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Para dar certo, viagem com pet deve ser planejada com antecedência

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Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

18/03/2016 20h03

Quer desfrutar da companhia do pet durante os dias de descanso? Antes de tomar a decisão de incluir o bichinho nos seus planos para as férias, vários fatores devem ser levados em conta, como o tempo e as condições de deslocamento, o conforto dele no destino e até o tempo disponível para se dedicar ao animal. 

Além disso, bichos doentes, fêmeas no cio e filhotes que ainda não receberam todas as vacinas podem sofrer durante as viagens, segundo a veterinária Tânia Parra Fernandes, professora da Universidade Metodista de São Paulo. Por outro lado, animais muito apegados, que mudam a rotina na ausência dos donos, evitando até os alimentos, podem ser muito beneficiados ao fazerem parte da programação de férias.

Analisados prós e contras, se sua decisão for incluir o pet no passeio, é preciso tomar alguns cuidados desde a hora de organizar a viagem até durante o trajeto em si.

Antes da viagem

  • Saúde

    Mesmo se o deslocamento for de carro, o ideal é passar por uma consulta veterinária antes de pegar a estrada com o pet. Para viagens aéreas e rodoviárias, o médico deve, inclusive, emitir um Atestado de Saúde. Estar com a carteira de vacinação atualizada é igualmente importante. "Para animais com mais de três meses, é obrigatória a vacinação antirrábica, que deverá ser feita no mínimo 30 dias antes da viagem e há menos de um ano da data de embarque. O veterinário também analisará se é necessário outro cuidado preventivo, de acordo com o destino", afirma a veterinária Elis Maressa Gonçalves, residente do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia. Cães que vão para a praia, por exemplo, devem receber vermifugação para prevenir Dirofilariose, doença que afeta o coração.

  • Documentação

    Iguanas, aves, coelhos, furões e outros animais de companhia precisam viajar com a Guia de Transporte Animal (GTA), documento emitido por um veterinário habilitado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou pelo órgão executor da defesa sanitária no estado. Os animais que pertencem à fauna silvestre só podem ser transportados com autorização do Ibama. "Para viagens internacionais, o proprietário terá que tirar o Certificado Zoossanitário Internacional (CZI), emitido pela autoridade do país de origem do animal", explica o veterinário Carlos Artur Lopes Leite, professor adjunto da Universidade Federal de Lavras.

  • Transporte

    Se vai viajar de avião com o pet, é importante questionar a companhia aérea sobre o peso máximo permitido para o animal e sobre restrições a algumas raças. Checar com antecedência o tipo de caixa em que o animal precisa ser transportado, as taxas cobradas, além de outros trâmites legais, evita contratempos na viagem. Algumas empresas permitem animais viajando dentro da cabine do avião e outras somente no porão da aeronave.

    Nos ônibus, os animais geralmente viajam em caixas similares, no banco ao lado do passageiro. Segundo a assessoria de imprensa da Agência de Transporte do Estado de São Paulo, a caixa de transporte deve ser contêiner de fibra de vidro ou material similar, de no máximo 41cm de comprimento x 36cm de largura x 33cm de altura.

    No ônibus, acomodar animais no porão de bagagens pode até representar economia, mas é fortemente contraindicado pelos veterinários. "Há riscos de deficiência de oxigênio, excesso de calor e intoxicação por gases do veículo", alerta Leite.

  • Hotel, pousada ou casa?

    Hotéis e pousadas "pet friendly" não são todos iguais. Então, antes de fechar negócio, entre em contato com o estabelecimento e tire todas as suas dúvidas: se o animal ficará no quarto ou em canis e gatis, e se ele poderá caminhar pelas áreas comuns, por exemplo. "Uma sugestão é pesquisar na internet e ver depoimentos de outros hóspedes que ficaram no mesmo local", diz Leite. Alugar uma casa no destino também pode ser uma alternativa para manter o bichinho mais à vontade nas férias.

Durante a viagem

  • Segurança

    No carro, cães e gatos devem ser atados a um cinto de segurança próprio e acomodados no banco traseiro. As demais espécies devem ser transportadas em suas gaiolas --sem utensílios como comedouros e bebedouros-- ou em transportadores próprios. Cágados, por exemplo, devem ser levados em recipientes plásticos abertos, com panos umedecidos. Já coelhos e pequenos roedores podem ficar em caixas de transportes usadas para gatos e filhotes.

  • Conforto

    De carro, evite viajar nos períodos de trânsito pesado e de sol quente. De maneira geral, é melhor usar ar-condicionado em vez de submeter o bichinho às altas temperaturas. Mas sem excessos. "Filhotes, aves e animais que têm propensão a doenças pulmonares são os que pedem mais cuidado com a temperatura do ar", diz o veterinário Carlos Leite.

  • Paradas

    Cães e gatos devem receber água a cada parada, a cada duas horas, mais ou menos. Nesses momentos, vale passear com eles, sempre usando a guia, para que possam exercitar-se, fazer necessidades e até relaxar. Evite alimentar o bichinho, mesmo que seja com os petiscos habituais. "Alguns cães sofrem de enjoo, podem apresentar náuseas e vômitos", diz Tânia Parra Fernandes.