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Turismo colaborativo facilita as férias de quem não quer gastar muito

Colaboração para o UOL

31/08/2016 08h00

A internet colocou o mundo em um estado de interação sem precedentes. E isso tem facilitado (e muito) a vida de pessoas que querem viajar gastando pouco e conhecendo gente interessante.

Hoje, há diversos sites que permitem que o turista se hospede, se locomova e até se vista com a ajuda de estranhos. Nem tudo é gratuito, mas, quando cobradas, tais colaborações costumam ser mais em conta do que os serviços tradicionais do mundo do turismo.

É preciso ter um certo espírito de aventura para viver algumas dessas situações, mas, geralmente, as experiências são extremamente positivas, como o forasteiro conhecendo mais a fundo o país que ele está visitando. 

Abaixo, veja opções de turismo colaborativo ao redor do mundo que vão além do famoso site de aluguel de residências Airbnb. 

  • Getty Images

    Dormindo de graça no sofá (ou numa cama king size)

    O "Couchsurfing" é, sem dúvida, um dos grandes símbolos do turismo colaborativo. O site reúne cerca de 400 mil pessoas de todo o mundo que estão dispostas a receber viajantes em suas casas gratuitamente. A acomodação pode ser um sofá velho ou um quarto extremamente confortável. Mas, além de ser gratuito, o que beneficia muitos dos hóspedes é a interação com o anfitrião, que geralmente proporciona uma vivência cultural mais profunda do que se o turista ficasse em um hotel. "É uma experiência de trocas", avalia a brasileira Maria Garcia, que já fez "Couchsurfing" em vários países do mundo (incluindo o Irã). "Eu acho que o hóspede também tem que oferecer algo, sejam histórias ou um jantar. Você está sendo recebido em uma casa e tem que entender as regras locais". O "Couchsurfing" oferece vários dispositivos pelos quais é possível saber se é seguro ficar na casa desta ou daquela pessoa. Você provavelmente não terá o mesmo conforto de um hotel, mas lembre-se: é de graça.

  • AP Photo/Silvia Izquierdo

    Que tal aprender golfe?

    Além de oferecer acomodações gratuitas, o "Couchsurfing" virou um importante centro de troca de informações entre viajantes. Nas páginas das cidades que abrigam anfitriões, há um espaço onde o turista pode pedir ajuda para os mais variados tipos de situação. Na página de Edimburgo, por exemplo, uma internauta pergunta: "sei que a Escócia é a capital do golfe e tem vários para campos para praticar o esporte. Alguém sabe de um lugar barato onde eu possa aprender a jogar?". Seguem-se diversas dicas, dadas por nativos, de locais onde é possível aprender golfe por lá. E, às vezes, é possível até conseguir itens de viagem emprestados. Certa vez, este repórter conheceu um viajante que conseguiu, através do "Couchsurfing", calçados de trekking emprestados para fazer uma caminhada nas montanhas da Albânia.

  • Marcel Vincenti/UOL

    Tours gratuitos

    Diversas cidades turísticas do mundo oferecem hoje os chamados "free walking tours", que, guiados por algum nativo, levam grupos de turistas em passeios gratuitos pelos atrativos locais (até São Paulo tem o seu, com incursões ao centro antigo da metrópole, à avenida Paulista e à Vila Madalena). Muitos desses tours são focados nos cartões-postais mais tradicionais das cidades, mas há também passeios temáticos. No Leste Europeu, por exemplo, diversos "free walking tours" abordam exclusivamente a era comunista em que a região viveu. E, logicamente, a palavra "gratuito" é relativa. Os guias esperam (e merecem) receber uma gorjeta ao final da caminhada. Mas o turista pode contribuir com o valor que quiser. Para encontrar este tipo de passeio no seu destino de férias, digite no Google o nome em inglês da cidade que você visitará junto com "free walking tour".

  • Getty Images

    Carona paga

    O "Bla Bla Car" é um site que reúne motoristas prestes a viajar entre uma cidade e outra e que, por um determinado valor, se encontram dispostos a dar carona a turistas que estão realizando a mesma rota. As jornadas costumam ser mais rápidas (pois geralmente não têm as diversas paradas de trens e ônibus) e mais baratas que estes transportes tradicionais. Um exemplo: uma viagem de trem entre Bucareste e Cluj Napoca duraria 12 horas e custaria mais de R$ 100. Com o "Bla Bla Car", durou sete horas e saiu por menos de R$ 70. Mas há que tomar alguns cuidados: sempre verifique quais são os pontos de partida e chegada da carona (há casos de viajantes deixados na periferia de grandes cidades) e o perfil do motorista. Contrate o serviço apenas de pessoas que já tenham boas recomendações de internautas que viajaram previamente com elas. A viajante americana Maxine Louise conta que, certa vez, pegou uma carona entre Nápoles e Roma e, durante toda a viagem, o motorista esteve assistindo a filmes pornô em seu celular.

  • Creative Commons

    Carona gratuita

    Ir para a beira da estrada, levantar o polegar e esperar que alguma boa alma pare o veículo e lhe ofereça uma carona está longe de ser uma das atitudes mais seguras do mundo. Mas muitos viajantes têm feito isso na Europa, principalmente no Leste do Velho Continente (onde existe uma certa cultura de ajudar viajantes parados nas rodovias). A alemã Laura Holzki, de 20 anos, viajou recentemente por Albânia, Montenegro, Bósnia, Sérvia, Romênia, Hungria, Eslováquia e República Tcheca na base da carona (e sozinha). "Enfrentei uma situação ruim apenas uma vez, quando o motorista disse que eu deveria agradecê-lo por ter me ajudado, dando a entender que ele queria sexo. Eu pedi para ele parar o carro, desci no meio da estrada e fui embora". Caso você queira se arriscar a viajar pedindo carona, aconselhamos que o faça em grupo. Talvez demore mais para achar um carro com espaço, mas será mais seguro. Mas ressaltamos: é uma maneira de viajar gratuitamente que oferece riscos.

  • Getty Images

    Alugue um amigo

    Você é daqueles turistas que gostam de ter um guia de viagem quando visitam um lugar novo? Caso você não conheça ninguém em seu destino de férias, uma das opções é recorrer aos serviços dos sites "Rent a Friend" ou "Rent a Local Friend", que reúnem moradores de locais turísticos ao redor do mundo que podem levá-lo para conhecer a cidade e suas atrações. Porém, como os próprios nomes dos sites dizem (Rent = Alugar), você deverá pagar por isso. Muitas das pessoas que oferecem estes tours costumam cobrar a partir de US$ 10 por hora, mas o preço é negociável. Pagar para ter um "amigo" definitivamente não é legal, mas, por outro lado, esta pessoa, como moradora local, pode lhe apresentar cantos interessantes da cidade que ficariam fora do seu radar caso você estivesse sozinho.

  • Marcel Vincenti/UOL

    Encontre um amigo de graça

    Maior marca de guia de viagens do mundo, o "Lonely Planet" tem em seu site uma seção chamada "Travel Companions". Lá, é possível encontrar centenas de viajantes solitários em busca de outros turistas desacompanhados que estejam planejando fazer a mesma viagem que eles. Caso você esteja planejando fazer uma jornada sozinho, pode ser interessante consultar o "Travel Companions" por duas razões: é sempre mais barato realizar uma viagem com outras pessoas (corridas de táxis poderão ser divididas, assim como quartos de hotel) e é mais seguro ter alguém ao seu lado ao embarcar em uma viagem de aventura, como um trekking nas montanhas, ou em uma visita a um país considerado perigoso, por exemplo.

  • BBC

    Acampe no jardim

    Viajar com uma barraca de camping é uma das melhores maneiras para economizar com hospedagem. Nem sempre, porém, é fácil encontrar um lugar ideal onde montar a tenda. O site "Camp In My Garden", porém, oferece uma solução extremamente interessante para esse problema. A página reúne diversas pessoas pelo mundo que, por preços módicos, alugam os jardins de suas casas para que viajantes se instalem ali com suas barracas de camping. Dormir em um jardim de uma casa em Paris, por exemplo, custa no "Camp In My Garden" 18 euros por pessoa.