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França - STR/AFP

França

Nada mais natural do que descrever a França com apenas uma palavra. Maravilhosa? Arrogante? Insuperável? Ufanista? Deslumbrante? Impossível é fazer isto sem ser tendencioso. É o maior país da Europa Ocidental e, talvez, o que apresente a mais notável diversificação regional - seja artística, gastronômica ou paisagística. Você pode observar tanto o seu lado conservador, que mantém o pronome de tratamento vous ao invés do você ou títulos como Monsieur e Madame, como o ultraliberal, capaz de legalizar o aborto ou a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Questão de ponto de vista. De Napoleão Bonaparte a François Mitterrand, de praias a montanhas, de vinhedos a castelos, de queijos a lagostas, do medieval ao pós-moderno, de vilarejos a... Paris! Sua riqueza cultural transcende os limites de qualquer uma de suas 22 regiões. O ideal seria explorar uma a uma, provando todas as suas délicatesses e viajando por seus cenários cinematográficos. Para quem pode, um privilégio. Aos demais, como nós, tudo é uma questão de selecionar. Tarefa difícil, muito difícil. Aqui damos apenas uma introdução para que você faça a sua França. Et bienvenu à la France!

Que País é esse
Nome: República Francesa (République Française, francês; France, inglês)
Sistema/forma de governo: República Parlamentarista
Nacionalidade: Francesa (French, inglês)
Capital: Paris
Idioma: Francês (français, francês; French, inglês)
Moeda: Euro

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Geografia
Área: 551.100 km² (um pouco menor que o estado de Minas Gerais).
População: 60 milhões de habitantes.
Fronteiras: Bélgica e Canal da Mancha (N), Luxemburgo e Alemanha (NE), Suíça e Itália (L), Mar Mediterrâneo (S), Andorra e Espanha (SO), Oceano Atlântico (O).
Clima: Temperado oceânico e mais ao sul mediterrâneo; na prática, inverno frio e verão ameno; na região do Mediterrâneo um inverno menos rigoroso, mas um verão mais quente.
Relevo: Plano e ondulado (2/3 do território), planícies ao norte e oeste, limitadas pelos Montes Pireneus a sudoeste e maciços da Jura e dos Alpes a sudeste.
Ponto mais alto: Mont Blanc, 4.807m.
Grupos étnicos: Celtas, latinos, eslavos, norte-africanos, indochineses e minorias bascas.
Religiões: Católica 90%, Protestante 2%, Judaica 1%, Islâmica 1%, outras 6%.

Economia
A França é uma das mais fortes economias da Europa, sustentada num tripé de indústria, agricultura e serviços. Apesar da onda de privatizações, o governo ainda mantém considerável influência sob setores-chave, sendo o maior dono das companhias elétrica, ferroviária, aeronáutica e de comunicações (apesar de parte da France Telecom ter sido vendida, assim como, mais recentemente, da Air France).

Tem uma indústria diversificada, ressaltando os setores químico, automobilístico e têxtil. A agricultura com alta tecnologia destaca-se pela boa produtividade em seu extenso território, especialmente no cultivo de trigo, batata e uvas. A entrada do euro na vida dos franceses foi, talvez, mais atribulada do que nos outros países da União Européia que adotaram a nova divisa. Acostumados ao franco, muitos franceses, em especial os mais velhos, ainda hoje se perdem nos cálculos com a nova moeda européia.

História
Tribos célticas ocuparam a Gália, aproximadamente o atual território francês, no século 9 a.C. A região ainda seria conquistada pelos romanos e bárbaros. No final do século 5, os francos se convertem ao catolicismo. A área é dividida em feudos após o domínio de Carlos Magno. O século 15 é lembrado pela Guerra dos Cem Anos e pela figura de Joana D'Arc. Em 1572, a rainha Catarina de Médicis ordena o assassinato dos protestantes (chamados de huguenotes), episódio que ficou conhecido como o Massacre de São Bartolomeu.

O auge do Absolutismo e o início do Iluminismo marcam os reinados de Luís XIV e Luís XV. 1789 é o ano do acontecimento mais marcante na história do país: a Revolução Francesa, derrubando a monarquia. Em seguida, a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão é votada, extinguindo os privilégios feudais. A 1ª República nasce três anos mais tarde, sob o domínio do terror. Cabeças rolam. Napoleão Bonaparte sobe ao poder pelo golpe militar em 1799. É coroado imperador em 1804 e seu governo é autoritário e expansionista.

Seu desejo de dominar a Europa acaba em 1815, quando perde na Batalha de Waterloo. A 2ª República é criada em 1848, apoiada no movimento operário. Perde a Guerra Franco-Prussiana, em 1870, e a 3ª República é instaurada. Anos mais tarde, a França é invadida pelos alemães durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945).

O episódio do desembarque na Normandia, no norte do país, foi um marco histórico na vitória dos Aliados contra Hitler. A 4ª República (1945-1958) reconstrói a economia, mas é abalada pelas guerras coloniais e a instabilidade política. Em 1958, a Assembléia Nacional confere ao general De Gaulle poderes para elaborar uma nova constituição. Nasce a 5ª República. A revolta estudantil de maio de 1968 é um referencial para o mundo, obrigando a renúncia do presidente no ano seguinte, sucedido por Georges Pompidou. Na década de 80, François Mitterrand é o primeiro socialista a chegar à presidência. Em 1986, Jacques Chirac torna-se primeiro-ministro.

Em 1988, Mitterrand é reeleito. Começa um período de instabilidade política, crescimento da extrema-direita, protestos e desemprego. Chirac assume no lugar de Mitterrand em 1995 e indica Alain Juppé como primeiro-ministro. Atentados terroristas assustam o país e o mundo protesta contra a decisão de Chirac de retomar os testes nucleares no Atol de Mururoa, no Pacífico Sul.

Em maio de 2002 Chirac é reeleito com uma vitória retumbante sobre o ultra-direitista Jean-Marie Le Pen - mas a simples presença deste último no segundo turno das eleições francesas foi o suficiente para causar apreensão no mundo. No mesmo ano, o ex-funcionário do governo colabora-cionista da cidade de Vichy - que apoiava os nazistas durante a ocupação alemã da França na Segunda Guerra Mundial - Maurice Papon, é libertado da prisão após cumprir três dos dez anos de condenação, gerando protestos pelo país. Em 2003 a França se posiciona de forma contrária a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos e pela Inglaterra, gerando uma crise no Conselho de Segurança da ONU. No ano seguinte uma polêmica lei proíbe os alunos de usarem símbolos religiosos em escolas públicas francesas.

Para o viajante
Paris centraliza as atenções e definitivamente merece ser visitada, mesmo que por uma questão de tempo você seja obrigado a abdicar de outros lugares. Mas não se engane: a França ainda é um país rural. O êxodo foi intenso nas últimas décadas, criando grandes conglomerados e centros industriais como Marselha, Lille e Lyon, além da própria capital. No entanto, muito da essência da cultura francesa, tradições e força-motriz de seu nacionalismo estão próximos aos campos, vinhedos e vilarejos. Entre as 22 regiões francesas, você descobre cidades construídas à volta de castelos no Vale do Loire, vilas de pescadores na Bretanha e Normandia, arquitetura germânica na Alsácia e Lorena, cultivo de uvas nos arredores de Champanhe, Borgonha e Aquitânia (Bordeaux), praias luxuosas na Côte d'Azur, Alpes no centro-leste (incluindo o pico mais alto da Europa, o Mont Blanc), além de pequenas cidades medievais ao longo do país. É como se a França fosse a síntese de toda a Europa. Aliás, é como os franceses se sentem.

Informações
Visto Brasileiros não precisam de visto para permanência por até 3 meses.
DDI 0033 (para ligar do Brasil, 00 + 21 ou 23 + 33 + telefone com 9 números, sem o zero, se for para Paris começa direto no 1)
Feriados Ano Novo, Páscoa, 1º de Maio, 8 de maio (Dia da Vitória), Ascensão, Segunda de Pentecostes (em junho ou julho), Dia da Bastilha (14 de julho), Assunção (15 de agosto), Dia de Todos os Santos (1º de novembro), Armistício (11 de novembro) e Natal.
Horário Bancos abrem e fecham de segunda à sexta num horário entre 8h30 e 16h30 - mas enfim, como é a França, podem abrir um pouco antes, fechar um pouco depois, dar uma pausa para o almoço e mesmo receber clientes num sábado. Para o comércio, vale a mesma regra, mas em Paris e grandes cidades, lojas de conveniências 24h e alguns supermercados podem abrir também no domingo. Mercerias, ou epiceries de nuit, você encontra abertas até 23h ou 24h.
Informações Toda e qualquer cidade francesa tem um centro de informações turísticas junto à estação de trem, em zona central ou próximo a alguma atração. Normalmente mapas encontram-se disponíveis gratuitamente. No local, você também pode fazer reserva de hotéis e conseguir material informativo em geral.
Lockers Apenas grandes estações nas maiores cidades possuem lockers (porte-bagage ou "consigne"), que são vigiados por sistemas de detecção de metais como nos aeroportos, com horário para entrar e sair. Explicação: qualquer usuário de lockers é um terrorista em potencial. Devido a casos de bombas (como em 1998) que explodiram estes sistemas de armários, os franceses decidiram extinguir este tipo de auto-serviço. Resultado: hoje, na França, você não pode mais fazer aquelas viagens rápidas de um dia para o interior sem carregar a mochila junto.
Telefones de emergência Polícia 17, Ambulância 15 e Bombeiros 18.

Língua
Comunicar-se em francês pode ser o diferencial para a sua viagem e a opinião que você terá sobre o povo. Minorias falam alguns dialetos específicos no sul do país, galês na Bretanha e holandês no extremo norte. Na Alsácia, quase toda a população conversa entre si com um curioso dialeto que mistura francês e alemão em proporções equilibradas, pois falam as duas línguas fluentemente. Mas se você não passar do inglês, a sugestão é: aprenda rápido algumas palavras em francês e tente se expressar; os franceses, provavelmente penalizados com sua quase incomunicabilidade (ou talvez irritados com o que você esteja fazendo com a língua deles), podem arranhar um bom inglês com você. Sim, boa parte deles sabe, apesar de negar. Mas outra grande parcela realmente desconhece qualquer idioma que não seja o seu. Uma alternativa é o espanhol, com chances de ser mais bem-sucedido no sul do país.

Dicionário
Você vai perceber a leve semelhança do francês com o português. Quanto mais tempo você ficar no país e ouvir o idioma, mais familiar vai lhe parecer. É uma constatação óbvia, mas na França dá resultado - até porque ninguém vai falar inglês pra tentar entender você! Portanto, pratique as palavras do quadro da página seguinte; podem significar a sua sobrevivência. E a propósito: não se esqueça do Excusez-moi, S'il vous plaît e Merci em suas frases, pois ajudam muito.

Falo mal mas sou educado
Oi - Ça va?
Tchau - Au revoir
Bom dia - Bonjour
Boa noite - Bonsoir
Por Favor - Síl vous plaît
Obrigado - Merci
Desculpe - Pardon
Com licença - Excusez-moi

Sobrevivência
Sim - Oui
Não - Non
Socorro - Au secours!
Quanto custa? - Cést combien?
Onde fica...? - Où est...?
Eu não falo francês - Je ne parle pas français
Caro - Cher
Barato - Bon marché
Aberto - Ouvert
Fechado - Fermé

Contando...
Um - Un
Dois - Deux
Três - Trois
Quatro - Quatre
Cinco - Cinq
Seis - Six
Sete - Sept
Oito - Huit
Nove - Neuf
Dez - Dix
Coisas e Lugares
Aeroporto - Aéroport
Água - L'eau
Albergue - Auberge de jeunesse
Banco - Banque
Banheiro - Toilette
Bebida - Boisson
Camisinha - Préservatif, condom
Cerveja - Bière
Comida - Aliment
Correio - La poste
Dinheiro - Argent
Estação - Gare
Farmácia - Pharmacie
Hospital - Hôpital
Hotel - Hôtel
Mapa - Carte
Museu - Musée
Ônibus - Bus/car
Praça - Place
Restaurante - Restaurant
Rodoviária - Autogare
Supermercado - Supermarché
Trem - Train

A Semana
Segunda - Lundi
Terça - Mardi
Quarta - Mercredi
Quinta - Jeudi
Sexta - Vendredi
Sábado - Samedi
Domingo - Dimanche

Segurança
Entre os países da Europa ocidental, a França não é particularmente insegura, mas também não é o mais tranqüilo entre eles. O país recebeu nas últimas décadas uma grande quantidade de imigrantes de origens africana e árabe em busca de melhores condições de vida, o que nem sempre encontram, engrossando as filas de excluídos sociais. Assim, cidades de médio e grande porte têm em sua periferia algumas zonas de maior risco. Mais problemático do que isto, existem na França grupos de extrema direita (neonazistas), que vêem na imigração a principal causa dos problemas do país, apelando à violência explícita. O atentado de 11 de março de 2004 em Madri fez surgir o medo de um ataque similar em solo francês. Desde então as autoridades tem redobrado a segurança, principalmente nos aeroportos e nas estações de ônibus e trens de Paris. Mas não há motivo para pânico. O policiamento é intensivo e, se fosse um país realmente perigoso, a França não seria entre todos do planeta um dos mais visitados.

Dinheiro
Moeda O euro substituiu o tradiciona-líssimo franco francês - o que, diga-se de passagem, muitos franceses ainda lamentam.
Câmbio Troca-se em bancos e em pequenas casas de câmbio encontradas nas cidades. Como estas não visam a outra coisa, senão às transações com turistas, elas conseguem normalmente taxas mais competitivas. Um banco normal cobra de 2% a 10% de comissão e uma casa de câmbio pode até não cobrar nada. Mas, é claro, deve-se antenar ao todo, o que inclui o valor da cotação da moeda. Como emergência, lojas e correios também podem efetuar transações de câmbio.
Custos Os itens de sobrevivência não são baratos. Definitivamente estamos no país da cultura gastronômica por natureza, onde um pão no supermercado custa até o triplo do valor no Brasil. Em regiões típicas, em compensação, produtos como vinho e queijo acabam saindo barato, mas só as qualidades próprias do local. Hospedagem oferece preços variados. Albergues são, evidentemente, a opção mais em conta, ainda que seja possível encontrar pequenos hotéis mais baratos para 2 ou 3 pessoas juntas (sem que isso necessariamente signifique mais conforto). Um viajante econômico pode prever um gasto médio de €14 a €20 para dormir num albergue, ou pelo menos €25 num hotel, mais €12 a €18 de comida por dia, considerando uma refeição em restaurante, um sanduíche e alguma coisa comprada em supermercado (além das indispensáveis garrafinhas de água pra se abastecer durante o dia, apesar da água de torneira na França ser potável), €8 a €12 em atrações (1 ou 2 museus, que ainda saem mais baratos com carteira de estudante) e cerca de €1 a €5 de transporte, quando necessário. Tudo por cerca de €35 a €55 ao dia, com muita ou média economia. E aos que estão com o dinheiro contado, essas médias podem baixar quando não se está em Paris; quando se viaja fora da alta temporada de verão, quando se tem uma companhia para dividir quarto ou abusando de supermercados e baguetes e caminhando bastante.

Comunicação
Telefone O sistema de telefonia francês, administrado pela France Telecom, é de 10 dígitos, 2 para o código de área e 8 para o número do telefone. Os prefixos variam conforme a região: 01 para Paris e Île de France, 02 para o noroeste, 03 nordeste, 04 sudeste e 05 sudoeste. Mesmo estando em Paris, para uma ligação local você deve discar primeiro o 01 e depois os 8 dígitos restantes. Para chamadas internacionais, disque 00, aguarde o sinal e digite o código de acesso do país em questão, sem o zero (55 para o Brasil) e o número de telefone. Ligando a cobrar pela Embratel, 0800-99-0055. Há bem mais telefones de cartão do que de moeda. É aconselhável comprar um para as ligações do dia-a-dia (reservar albergues ou hotéis, informações, etc.). A chamada local custa €0,30/min ou uma unidade de cartão, que pode ser encontrado em 60 ou 120 unidades (€7,50 e €15).
Correio (PTT ou Bureau de La Poste) Aberto de seg/sex das 8h-12h e 14h-17h, sáb 8h-12h. Selos (timbres) para cartões postais para a América Latina saem por €0,90. Também enviam pacotes com o peso que você desistiu de carregar, contanto que caibam nas caixas que eles oferecem. Preços variam conforme o peso, mas por navio é sempre mais barato, ainda que demorado.
Internet Acesso à internet em bibliotecas é possível em cidades de médio e grande portes, mas na maioria sem acesso a emails. Certos albergues dispõem de internet, mas sempre paga. Dificil escapar de gastar para conectar-se na rede. Você encontra cybercafés espalhados por todas as cidades francesas, cobrando bem por seus minutos de acesso. O teclado maluco não vai ajudar muito a você digitar rápido.

Viajando
Avião Apesar de tradicionalmente mais caras, pode-se conseguir boas ofertas em passagens aéreas, especialmente para estudantes ou jovens com menos de 26 anos. Informe-se em agências de viagem. As companhias inglesas Easyjet e Ryanair começaram a ter vôos para a Franca, cheque seus websites: www.easyjet.com e www.ryanair.com.

Trens Rápidos e confortáveis, a maior parte dos trens que passa (chegando, saindo ou cruzando) por Paris são TGV (trem de grande velocidade). É a menina-dos-olhos dos franceses e está cada vez mais presente, o que pode ser uma chateação, mesmo com passe de trem, pois reserva é sempre necessário. No interior, em determinadas regiões a qualidade dos trens cai e não estranhe pequenos atrasos. Ao chegar na estação de alguma cidade francesa, pegue o timetable para seus próximos destinos, checando horas e trajetos dos trens. Os folhetos também indicam a possibilidade de transportar bicicletas (em algumas regiões grátis) e variações de horários nos domingos e feriados.

Ônibus Mais do que baratos, ônibus são a opção para regiões onde o trem não cobre, como pequenas cidades da Normandia ou praias da Riviera francesa, por exemplo. O preço das passagens é inferior, assim como o conforto. Viagens internacionais saem normalmente de Paris (Gare Routière Internacionale, Porte de Bagnolet, metrô Gallieni), com alguns trechos como (em tempo de viagem, preços para adultos/menores de 26): Paris-Londres: 7h, €54/49; Paris-Madri: 17h, €86/78; Paris-Copenhague: 18h, €88/80; Paris-Bruxelas: 4h, €25/22; Paris-Berlim: 14h, €78/71; Paris-Amsterdam: 8h, €42,50/36,50.

Carona Em princípio, carona na estrada é ilegal, especialmente nas grandes autoroutes. Mais fácil em pequenos trajetos, em regiões turísticas ou por estradas menores. As chances aumentam no sul e oeste do país. Há também o AlloStop, um centro de caronas que cobra uma taxa variando de acordo com a distância que você pretende percorrer, informando o telefone de pessoas viajando nesta direção dispostas a rachar o combustível (também diz qual o valor máximo que o motorista pode cobrar pela gasolina). O resto é com você: localizar o sujeito, combinar preço e horário e partir. Não há garantias da parte da AlloStop, afinal, eles são apenas intermediários. Fone 01 53 20 42 42, em Paris, no 8 Rochambeau, 9ème, uma pracinha próxima da estação Cadet em Montmartre. Mais informações, email: allostop@ecritel.fr.

Para a Inglaterra A melhor opção, considerando o trajeto Paris-Londres, é o trem Eurostar, atravessando o Eurotunnel. Em apenas 3 horas, e eventualmente até menos, se vai do centro de Paris (Gare du Nord) ao centro da metrópole britânica (Waterloo Station). É a melhor, mas não a mais barata. Existem freqüentes promoções no custo da passagem, com muitas variações (temporada do ano, dia da semana, ida e/ou volta, tempo de permanência, desconto para passes de trem, etc.). Como alternativa, ir de trem até a fronteira e atravessar de barco pode ser trabalhoso. Mais econômico (para quem não tem um passe de trem) é pegar um ônibus direto, de 7 a 9 horas de viagem. Ofertas de avião podem ser conferidas, com boas surpresas. Neste caso, porém, não se esqueça dos custos adicionais como taxa de embarque e translados, já que os aeroportos não são centrais.

Acomodação
A Federação Francesa de Albergues da Juventude (FUAJ), filiada à HI, é forte e bastante padronizada: casas geralmente limpas, eventualmente chatas no regulamento, instituindo curfews e lockouts e cobrando pelos lençóis obrigatórios (talvez não seja má idéia você trazer os seus ou um saco de dormir). Cada vez mais se lançam ao regime de self-cattering, oferecendo cozinhas com fogões e microondas.

Os preços são normalmente padronizados, sem contar pequenos extras, seja nos lençóis ou num café da manhã não incluído. As estrelas de um hotel equivalem, nos albergues, a pinheiros (sapin, em francês), embora os critérios sejam mais relativos à capacidade e facilidades do que ao conforto em si. Preços de tabela, nem sempre cumpridos, é verdade, mas servem como base.

No topo da escala estão os grandes, com 4 pinheiros, €13,25, incluindo café da manhã; seguido dos médios, com 3 pinheiros, €12,30, também com café; 2 pinheiros, €8,90, apenas acomodação e os mais simples, 1 pinheirinho, também apenas uma cama, por €7,70. Ainda valores de tabela: camping €5,30. Lençóis €2,80. Preços das refeições: café da manhã €3,30; almoço ou jantar €8,60; almoço ou jantar só com prato principal, sem entrada ou sobremesa, €4,90.

Quando houver um pássaro ao lado do pinheiro significa um local particularmente agradável. Este tipo de hospedagem é a alternativa mais interessante na França para quem viaja com pouco dinheiro ou sozinho, principalmente saindo de Paris. Os albergues maiores podem ser reservados pela internet: www.fuaj.org. Que fique claro: esses preços não se aplicam à capital francesa, onde há também uma grande rede de albergues independentes. Estes, por sua vez, formam uma cadeia com regras próprias, mais relax do que os HI (mas também, podem ser mais descuidados na limpeza).

Outra opção ao longo da França são os Chambre d´Hôte, espécie de Bed & Breakfast, quartos em casas de família (ou pequenas estalagens) mais café da manhã por preços mais baixos, comparados a hotéis econômicos. Em geral, para um quarto duplo, imagine pagar 3 vezes o preço de sua estada num albergue por pessoa, com a diferença, é claro, do conforto e a privacidade. A estadia nestes lugares depende do luxo oferecido. Num lugar simples, pode ficar mais barato do que parar num albergue. Compensa para quem está em grupo e com carro, já que as mais em conta são as hospedagens fora das cidades.

Comes & Bebes
A gastronomia é encarada como uma verdadeira arte e o bom francês tem todo um ritual para comer: Entradas, salada, prato principal, queijos e sobremesa. Tudo acompanhado de vinho, imprescindível, e não apenas por seu valor gastronômico, mas também para ajudar a se enturmar, já que coca-cola não é bem-vista aos olhos deles como um bom acompanhamento para uma refeição - francesa, é claro.

Nas dezenas de bistrôs que você encontrará, o que mais se oferece são as formules, ou seja, menus com bebida, prato principal e sobremesa. Em Paris, uma formule reforçada (prato com carne) sai por €15. É possível encontrar variações a partir de €8 para pratos mais leves ou sanduíches. Note que mesmo um sanduba num restaurante pode sair mais caro.

Muitos incluem o serviço na nota. Verifique se diz "serv compris". Quando não incluído, não se sinta na obrigação de deixar gorjeta - especialmente se o serviço for péssimo, com garçons atendendo de má vontade, o que não é raro. Do contrário, convém deixar entre 7% e 12% em moedas na mesa depois de sair.

A tipicidade dos pratos varia conforme a região, apesar de muitos serem encontrados por todo o país. Como entrada (hors-d'œuvre) são populares assiette anglaise (pratos com frios), pâté (pastas de fígado misturada com carnes, sendo o de foie gras, de pato, um dos mais famosos), terrine (de fabricação caseira, similar, mas diferente do foie gras porque na textura aparecem pedaços dos ingredientes utilizados no preparo), quiche (deliciosa torta de legumes com queijo, frutos do mar ou bacon) ou ainda para os mais ousados cuisses de grenouilles (coxinhas de rã).

Entre os pratos principais poissons et fruits de mer (peixes e frutos do mar) são verdadeiras especialidades e viandes (carnes) também, sempre servidas com insuperáveis sauces (molhos). Como acompanhamentos salades (saladas), pommes de terre (batatas), riz (arroz) ou pâtes (massa). São tantas, tantas coisas boas que um único estômago (e conta bancária) é pouco. Não bobeie, experimente algumas delas. Mas como você não ganha salário de jogador de futebol ou top-model, usufrua também das boas e mais acessíveis baguettes.

Longas ou curtas, com recheios variados (ainda que nem sempre abundantes), espere pagar a partir de €2,75 por este pão genuinamente francês. Uma alternativa ainda mais barata é montar a sua própria - e enchê-la com deliciosos fromages (queijos). Entre os queijos mais populares encontram-se brie, beaufort, cantal, reblochon (suaves) e camembert, roquefort e munster (entre os mais picantes).

Mais francês que isso, só sair com sua baguete inteira embaixo do braço e um cachorro na coleira.

Acompanhamento ideal, vins (vinho). Como maior produtor mundial, a variedade é imensa, inclusive no preço. São internacionalmente conhecidos os que provém das regiões de Bordeaux e Bourgogne. No interior, vale provar o vinho típico da região onde estiver. Santé!

Ainda há o famoso crepe, salgados (chamados de galettes) e doces, com várias opções de recheio, despontando o sempre delicioso de chocolate. Aliás, já entrando nos doces, repare nas vitrines das confeitarias - e enlouqueça. Regime? Você está no país errado!

Brasileiros
Embaixada
34, Cours Albert 1er/75008 - Paris
Fone 01 45 61 63 00
Site: http://www.bresil.org
Email: ambassadeur@bresil.org

Consulados
34 bis, Cours Albert 1er/75008 - Paris Fone 01 44 13 90 30
Email: setorconsular@bresil.org
68, rue Chazière - Lyon
Fone 04 78 39 43 29

11, Bd de Belgique - Mônaco
fone 00 377 9330 2187

Maison du Brèsil
Cité Internationale Universitaire de Paris
7L boulevard Jourdan/ 75014 - Paris
Fone 01 58 10 23 00
Email: maisondubresil@dial.oleane.com

Delegação Permanente junto à Unesco
1, Rue Miollis, Cedex 15 - Paris
Fone 01 45 68 29 00
Email: dlbrasil@unesco.org

Banco do Brasil
4, Avenue de La Grande Armée - Paris
Fone 01 40 53 55 00
E-mail: paris@bb.com.br

TAM
11-13, Ave. Friedland - Paris
Fone 01 42 25 17 17
Email: tamparis@aol.com

Varig
106 Blvd. Haussmann - Paris
Fone 01 40 08 42 94
reservas: 08 01 63 61 62

Nós lá fora
Orgulhe-se de ser brasileiro: a imagem que o francês tem de nós é de um povo "alegre, dançante e escuro" e, naturalmente, dominado pelo futebol. Em Paris, isso muda um pouco de figura - mas tudo bem, lá tudo é diferente. As opiniões são variadas. Vai de uma visão preconceituosa-pervertida de homens e mulheres ao nosso lado musical, já que muitos cantores brasileiros são bastante populares em terras de La Vie en Rose.

Ultimamente, porém, a pergunta básica sobre futebol tem dado lugar a uma outra: "Como vai o governo do Lula?" E não são apenas os bem-informados (que também conhecem Fernando Henrique Cardoso) que questionam. Ideologias à parte, os franceses sabem e acham o máximo o histórico do nosso atual presidente.

Barbadas & Roubadas
Uma velha piada européia diz que o problema da França são os franceses. De fato, o povo tem fama, e parece não se importar. São vistos por todos como esnobes, chatos e narcisistas. Devemos considerar, porém, que fazem fronteira com os principais países europeus e já estiveram em guerra com praticamente todos eles. Por outro lado, generalizar os franceses e a própria França conhecendo apenas uma região é perigoso, pois, com as devidas proporções geográficas, seria como definir o Brasil apenas tendo visitado a Bahia, o Rio Grande do Sul ou São Paulo.

É essencial para ter uma noção mínima da França ir além da sua capital. No interior, a sensação "esse país não é mais nosso" é diluída entre os regionalismos. Espere conhecer os verdadeiros franceses por lá e absorva um pouco de sua cultura - inclusive pelo estômago. Procure arranhar algumas frases do idioma. Se você entrar numa loja falando inglês direto, você pode ser totalmente ignorado. Também, é claro, não se pode ter uma idéia da França sem conhecer Paris, ainda que seja um mundo à parte. A cidade não é barata, mas isso é o de menos. Aproveite tudo o que for de graça e gaste sem medo no que você estiver a fim de gastar. Até onde sabemos, só existe uma Paris - e você não vai todo dia à França. A propósito: uma velha piada francesa diz que o problema de Paris são os parisienses...