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Paraíso dos elefantes, região de Botsuana abriga 120 mil animais da espécie

Denise de Almeida

Do UOL, em Kasane (Botsuana)*

02/04/2015 18h14

Dar uma volta de barco, com aquele ventinho no rosto, parece uma ideia refrescante em um dia de clima quente. Agora imagine fazer tudo isso cercado por manadas de elefantes em uma paisagem de cair o queixo. Assim é o passeio pelo rio Chobe, no norte de Botsuana.

O país oferece contato com a natureza selvagem em toda a exuberância de seus diferentes ecossistemas: há florestas, savanas, pântanos e desertos de sal espalhados em uma área pouco maior do que a França. A caça é proibida em todo o território desde 2014 e os turistas podem conhecer os detalhes de Botsuana por barcos, carros 4x4 ou mesmo a pé.

Ainda desconhecido por muitos brasileiros, o país africano também tem seu lado romântico e já nos anos 70 conquistou uma das maiores estrelas de Hollywood. Foi lá que Elizabeth Taylor se casou pela segunda vez com o ator Richard Burton.

Um dos locais mais visitados de Botsuana é o Chobe National Park. Em seus 11,7 mil km², a reserva abriga cerca de 120 mil elefantes (é o local com a maior população deste animal no mundo), além de búfalos, antílopes, javalis, hipopótamos, babuínos, crocodilos e mais de 460 espécies de aves.

Ainda desconhecido por muitos brasileiros, Botsuana oferece contato com a natureza selvagem em toda a exuberância de seus diferentes ecossistemas - Denise de Almeida/UOL - Denise de Almeida/UOL
Imagem: Denise de Almeida/UOL

Estar tão próximo de toda a variedade que a vida selvagem possui é emocionante. Se no começo do passeio o foco são os diferentes pássaros e a vegetação, logo a atenção se volta aos animais de grande porte. Momentos de tensão e fascínio se misturam quando o pequeno barco em que você navega está bem pertinho de hipopótamos e de muitos elefantes. Prepare a câmera para tirar muitas fotos durante o trajeto!

O rio Chobe, que marca a fronteira do país com Namíbia, Zâmbia e Zimbábue, fica em um dos extremos do parque e é a alternativa de muitos animais para matar a sede e se refrescar. Com o calor intenso que a região enfrenta durante o dia na maior parte do ano, um passeio sobre as águas ou às suas margens leva os turistas a uma visão privilegiada do banho dos bichos no fim da tarde ou no comecinho da manhã. 

Além de identificar os animais e saber seguir seus rastros, os guias turísticos da região contam curiosidades sobre a fauna e flora e costumes do povo local. Assim, a reportagem descobriu que o cocô de elefante é um remédio versátil da savana, que as impalas (espécie de antílope muito comum por lá) são como o fast-food dos leopardos, que há uma planta conhecida como “Viagra natural” e outra que dizem ser capaz de curar de reumatismo a câncer. 

Sem cercas nem muros
A porta de entrada para o parque é a cidadezinha de Kasane. Seu aeroporto modesto recebe voos de aviões pequenos que partem da capital Gaborone, da cidade de Maun e de Johannesburgo (na África do Sul). A região possui hotéis e bangalôs de luxo (chamados de "lodges) que também oferecem os passeios guiados, geralmente com três horas de duração. Há ainda espaços reservados para camping dentro do parque.

Ainda desconhecido por muitos brasileiros, Botsuana oferece contato com a natureza selvagem em toda a exuberância de seus diferentes ecossistemas - Denise de Almeida/UOL - Denise de Almeida/UOL
Imagem: Denise de Almeida/UOL

A reserva não tem cercas ou muros, para não interferir nos hábitos dos animais. O mesmo acontece com alguns dos bangalôs, que são como chalés ou tendas, isolados uns dos outros e da área comum. Por conta disso, há a possibilidade de você estar indo para o almoço ou jantar e se deparar com elefantes, impalas ou os temidos hipopótamos – o bicho que mais mata humanos na África. 

Como medida de segurança, os hóspedes não podem sair à noite de suas tendas – mesmo as mais luxuosas – sem o acompanhamento de um guia. Saber isso causa certa tensão, mas dormir ouvindo os barulhos da natureza pode ser muito relaxante. 

Os hotéis costumam preparar jantares à luz de velas ao ar livre, sob um céu completamente estrelado. Para quem pensa em levar crianças deve ficar atento: alguns locais da região têm restrições quanto a idade dos hóspedes, por terem passeios mais arriscados.

Ao fim da jornada por Botsuana, a lição que fica é: fazer safári não é um programa apenas para quem é aventureiro e quer ver animais. Significa a possibilidade de aprender muito sobre eles – e até sobre você mesmo, já que uma viagem dessa te desafia a encarar a beleza do desconhecido.

Saiba mais
Parque Nacional Chobe: http://chobenationalpark.co.za
Órgão de turismo de Botsuana: www.botswanatourism.co.bw
Departamento de parques nacionais e vida selvagem: www.mewt.gov.bw/DWNP/article.php?id_mnu=193

*A jornalista viajou a convite do Botswana Tourism Office