes, frutos do mar ou legumes. Então experimente o caranguejo grelhado, uma especialidade daqui, ou um prato de camarão picante que deixará você sedento por um coquetel. O jantar sai por cerca de 875 pesos, ou aproximadamente US$ 24, com o dólar cotado a 36 pesos. Curta as bandas ao vivo, que tocam de tudo, de salsa a jazz.

22h - Ritmo para queimar calorias
Queime as calorias de sua refeição caminhando pelas ruas seguras até o El Sartén (Calle Hostos 153; 809-686-9621), um bar minúsculo onde você encontrará uma joie de vivre dominicana de primeira. Há casas noturnas mais reluzentes, com cordões de veludo, porteiros musculosos e freqüentadores vestidos como se fossem para o Revéillon. Mas nenhum lugar tem a energia de El Sartén, que significa "a frigideira" e pode passar a sensação de uma quando todos estão aglomerados, dançando ao som alto do merengue e da bachata. Sente-se em uma cadeira de plástico na calçada e fique atento aos dominicanos grisalhos exibindo seus passos antigos. Ou melhor, descole companhia e participe da diversão.



Sábado


10h - Mineração acima da superfície
Âmbar e larimar, uma pedra azul-marinha, são abundantes na ilha, e são lapidadas em belas figuras e jóias. Para exemplos impressionantes, cheque a Ambar Maldo Gift Shop (Calle La Atarazana 1; 809-688-0639), uma das muitas lojas do gênero na área colonial. Ou aprenda sobre o país no Museo Mundo de Ambar (452 Arzobispo Meriño; 809-682-3309), onde é possível aprender sobre os usos da resina de âmbar ao longo das eras.

13h - Enrolando charuto
Você não precisa ser fumante para apreciar assistir com interesse os amados charutos da República Dominicana sendo enrolados. Em uma charutaria chamada Museo del Tabaco (El Conde 101; 809-689-7665) você pode testemunhar todo o processo meticuloso, das folhas úmidas até as belezas enroladas à mão. Você pode ver da calçada, mas para sentir o cheiro das folhas é preciso entrar.



  • Luna Kalil/UOL

    Turista pode acompanhar de perto algumas etapas da produção do charuto dominicano em loja de Santo Domingo; na foto, folhas de charuto são enroladas por funcionário


20h - Jantando abaixo da superfície
Cavernas costumam ser úmidas, infestadas de morcegos e carentes de brilho. Mas não a Mesón de la Cava (Avenida Mirador del Sur 1; 809-533-2818; elmesondelacava.com), um restaurante subterrâneo que brilha. Os moradores abastados da capital desfrutam de peixes e frutos do mar ao estilo dominicano dentro deste esconderijo de pedra calcária, que teria servido como acampamento de piratas séculos atrás. O serviço é impecável e o cardápio é diverso e delicioso, especialmente o tradicional camarão ao creme de coentro, uma iguaria dominicana que fará você desejar por mais. Muitos pratos custam menos de 700 pesos. Isto é uma verdadeira exploração de caverna com estilo, mas não se esqueça, após matar aquela garrafa de rum, você terá que subir de volta por aquelas escadas estreitas.

22h - Dançando com os morcegos
Se estar no subterrâneo lhe cai bem, desça ao Guácarataína (Avenida Mirador Sur; 809-533-1051; www.guacarataina.net), uma discoteca nas proximidade situada dentro de uma ampla gruta. Contando com vários bares e pistas de dança, esta caverna não atrai a mesma multidão que no passado, mas continua sendo uma maravilha e oferece concertos memoráveis. Em um sábado recente, havia apenas um punhado de farristas espalhados por toda a propriedade cavernosa, mas os drinques eram bons e a atmosfera diferente de qualquer coisa na superfície.



Domingo


10h - Um sanduíche amassado
Comer no Hermanos Villar (Avenida Independencia com Esquina Pasteur; 809-682-1433) não é necessariamente relaxante, mas o restaurante popular não decepciona. A especialidade da casa são sanduíches feitos com baguetes achatadas e servidos extremamente quentes com uma variedade de recheios de carne, queijo e vegetais, por cerca de 70 pesos. Se vier em grupo, peça um sanduíche extra longo para todos e alegre seu coração mandando ver.

12h - Nem todos os sótãos são iguais
Na pequena praça diante do hotel Sofitel há um mercado de pulgas dominical que oferece obras de arte, artesanato e bugigangas que chamam a atenção, possivelmente oriundas de sótãos caribenhos. Os vendedores são um grupo bastante diverso, assim como o que vendem. Pechinche bastante por aquele mapa antigo, adaga incrustada de gemas ou colar feito de conchas. Perto dali fica o passeio à beira-mar, o Malecón, que é fechado para o trânsito aos domingos e fica cheio de gente que se diverte e bebe rum e outros líquidos misteriosos retirados de sacos de papel, enquanto curtem a brisa. Dê uma espiada no oceano, na direção oposta dos altos prédios que sendo levantados, e você não verá nada além de azul.



  • Divulgação

    Coqueiros no Malecón, onde a grande maioria dos hotéis está localizada, em Santo Domingo


14h - Redescobrindo Colombo
A uma viagem de táxi de distância, na outra margem do Rio Ozama, fica o Farol de Colombo (Parque Mirador del Este, 809-591-1492), um museu com dez andares de altura e na forma de uma cruz gigante. O farol, que foi inaugurado em 1992 para celebrar o 500º aniversário da chegada de Colombo à América, está equipado com holofotes potentes capazes de iluminar o céu noturno. Mas ele raramente é ligado, para ajudar a reduzir a crise de energia do país. Além disso, os vizinhos não gostam muito de assistir de seus barracos no escuro o governo apontando luz para o céu. Dentro do museu, você encontrará artefatos de todas as partes das Américas e, se você acreditar nos dominicanos, os restos mortais do próprio Colombo.



O Básico


Batizado com o nome de um dos primeiros governadores das Américas, o Sofitel Nicolás de Ovando (Calle Las Damas; 809-685-9955; www.sofitel.com) oferece 104 quartos elegantes, vistas maravilhosas do porto no Rio Ozama e piscina. Diárias a partir de US$ 218.

Para uma estadia mais barata, experimente o Boutique Hotel Palacio (Calle Duarte 106, 809-682-4730, www.hotel-palacio.com), uma mansão adaptada na Zona Colonial. Os 48 quartos confortáveis e silenciosos dão vista para um pátio central. Diárias a partir de aproximadamente US$ 97.

O Hotel Doña Elvira (Calle Padre Billini 207; 809-221-7415; www.dona-elvira.com) conta com uma dúzia de quartos aconchegantes, alguns com vista para uma piscina com mosaicos de azulejo. Quartos para dois custam a partir de US$ 79, incluindo café da manhã.

Tradução: George El Khouri Andolfato