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Diversos Ecoturismo

Saia da frente da lareira e aproveite o inverno de um jeito diferente

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Felipe Floresti
Do UOL, em São Paulo

O inverno faz crescer a procura de turistas por algumas das cidades mais frias do país. Para fugir da mesmice de lareira, vinho e fondue, destacamos atividades para entreter pessoas de todos os gostos e idades em alguns dos principais destinos de inverno do Brasil, com passeio de trem, caminhadas pela natureza e esportes radicais. Agora ninguém mais vai ter desculpas para não sair debaixo do cobertor.

Paranapiacaba (SP)

Quem busca um refúgio de inverno sem sair muito de perto da capital paulista pode encontrar na vizinha Santo André. A vila de Paranapiacaba surgiu em 1865 durante a construção da primeira ferrovia do estado de São Paulo (ainda é possível chegar à vila de trem partindo da estação da Luz). Criada para abrigar os funcionários da companhia britânica São Paulo Railway, tem na charmosa arquitetura tipicamente inglesa seu principal diferencial.

Na parte baixa da vila ficam as principais construções históricas, incluindo os museus ferroviário e o Castelinho, que é o mais marcante projeto arquitetônico da vila. Fica lá também o antigo mercado, hoje transformado em um centro cultural. Na parte alta se encontra a igreja de Bom Jesus, construída em 1889, e diversas trilhas que podem ser percorridas com a com guias credenciados, incluindo uma travessia de oito horas até Cubatão pela Serra do Mar. Para mais contato com a natureza, o Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba tem mais de 4.000 km² de trilhas, aves e animais silvestres, bromélias, orquídeas e até um circuito de arvorismo.

Eduardo Vessoni/UOL
O visual cenográfico da Trilha do Mirante é um dos mais impressionantes de todo o roteiro

Anualmente a vila ainda realiza o Festival de Inverno com diversas apresentações de MPB, rock, jazz e música clássica. A edição deste ano começa neste final de semana, dias 19 e 20, e segue no próximo, dias 26 e 27, com Simoninha, Mônica Salmaso, Mariana Aydar e Clube do Balanço, entre as atrações.

Campos do Jordão (SP)

É um dos mais procurados destinos de inverno do país. Localizado na Serra da Mantiqueira a 1.628 metros acima do nível do mar, é o mais alto município brasileiro considerando a sede administrativa. A geografia contribui para o clima frio, chegando a registrar temperaturas negativas, que aliada à arquitetura com estilo alpino, garante à cidade a fama de Suíça brasileira. 

Seus bares e sua gastronomia são os principais atrativos da cidade, principalmente na badalada vila Capivari. Mas não faltam passeios para quem quer fugir das multidões no inverno e conhecer a fundo Campos do Jordão. A começar pelo passeio à fábrica da Baden Baden, uma das mais tradicionais cervejarias artesanais do país, onde é possível conhecer o processo de fabricação a cerveja, além de degustar as diferentes variedades da bebida. Vale também sair para explorar a natureza da região. Mais acessível é a subida ao morro do Elefante, a 1.800 metros de altitude, que proporciona uma bela vista panorâmica da cidade. O acesso pode ser feito de carro ou por teleférico.

Débora Costa e Silva/UOL
Araucárias e casarões com arquitetura típica dos alpes suíços fazem parte da paisagem de Campos do Jordão

Mas quem estiver disposto a mais desafio pode visitar a Pedra do Baú, que fica em São Bento do Sapucaí, município vizinho a Campos do Jordão. O complexo do Baú, como é chamado, é um conjunto de gigantescas rochas que chega a 1.950 metros de altitude em seu ponto culminante, justamente na Pedra do Baú. A opção mais fácil é uma caminhada pelo lado de Campos do Jordão, mas quem quiser conhecer esse cenário excêntrico de perto pode apostar em um passeio de cerca de oito horas, que é considerado um dos programas mais incríveis da região para quem gosta do contato com a natureza. O complexo também é bastante frequentado por amantes de escalada.

Para completar ainda vale um passeio de trem pela bela Serra da Mantiqueira. Até o dia 3 de agosto a cidade também realiza o Festival de Inverno, o maior evento de música clássica da América Latina, com apresentações diárias em diversos pontos de Campos do Jordão.

Petrópolis (RJ)

A Cidade Imperial foi a segunda cidade planejada do Brasil (atrás de Recife), construída a pedido do imperador Dom Pedro I na terra que anos antes havia encantado seu pai, Don Pedro II. Localizada no topo da Serra da Estrela, conjunto pertencente à Serra dos Órgãos, apresenta arquitetura que tem no Palácio Imperial seu principal ícone. Em 1943 o local foi transformado no Museu Imperial, guardando boa parte da mobília, obras de arte, joias, como a coroa de Dom Pedro I, e objetos pessoais da família real. 

Marcel Vincenti/UOL
O Museu Imperial expõe coroas e vestimentas usadas por D. Pedro II e família

Nas ruas dos arredores do palácio, diversos casarões compõem o cenário, incluindo A Encantada, como é conhecida a pitoresca casa que foi do pai da aviação, Santos Dumont. Transformada em museu em sua homenagem, é o segundo ponto turístico mais visitado.

Petrópolis também marcou a história do país em 1853, quando foi inaugurada a primeira marca de cerveja do Brasil, a Bohemia. Recém reformado, o local abriga hoje um museu temático e interativo com tudo sobre a bebida. Outro passeio cervejeiro é à fábrica da Itaipava, no distrito de mesmo nome. A charmosa região se destaca também como polo gastronômico, com restaurantes premiados, além de sofisticadas pousadas e lojas de artesanato.

Teresópolis (RJ)

Assim como Petrópolis, Teresópolis está localizada na Serra dos Órgãos e, por lá, a natureza é o principal destaque. Três grandes parques ecológicos se encontram nos limites da cidade, o Parque da Serra dos Órgãos, o Parque Estadual Três Picos e o Parque Natural Montanhas de Teresópolis.

Ernesto de Castro/Divulgação Parque Nacional da Serra dos Órgãos
Parque Nacional da Serra dos Órgãos é um dos mais belos atrativos da região de Petrópolis e Teresópolis

Inúmeras trilhas levam a cenários com abundante Mata Atlântica e grandes formações rochosas como a Pedra do Sino, Dedo de Deus, Mulher de Pedra e Pedra da Tartaruga. É considerada a capital nacional do montanhismo, com desafios para todos os níveis de esportistas.

São Thomé das Letras (MG)

Extraterrestres, duendes, curandeiros e passagens subterrâneas para Machu Picchu. As lendas são só parte da mística que envolve a cidade de São Thomé das Letras. Um dos municípios mais altos do país, situado a 1.450 metros acima do nível do mar, a cidade tem uma aura hippie que, combinada com a abundante beleza natural do lugar, transforma em um destino único. Cercada pela Serra da Mantiqueira, as ruas e casas são quase todas construídas com blocos de quartzito (abundante na região), criando uma aparência pitoresca.

Por lá uma das atividades preferidas de turistas e moradores é a contemplação. Dentro do Parque Municipal Antônio Rosa seus três pontos mais altos, conhecidos como Cruzeiro, Pedra da Bruxa e Pirâmide, são concorridos mirantes. É comum ficarem cheios no final da tarde, com pessoas tocando violão, apresentações pirotécnicas e o lindo pôr-do-sol da Serra da Mantiqueira.

Marcel Vincenti/UOL
Casal observa o centro de São Thomé das Letras desde o topo da gruta de São Tomé, ao lado da igreja matriz da cidade

Outro passeio recomendado é visitar a Gruta do Carimbado, cuja lenda garante que a passagem chega até as ruínas incas de Machu Picchu, no Peru. Os meses de julho e agosto são os mais concorridos na cidade, com as férias escolares, o friozinho do inverno e Festival de Agosto, antes conhecido como Festival da Colheita, que traz atrações musicais para a cidade. Esse ano o destaque é o cantor Zé Ramalho, que se apresenta no dia 23.

Monte Verde (MG)

O casal da Letônia Werner e Emília Grinberg buscavam uma região para se fixar com características que lembrassem sua terra de origem. Encontraram na Serra da Mantiqueira, a 1.500 metros de altitude. Isso foi em 1936, mas até hoje é justamente esse “ar europeu” que mais chama atenção de quem passa por Monte Verde. O que os turistas encontram são paisagens exuberantes, temperaturas baixas e um clima romântico, principalmente devido às casas em estilo alpino. A influência europeia, principalmente de alemães, suíços e italianos, está por toda parte, dando toque especial à gastronomia local.

Divulgação
Monte Verde possui um estilo de arquitetura tipicamente europeu que se mistura às belas paisagens

Mas quem não tá muito interessado só em curtir o clima romântico, pode aproveitar para explorar a Serra da Mantiqueira. Seja de jipe 4x4, quadricíclos, a cavalo, de bicicleta ou a pé: não faltam opções de roteiros com boas doses de adrenalina. Duas tirolesas que somadas chegam a quase um quilômetro de extensão também são opções ao marasmo de cidade pequena, cruzando um dos vales da região e proporcionando vistas espetaculares.

Serra Catarinense

Quem quer frio de verdade pode encontrar nas cidades que compõem a Serra Catarinense. São Joaquim, Urupema, Urubici e Bom Jardim da Serra são os municípios em que é mais comum a precipitação de neve no país. Por lá, todo ano, a paisagem esverdeada dos campos e araucárias são tomadas pelo branco, chegando a congelar a água das cachoeiras.

Conhecida como Planalto Serrano, a região é dominada por campos de altitude, florestas e grandes cânions. O turismo se dá, principalmente, na zona rural das cidades, com fazendas centenárias transformadas em hospedagens. É uma boa oportunidade para uma imersão na cultura campesina gaúcha, com direito a chimarrão, pinhão, camargo (que é café com leite recém retirado da vaca) e muitas histórias contadas pelos tropeiros ao redor da fogueira.

Creative Commons/Arthur Puls
Neve encobre vegetação de São Joaquim, na Serra Catarinense

Com apenas 4.000 habitantes, Bom Jardim da Serra tem uma das paisagens mais bonitas do Estado. A Serra do Rio Rastro é cortada por uma estrada sinuosa de 15 quilômetros, chagando a uma altitude de 1.460, e recheada de mirantes que, em dias de céu limpo, proporciona vistas incríveis da cadeia de montanhas até o mar. Já em Urubici ficam alguns dos melhores pontos para a pratica de turismo de aventura, como rapel, canoagem, cavalgadas e trilhas. Os visitantes não podem perder o Morro da Boa Vista, com 1.827 metros de altitude, e o Morro do Convento, com 1.822 metros, e seu cartão-postal, Pedra Furada.

Guaramiranga (Ceará)

O calor do Nordeste dá uma trégua a cerca de 100 km de Fortaleza. Não é que em Guaramiranga chegue a nevar, ou coisa do tipo. Em julho a temperatura mínima não desce além dos 12°. Mas o clima serrano do Maciço de Baturité é um alento para quem está cansado das altas temperaturas da capital cearense.

A natureza é a principal atração por lá. Com apenas uma rua asfaltada, a pequena cidade tem perto de seu centrinho a entrada para o Parque das Trilhas, com 114 hectares de Mata Atlântica, onde é possível fazer caminhadas, tirolesa e rapel. Um pouco mais distante está o Pico Alto, subindo a 1.115 metros de altitude, de onde se avista o sertão cearense, o rio Pacoti e até as dunas do litoral cearense nos dias mais claros. Nos fins de tarde turistas e moradores se misturam nas escadarias da igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição para comtemplar o Pôr-do-sol.

Creative Commons/Otávio Nogueira
Vista do Pico Alto, a 1.115 metros de altitude, de onde se avista o sertão cearense, o rio Pacoti

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