Topo

Pedro Neschling enumera dicas para dias de sol e de neve em Berlim

Raísa Carlos de Andrade

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/02/2015 17h52

A capital alemã é um lugar para se conhecer em caminhadas de olhos bem abertos, para não deixar passar despercebida nenhuma atração. Berlim, que pulsa no pós-comunismo, vem ganhando cada vez mais adeptos entre visitantes que buscam liberdade para aproveitar o espaço público. 

Montagem Pedro Neschling e Mauer Park, em Berlim - Eduardo Vessoni/UOL/Folhapress - Eduardo Vessoni/UOL/Folhapress
Imagem: Eduardo Vessoni/UOL/Folhapress

"Acho que o grande lance em Berlim é esse. Eu rodei a cidade praticamente inteira a pé, rua após rua, entrando em todos os prédios, galerias, sempre descobrindo cantinhos escondidos, coisas improváveis nessas andanças", conta o ator Pedro Neschling, que vivenciou a cidade em seus dois extremos climáticos: no verão e no inverno.

As intervenções deixadas por artistas a cada esquina fazem da cidade um cenário underground. "Como a arte de rua é muito integrada com a cidade, qualquer lugar pode se revelar uma pequena galeria", opina, sem deixar de citar as impressionantes galerias tradicionais espalhadas pela cidade, cada vez mais atraente entre os artistas. "São imperdíveis, como a C/O - focada em fotografia e a me Collectors Room - de arte contemporânea, sem falar no KW Institute, sempre com mostras fantásticas".

Berlim observa o presente sem ignorar o peso do passado, expondo sua história com clareza para que a dor jamais se repita. "O monumento em homenagem às vítimas do holocausto é das coisas mais densas e emocionantes que vi na vida. Imperdível!"

Além disso, os museus que lembram o tempo em que a cidade esteve dividida pelo muro são visitas obrigatórias. "Me diverti demais no Museu da DDR, vendo como era a vida das pessoas na Alemanha Oriental. Os carros, os minúsculos apartamentos reproduzidos, enfim, uma viagem no tempo".

Nos dias mais quentes, o Mauerpark é uma dica para compreender melhor o tempo livre dos alemães. "É um programa delicioso, para sentar e tomar um solzinho, fazer um piquenique e ouvir música de algum artista que esteja tocando por lá. Foi assim que descobri um sujeito chamado Enda Gallery tocando violão acompanhado de um cello e comprei seu lindo disco", conta.

Para os vegetarianos, o restaurante Cookies Cream pode estar na lista de importâncias. Escondido nos fundos de um hotel, mais especificamente na saída de lixo, oferece as melhores refeições possíveis. "Comida vegetariana de altíssimo nível, servida num galpão super cool. É um empreendimento de um empresário berlinense especialista nesse tipo de negócio improvável", recorda.

No Volksbühne, o ator assistiu ao espetáculo do diretor Francis Castorf. "É uma experiência radical." E, de acordo com ele, as apresentações da Filarmônica de Berlim estão além do que é considerado impressionante. "Realmente algo de outro planeta."

De tudo, Pedro só não faz questão de voltar ao Reichtag, o parlamento alemão. A visita, que precisa ser agendada, passou longe do esperado. "Apesar do prédio ter uma arquitetura espetacular, assinado pelo Norman Foster, eu definitivamente não sentiria falta caso não tivesse feito o programa", garante, pontuando as dicas com a ideia de conforto para facilitar o percurso. "Leve um tênis confortável para caminhar e, se for no inverno, casaco pesado, porque o frio é intenso".