! Tom Zé - 20/11/2007 - UOL Viagem - Destinos dos Famosos
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Tom Zé

Cantor e compositor prefere "viajar parado" na cidade de São Paulo

LUNA KALIL
da Redação

Paulo Giandali - 12.jul.2007/FI

Tom Zé faz graça no Cinesesc em São Paulo

Tom Zé faz graça no
Cinesesc em São Paulo

"As minhas viagens preferidas são as paralíticas." É assim que Tom Zé, que acabou de ganhar o Prêmio Shell de Música e que prepara DVD ao vivo para 2008, define o turismo que tem feito ultimamente. Tropicalista, o músico e compositor nascido em Irará, interior da Bahia, descreve o seu recanto turístico atual: a cidade de São Paulo vazia. "Em dias de feriado, ficar parado em São Paulo é uma viagem fantástica."

Segundo ele, nos dias de menor movimento, a cidade fica mais tranqüila e só assim é possível desfrutar um pouco mais das atrações culturais e prestar atenção na arquitetura. "No feriado, a cidade floresce sozinha. Some a poluição, some o barulho", diz. Para aproveitar esses dias mais tranqüilos na cidade, o músico indica as atrações gratuitas e as visitas às inúmeras exposições e livrarias, "mais sossegadas".

A cidade mostrou os peitos

Com a implantação da Lei da Cidade Limpa, que entrou em vigor em janeiro de 2007, as fachadas foram revalorizadas, o que possibilitou uma vista melhor dos monumentos e da arquitetura de São Paulo. "A cidade tirou o sutiã e mostrou os peitos", diz ele, com humor.

Conhecido internacionalmente pela suas músicas originais e pela sua inigualável contribuição à MPB, Tom já dedicou uma música inteira à capital paulista dos negócios e da vida cultural ativa. "São São Paulo", do disco "Tom Zé" de 1968, começa com as contradições da cosmopolita cidade e termina com a relação de amor e ódio que o compositor mantém com ela: "...Porém com todo defeito, te carrego no meu peito, São, São Paulo".

Minha comida favorita

Apesar de a gastronomia da "cidade dos gourmets" -como define o próprio músico- encantar Tom Zé, o seu prato preferido não tem nada de paulistano. "Gosto de frango na chapa sem óleo, com arroz (de preferência integral) e legumes cozidos no vapor. É isso que como todos os dias." Essa combinação natural não se restringe somente às refeições que Tom faz em sua casa em São Paulo. "No mundo todo como igual", conta.

Museus de Paris

Quando viaja sozinho, Tom dificilmente sai do quarto do hotel. "Vou até o lobby para dar entrevistas. É o máximo que faço", diz. Mas quando faz viagens com Neusa Martins, sua companheira de vida, ela o arrasta para ver os museus das cidades. Por causa da adoração de Neusa por museus, Tom Zé conta que já decorou as estações de metrô em que deve descer para chegar a alguns dos grandes museus de Paris. "Sou capaz de ir sozinho ao Musée d'Orsay e mesmo até o Louvre", diz.

O compositor admira o costume parisiense de carregar e ler livros de todos os tipos dentro dos vagões e estações de metrô. Quando viaja, Tom também gosta de levar seus livros. "Gosto de tudo que se refere à semiótica de Peirce e Saussure. E, porque são leituras difíceis, eu levo esses livros pra tudo quanto é canto."