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País que cultua felicidade, Butão celebra coroação de seu quinto rei com três dias de festa

CHRISTIANNE GONZÁLEZ
De Thimphu

O rei Jigme Singye Wangchuk, criador do GNH (Gross National Hapiness) - Felicidade Interna Bruta, na tradução para o português -, passa nesta quinta-feira (6) a coroa para seu filho, Jigme Khesar Namgyel Wangchuck, 28, quinto monarca do Butão - pequeno reino da Ásia localizado entre os gigantes China e Índia.

O evento, que coincide com o oitavo dia do nono mês do rato, segundo o calendário lunar butanês, aconteceu às 8h31 (0h31 no horário de Brasília) no Trashicho Dzong, prédio do século 17 que funciona como centro administrativo em Thimphu, capital do país.

Uma coroa em forma de corvo - a mesma usada na coroação do primeiro rei do Butão, em 1907- foi colocada na cabeça de Jigme Khesar Wangchuck, ao som de mantras budistas.

Fotos Desmond Boylan/Reuters
Novo rei do Butão oferece presentes à população durante a cerimônia de coroação
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Após a solenidade, o novo rei recebeu pequenos presentes do primeiro-ministro do país, Jigme Thinley, e de outras autoridades. Entre os objetos estavam a roda do "dharma" (lei natural), tradicional no Butão.

A coroação do rei será seguida de dois dias de festa no Changlingmithang Stadium, com shows folclóricos, jogos, competições de arco e flecha - esporte nacional - e concertos, além de debates e outras apresentações artísticas nos 20 distritos do país.

Na sexta (7), haverá apresentações culturais promovidas pelo governo e pela sociedade. No sábado, a programação é informal, com jogos, competições e entrega de medalhas e certificados para escritores, músicos e outros artistas locais.

Como é o Butão

Ignorado pelos roteiros turísticos tradicionais, o Butão é ponto de partida para algumas das montanhas mais altas do mundo, como a Gangkhar Puensum (7541 metros acima do nível do mar) e a Jumolhari (7314).

É uma das nações mais pobres do globo, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), e uma das dez mais felizes, segundo pesquisa da University of Leicester, no Reino Unido. O país tem fome zero, analfabetismo zero, índices de violência insignificantes e nenhum mendigo nas ruas. Não há registro de corrupção administrativa e o povo adora a família real.


Butaneses vestem trajes típicos para participar da coroação do novo rei do Butão
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Felicidade é levada a sério no país - único do mundo a ter Gross National Happiness (Felicidade Interna Bruta, na tradução para o português) como política pública. Ao Estado cabe prover as condições necessárias para que a população possa se concentrar na busca da felicidade, por meio dos ensinamentos budistas.

O pequeno reino de 38,4 mil quilômetros quadrados é menor do que o Estado do Rio de Janeiro. Tem 72,5% de sua área coberta por florestas, 34 rios e uma biodiversidade de dar inveja a muitos países ricos. Também abriga cerca de 2000 templos e monastérios budistas, um deles - Kichu Lakhang -construído em 659 d.C, em Paro.

Para proteger seu patrimônio cultural e ecológico, o governo controla o turismo com mão de ferro. Oficialmente, o país abriu as portas aos estrangeiros em 1974, depois de séculos de isolamento e de muitas discussões sobre impacto sóciocultural promovidas pelo rei e seus oficiais.

O Butão é hoje é uma monarquia democrática. Por decisão do quarto rei, os butaneses foram às urnas pela primeira vez para escolher seu primeiro-ministro, Jigme Thinley, em março de 2008. Quatro meses depois, o país promulgou sua primeira Constituição.
Atualizado em Novembro de 2008
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