Áustria

País que já teve um papel importante na História, a Áustria hoje chama a atenção por seu turismo de neve e montanha, por sua cultura ancestral, por suas figuras célebres - incluindo compositores, psiquiatras, noviças e até musculosos que conseguem virar ator e ainda governador (sem contar infames ditadores assassinos). O marketing ao redor de Mozart pode ser exacerbado, mas inegavelmente o país espira música clássica - afinal também é a terra de Strauss, Haydn, Schubert, além do alemão Beethoven que adotou o país por um tempo. Com sorte você pega uma apresentação da Orquestra Filarmônica de Viena. Mas as relíquias também envolvem outros sentidos: as delícias dos doces, o ar campestre das montanhas, a beleza das paisagens. Impossível não se entusiasmar com a capital Viena e seus grandiosos palácios, com a suntuosidade do rio Danúbio, o fascínio dos Alpes, a tipicidade da belíssima região do Tirol. No meio do caminho entre a Europa central e a do leste, não importa qual seja o seu rumo - a Áustria é um deles.

Nome: República da Áustria (Österreich, alemão; Austria, inglês)
Sistema/forma de governo: República Parlamentarista
Nacionalidade: Austríaca (Österreicher, alemão; Austrian, inglês)
Capital: Viena (Wien, alemão; Vienna, inglês)
Idioma: Alemão (Deutsch, alemão; german, inglês)
Moeda: Euro

Área: 83.858km2 (menor que o estado de Santa Catarina).
População: 8,2 milhões de habitantes.
Fronteiras: Alemanha, República Tcheca (N), Eslovênia e Itália (S), Hungria (L), Eslováquia (NO), Suíça e Liechtenstein (O).
Clima: Temperado continental e de montanha. Espere invernos frios, com dias nublados e chuvosos. O verão é ameno, mas não se surpreenda com pancadas de chuva.
Ponto mais alto: Grossglockner, 3797m.
Grupos étnicos: Austríacos, alemães 94,1%, iugoslavos, turcos e outros 5,9%.
Religiões: Católica 78%, Protestante 5%, outras 17%.

A Áustria, membro da UE, tem sua força econômica na exportação de mercadorias e serviços, principalmente para Alemanha, seu grande parceiro comercial. Destacam-se a agricultura cultivada ao longo do Danúbio, abastecendo 90% das necessidades do país, o setor industrial de metalurgia, ferro e aço, química e também o turismo.

Tribos célticas habitaram o que hoje é a Áustria. A famosa dinastia dos Habsburgo torna-se monarca do Sacro Império Romano Germânico a partir do século XV. Séculos adiante (por volta de 1814), a Áustria é o centro das idéias conservadoras do continente, durante o período em que Klemens Metternich esteve no poder. Em 1867, une-se com a Hungria formando o Império Austro-Húngaro, um dos pivôs da 1ª Guerra Mundial, 47 anos depois. A monarquia Habsburgo sofre com a derrota em 1918 e a República é proclamada, sendo dois anos mais tarde oficializada pela Constituição como um Estado federal. Em 1938 o austríaco Adolf Hitler anexa o país à Alemanha, com aprovação popular.

Eis assim a infame participação austríaca na 2a Guerra Mundial. Em outubro de 1943, é assinada a Declaração de Moscou, que restabelece a independência austríaca. Neste mesmo período, é dividida em 4 zonas de ocupação: americana, francesa, britânica e russa. No final da Guerra, a indústria e a agricultura, bem como os transportes e os meios de comunicação, encontram-se devastados. Graças à ajuda internacional, o país reergue-se em pouco tempo, apresentando um crescimento significativo em 1951. Em 1955, a república é oficialmente restaurada e os austríacos assumem uma posição militar de neutralidade. A eleição presidencial de 1986 é vencida por Kurt Waldheim, apesar das denúncias de suas atividades durante a 2ª Guerra Mundial.

Atentados e incidentes violentos contra minorias marcam os anos 90. Com o crescimento de movimentos de extrema-direita e um discurso pró-nazista, o líder Joerg Haider sobe ao poder em 2000, causando grande perplexidade e gerando represálias de vários países. Logo ele renuncia, mas seu governo xenófobo e racista dura até 2002. Em abril de 2004 uma nova eleição para presidente elege o candidato social-democrata Heinz Fischer, substituindo o conservador Thomas Klestil e a coalizão governamental, formada pelo Partido Popular e os liberais do ultranacionalista Joerg Haider.

Se a capital Viena é cosmopolita, o resto do país é bucólico. As paisagens das propagandas de leite e chocolate estão no Tirol, região dividida com a Alemanha e a Itália, e que impressiona pela bela combinação de florestas, campos e Alpes. Espere ver casinhas nas montanhas, vacas pastando e muito verde. No inverno, porém, a cor é o branco, com a neve deixando tudo mais charmoso.

Outro orgulho da Áustria são os lagos, verdadeiros espelhos d'água, cercados por cadeias montanhosas. Os mais famosos são o Wolfgangsee (perto de Salzburgo) e o Achensee (há cerca de 35km de Innsbruck), onde no verão você pode se aventurar com paragleider. Típico mesmo entre os austríacos é o Edelweiß, a flor que nasce nos Alpes e que no passado era a prova de amor que os jovens ofereciam às suas paixões. Como um bom país que preza o turismo, você vai encontrá-la nas montanhas e também em bottons, camisetas e bonés.

Visto Brasileiros não precisam de visto para permanência por até 3 meses.
DDI 0043
Feriados Ano Novo, 6 de janeiro, Páscoa, 1º de maio, Ascensão, Corpus Christi (junho), 15 de agosto (Assunção), 26 de outubro, 1º de novembro, 8 de dezembro (Imaculada Conceição), Natal.
Horários Comércio abre de seg/sex das 8h/9h-18h, variando um pouco de cidade para cidade. Bancos em geral das 9h-15h, podendo, conforme o local, abrir mais cedo, fechar mais tarde e parar de 30min a 2 horas para o almoço.
Informações O turismo é bem organizado. Seus centros de informações são completos, com mapas bem feitos (grátis) e guias variados (pagos). Praticamente toda cidade com algum interesse turístico tem um cartão ou passe com descontos e direito a transporte. Reservas e ingressos para espetáculos e atrações estão também disponíveis nos CI.
Telefones de emergência Polícia 133, Ambulância 144 e Bombeiros 122.

A maioria dos austríacos fala o alemão padrão (chamado de Hochdeutsch), o mesmo falado na Alemanha - com a diferença do sotaque. Por ter dominado a Europa Oriental por um longo tempo, o país entende que seu idioma é suficientemente importante e seu povo preocupa-se pouco em aprender outros. Se há uma segunda língua, talvez fosse o húngaro, o que não ajuda muito. Apenas o inglês, por uma questão de mercado, tem alguma penetração, mas não é estudado com afinco por todos os austríacos. Um turista falando inglês, porém, se vira em qualquer lugar do circuito turístico. Tal como na Alemanha e Suíça, algumas palavras aparecem com a estranha letra ß, chamada de eszet, que simplesmente é a união do s com o z, e que se lê como um simples s. Um exemplo é uma das palavra mais usuais para a sua orientação: Straße (rua), que se lê como Strasse. Para outras palavras, veja o Dicionário na Alemanha.

Problemas maiores que o país enfrenta decorrem do confronto entre nacionalistas e imigrantes, não representando grandes perigos a turistas. Pequenos delitos como viajar no metrô sem pagar são punidos com multa, fora o constrangimento, mas fica por aí. No mais, atenção à noite, ruas desertas, etc, como sempre.

Moeda O euro foi adotado substituindo o schilling.
Câmbio Altas taxas de câmbio, poucos doleiros e sem a grande competitividade como em outras cidades européias caracterizam o cenário cambial. Melhores ofertas você encontra nos bancos, geralmente nos centros das cidades.
Custos Espere gastar com economia, ficando em albergues, em torno de €35 a €40 por dia (contando os gastos básicos com atração + transporte + comida).

Telefone A maioria dos telefones públicos funciona a cartão. Uma ligação local sai por €0,15, e esse valor segura até uns poucos segundos de interurbano. Há telefones em alguns trens, cobrando €0,75 o minuto da chamada. Uma ligação para o Brasil sai por €3/min. A cobrar, via operadora brasileira, disque 0800-200-255.
Correio Cobra-se €1,25 para um selo de cartão postal até a América Latina.
Internet Você pode encontrar terminais em bibliotecas e alguns cyber cafés em Viena e cidades maiores, freqüentemente abertos até tarde da noite.

Passagens aéreas costumam ser caras e o principal aeroporto é em Viena. Atravessar o país de leste a oeste de trem leva em torno de 8 horas. Viena é um bom ponto de partida para o Leste Europeu, em viagens de 1h30 até Bratislava, 4h até Praga e 3h30 até Budapeste. A cidade de Salzburgo está a apenas 3 horas e Innsbruck a 5 horas da capital. Trens são rápidos, bons e confortáveis - além de propiciar um panorâmico cenário.

Ônibus também fazem os trajetos acima, mas seus destinos mais populares são exatamente onde os trens não cobrem, como a montanhosa região do Tirol, estações de esqui (caras para viajantes) e pequenas cidades.

Carona é tolerada de forma geral, sendo mais praticada nas auto-estradas (Autobahn) durante feriados ou dias de grande movimentação de turistas, geralmente por jovens estudantes indo à região dos lagos ou montanhas. Um serviço pago de caronas para todo o país é a Mitfahrzentrale em Viena, na rua Daungasse 1A, fone (01) 4082210, combinando motoristas com caroneiros.

Aos mais aventureiros, uma opção são as bicicletas. O país é pequeno e com lindas paisagens, podendo assim ser cruzado de ponta a ponta, intercalando trens para as subidas mais apertadas - e por isso a própria companhia ferroviária austríaca (ÖBB) aluga bicicletas que podem ser devolvidas em qualquer estação de trem.

Os albergues (Jugendherberge) são bem organizados, providos, limpos, modernos e também cheios de regras. Com a temporada de esqui no inverno, há toda uma estrutura de acomodação na região dos Alpes, desde alojamentos de estudantes até albergues privados. Hotéis são caros e em algumas cidades do interior uma alternativa é ficar em pensões ou casas de família, muitas vezes com placas Zimmer Frei (quarto vago) sinalizando este tipo de acomodação. Alguns proprietários ou gerentes mais espertos esperam pelos viajantes nas estações, poupando a procura, o que não impede você de olhar o lugar e recusar. Nestes locais pode-se conseguir uma diária a partir de 20 ou 25 euros por cabeça. Outra opção, considerando um país campestre, são os vários campings à beira de lagos e montanhas (mas fechados durante o inverno).

A comida típica da Áustria é similar à alemã; predomina o Schnitzel, o empanado, dos quais o Wiener, ou vienense, é o mais típico, geralmente de porco ou carneiro. Além disso, popular também é o Imbiss, ou seja, aquela salsichada de diferentes categorias. Um doce que você não pode deixar de provar é o Strudel, deliciosa massa folheada recheada, normalmente com maçã (Apfelstrudel) ou a fruta da época. Um lugar realmente austríaco é o Heuriger, uma espécie de quiosque cuja finalidade é a degustação do vinho da última safra (com direito a petiscos), tornando-se um point durante o verão.

Embaixada brasileira
Am Lugeck 1/5/15 - A-1010 - Viena
Fone 1 512 0631
e-mail: ausbrem@xpoint.at

TAM
Obere Viaduktgasse 2 - A-1030 - Viena
Fone 1 512 0631

Varig
Opernring 1E - 7º andar - Viena
Fone 1 587 8439

O austríaco, em geral, por não ter muito contato com os povos do Terceiro Mundo e lidar mais com a realidade da antiga Cortina de Ferro e conflitos balcânicos, vê o brasileiro como um "caribenho" ou "mexicano" de cinema: um povo alegre, futeboleiro, dançarino e seminu.

A grande dica para vasculhar as fantásticas paisagens da Áustria é conjugar bicicleta e trem, já que a ÖBB (companhia ferroviária austríaca) aluga boas bikes e tem planos de passes conjugados. Cuidado com os sinais de pedestres: atravessar a rua no vermelho dá multa. Independente de como você estiver viajando, procure sentir o astral da Áustria rural, ainda que seja pela janela de um trem. A roubada do país fica por conta de seu governo de ultradireita que volta e meia está no poder e a parcela do povo que o apoia.