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Paraísos proibidos: estes lugares são lindos, mas é arriscado visitá-los

Colaboração para o UOL

28/06/2017 04h00

Guerras e outras situações de violência transformam lugares que poderiam ser grandes destinos turísticos em terreno proibido para viajantes. Na Síria, por exemplo, está um dos mais impressionantes castelos da época das Cruzadas. Já no Líbano, um dos mais bem preservados sítios arqueológicos romanos. E o que dizer das praias de Acapulco, hoje afetadas por conflitos entre narcotraficantes e forças de segurança do México?

Conheça abaixo sete lugares que teriam grande potencial para fazer a alegria de suas férias, mas que, no momento, oferecem grande risco a turistas:

  • Willamette Valley/Creative Commons

    Acapulco, México

    Não foi apenas o Chaves que, um dia, sonhou em visitar a cidade mexicana, que já foi um dos balneários mais badalados da América do Norte. Hoje, Acapulco tem um dos índices de assassinatos mais altos do território mexicano (com mais de 460 mortes no primeiro semestre de 2016), por conta de conflitos entre gangues envolvidas com o tráfico de drogas. Há casos de pessoas assassinadas em locais frequentados por turistas em plena luz do dia e corpos perfurados por tiros aparecendo nas areais das praias, o que faz a cidade não ter mais aquele ambiente relaxante que costumava fascinar astros de Hollywood, como Elizabeth Taylor. No México, prefira Cancún ou Tulum.

  • Steve Evans/Creative Commons

    Mesquita Azul, Afeganistão

    Castigado pela guerra, o país não é muito recomendável para suas próximas férias. Mas, atrás de tantas notícias de violência, escondem-se paisagens que poderiam render grandes cartões-postais. Além de belas regiões montanhosas, o país tem construções que são verdadeiras obras de arte. Entre elas, a Mesquista Azul, de Mazar-e-Sharif, finalizada no século 15 e com um exterior lindamente ornamentado. A coloração azulada do edifício ganha ainda mais intensidade sob a luz do pôr do sol. Para completar o cenário, centenas de pombas brancas costumam voar ao redor do templo. Mas, infelizmente, não há sinal de paz em um futuro próximo para o Afeganistão.

  • Bernard Gagnon/Creative Commons

    Lalibela, Etiópia

    O governo brasileiro recomenda apenas viagens estritamente essenciais para lá. Recentemente, o país foi palco de protestos contra o governo, que resultaram em confrontos com as forças de segurança, em centenas de mortes e na instauração de um estado de emergência. No meio de todo este caos, existe um dos destinos religiosos mais fantásticos do mundo: Lalibela, que abriga 11 igrejas talhadas nas montanhas. Extremamente fotogênicos, estes monumentos (muitos remontando ao século 13) ainda são usados como locais de culto pela igreja ortodoxa etíope: diversos fiéis se vestem com mantos brancos, se reúnem em grandes grupos e começam suas rezas antes do dia nascer, em uma atmosfera fascinante. Na foto, se vê a Igreja de São Jorge (o patrono da Etiópia), estrutura monolítica com 15 metros de altura, esculpida a partir de um único bloco de rocha vulcânica e que fica dentro de um buraco retangular, com apenas seu topo cruciforme aparecendo na linha da superfície do terreno.

  • Paul Saad/Creative Commons

    Baalbek, Líbano

    Entidades como o Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido desaconselham veementemente viagens à região leste do Líbano, por causa de sua proximidade com a fronteira da Síria. É lá, entretanto, que se encontra o fantástico sítio arqueológico de Baalbek, que reúne construções (algumas em ótimo estado de preservação) realizadas pelo Império Romano nos primeiros séculos da era cristã. Entre elas se destaca o Templo de Baco (visto ao fundo na foto), com 31 metros de altura e cercado por 42 imponentes colunas. Um templo cerimonial dedicado a Júpiter (que atraía peregrinos de diversas partes do Império Romano) também faz parte do sítio arqueológico, compondo um conjunto arquitetônico e histórico que fez a Unesco classificar Baalbek como Patrimônio Cultural da Humanidade. A região é uma das bases do Hezbollah, grupo político armado libanês que apoia Bashar al-Asad na guerra síria, logo ali ao lado.

  • Rod Waddington/Creative Commons

    Ilha de Socotra, Iêmen

    Desde 2015, o país está constantemente no noticiário por causa da guerra civil. Por lá, há um dos pedaços de terra mais fascinantes do mundo: a ilha de Socotra, com aproximadamente 300 espécies de árvores e plantas endêmicas. No local, os forasteiros se surpreendem com as árvores chamadas popularmente de Sangue de Dragão e Árvore Garrafa. A primeira tem um exótico formato de guarda-chuva e seu nome vem de uma resina vermelha produzida pela árvore (na foto). Já a a segunda lembra uma enorme pata de elefante, geralmente decorada por lindas flores rosa em seu topo. Montanhas fotogênicas e orlas banhadas pelo oceano Índico ajudam a compor um cenário que poderia fazer de Socotra um dos principais destinos turísticos do Oriente Médio. Porém, mesmo a 240 km do continente, é classificada como território perigoso para forasteiros por entidades como o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido.

  • FaizanAhmad/Creative Commons

    Vale do Hunza, Paquistão

    "O Paquistão tem índices muito elevados de terrorismo fundamentalista, tensões políticas e violência sectária. Potenciais riscos para turistas incluem sequestros e atentados suicidas. Evite viagens não essenciais para lá” -- esta é a recomendação do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. A situação de violência impede que viajantes conheçam algumas das paisagens naturais mais lindas de toda a Ásia. No norte do Paquistão está, por exemplo, o fantástico Vale do Hunza (na foto), uma região marcada por rios cristalinos, vilarejos bucólicos, montanhas imponentes e trilhas que seriam perfeitas para longas caminhadas. Diversas das montanhas que podem ser avistadas da área ultrapassam os 7.000 metros de altura, como a pontiaguda Rakaposhi (com 7.788 metros). O Pico do Hunza, por sua vez, ficaria muito bem em qualquer paisagem dos Alpes europeus.

  • Nev1/Creative Commons

    Krak des Chevaliers, Síria

    O castelo costumava ser uma popular atração turística na Síria. Com a eclosão da guerra no país, em 2011, o local ficou praticamente fora do alcance de viajantes estrangeiros. Uma pena: a fortificação, cuja história remonta ao século 11, era um passeio pelo coração da história das Cruzadas. Suas muradas e torres, em uma colina com mais de 600 metros de altura, foram um dos principais abrigos para os combatentes cristãos na rota para Jerusalém, disputada naquela época com exércitos muçulmanos. Considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, a imponente estrutura, que ainda oferece um mirante perfeito para parte da região oeste da Síria, sofreu sérios danos com explosivos durante a guerra, mas continua de pé.